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Jornal da Unicamp - Julho/agosto de 2000

Página 12

ARTES

Tudo sobre o cinema brasileiro

Enciclopédia é referência sobre a produção nacional

ANTONIO ROBERTO FAVA

O grande momento do cinema nacional foi o chamado Cinema Novo, período que consagrou nomes como Glauber Rocha, Arnaldo Jabor, Cacá Diegues e Paulo César Saraceni. Foi um movimento que, surgindo no início dos anos 60, tinha duas características básicas: ressaltava a importância do papel do autor e rejeitava o predomínio do produtor e da indústria, marcas convencionais do cinema produzido por Hollywood.

"Eram produções que promoviam a discussão política, que tratavam de problemas sociais e não apenas de diversão", diz Fernão Ramos, professor de História do Cinema da Unicamp. Ramos acaba de lançar na praça a Enciclopédia do Cinema Brasileiro, em parceria com o pesquisador Luiz Felipe Miranda, do Centro Cultural São Paulo. Ele afirma que o livro, publicado pela Editora do Senac, é referência sobre o cinema brasileiro. "Não há nada semelhante no mercado editorial nacional. Existem algumas obras de referência localizadas, mas nenhuma com esse perfil enciclopédico, desta dimensão", garante o professor.

Os organizadores da enciclopédia escrevem que "o lançamento do livro surge em sintonia com um espírito de época, com forte caráter retrospectivo, que parece moldar a sensibilidade contemporânea no final do século. O cinema, como arte narrativa, atravessa de modo fulgurante o século, mostrando até hoje um continuado dinamismo".

A obra tem a participação de 45 pesquisadores/autores e é composta por mais de 700 verbetes, temáticos e de personalidades, além de vasto material iconográfico com aproximadamente 190 fotos em quase 700 páginas do livro. Entre os autores estão cinco professores do Instituto de Artes da Unicamp: Fernando de Tacca, José Mário Ortiz, Lúcia Nagib, Nuno César Abreu e o próprio Fernão Ramos. Luiz Felipe Miranda ficou responsável pela metodologia e pesquisa que permitiram a elaboração da filmografia apresentada.

A idéia de produzir a enciclopédia surgiu ainda no início dos anos 90, diante da evidente falta de livros de referência sobre a produção cinematográfica nacional. Mas o projeto só tomou corpo quando os autores receberam uma bolsa de pesquisa da Fundação Vitae, em 1996. "Com esta verba começamos a traçar o perfil do livro, abordando, além de aspectos técnicos, cineastas e atores não muito conhecidos, mas que tivessem uma obra significativa, ao lado de profissionais inseridos no mercado cinematográfico brasileiro", explica Ramos.

Quantidade e qualidade - As personalidades foram selecionadas buscando-se uma mistura de critérios quantitativos e qualitativos. Em relação ao primeiro critério, levou-se em consideração a extensão da obra dos cineastas ou atores. Por exemplo, um diretor com 30 longas-metragens foi selecionado para ser verbetizado, independentemente da repercussão de seu filme. Esse tipo de avaliação fez com que as produções da chamada Boca do Lixo, em São Paulo, saíssem privilegiadas em meio à produção nacional, mas seu registro é considerado importante e indispensável. "Apesar de polêmica, trata-se de uma produção nacional significativa", lembra Fernão Ramos.

Já o critério qualitativo enfatizou cineastas e autores de peso, "mesmo não tendo muitas obras produzidas". O grupo que fazia o Cinema Novo, liderado por Glauber Rocha, tinha como lema "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", cunhado pelo próprio diretor. Esse grupo chegou a dominar o mercado latino-americano, sendo responsável por uma fatia de 40% a 50%. "Hoje o cinema nacional não ocupa mais que 10% do mercado interno, apesar do nível dos nossos filmes", lamenta o professor do IA.


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