Uma equipe interdisciplinar, formada por duas psicólogas, um educador musical e um estatístico, comprovou os benefícios psicológicos do ensino musical realizado com adolescentes de uma escola pública da região de Campinas. Durante três meses de aulas semanais, dez alunos selecionados aleatoriamente participaram de um programa de iniciação musical, tendo como base o violão. Foram realizadas avaliações psicológicas, ao início e final do curso. Os resultados compõem a dissertação de mestrado de Pablo Y Castro apresentada no Instituto de Artes (IA).
Para comparar os dados, um grupo de outros dez alunos que não participaram do curso também se submeteu aos testes psicológicos. “Os participantes do curso apresentaram melhoria da auto-estima implícita, da sociabilidade, relações familiares mais sólidas e diminuição de conflitos, sendo que os psicólogos não sabiam quem estava matriculado, o que garante a validade dos dados”, indica Castro.
No trabalho, orientado pelos professores Ricardo Goldemberg, do Instituto de Artes, e Mônica Gobitta, do Departamento de Psicologia da PUC-Campinas, Castro aponta quatro caminhos para os recém-formados em Música. A primeira dica da lista é a inserção do graduado na disciplina de Educação Artística das escolas públicas, fato este permitido a partir da nova LDB e ainda desconhecido por muitos músicos. A realização de trabalhos vinculados ao programa “Escola de tempo integral”, a negociação com diretores das escolas municipais e a realização de trabalhos em clínicas de reforço escolar são outras sugestões do autor do trabalho.