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Julho/agosto de 2000 Atenção para a previsão do tempo Novo sistema vai trazer salto de
qualidade nas informações sobre chuvas, temperaturas, enchentes, geadas... No inverno, longos períodos de seca levam à falta de água e aumento da poluição. No verão, inundações causadas por tempestades levam prejuízos à vida e à propriedade. O Estado de São Paulo é assim: tem características climáticas bem marcantes, mas a previsão de ocorrências como tempestades, inundações ou temperaturas nem sempre dá certo. A margem de erro ainda é alta porque o atual sistema paulista de informação meteorológica é carente de inovações tecnológicas, embora estejam localizados no Estado os principais centros de pesquisa em hidrometeorologia. Uma injeção de US$ 15,6 milhões vai mudar essa realidade para gerar e fornecer informações hidrometeorológicas que cheguem a tempo de uso efetivo pela população. Para isso, o governo estadual vai implantar o Sistema Integrado de Monitoramento e Previsão Hidrometeorológica do Estado de São Paulo (Sihesp), envolvendo as universidades públicas e institutos de pesquisa paulistas. O pedido de financiamento para implantar uma infra-estrutura de ponta de observações das condições climáticas foi submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) pelo Conselho de Hidrometeorologia do Estado de São Paulo (Cehidro). Fazem parte do conselho representantes das secretarias estaduais da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico; Recursos Hídricos, Saneamento e Obras; Agricultura e Abastecimento; e Meio Ambiente. Completam o conselho especialistas da Unicamp, USP, Unesp e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Os investimentos para a instalação do Sihesp poderão dobrar, já que o programa está vinculado ao desenvolvimento de pesquisas na área, que também terão financiamento solicitado à Fapesp. O cadastramento de pesquisadores que possuem projetos relacionados ao tema terminou, no dia 31 de julho. Essas pesquisas passarão por uma pré-seleção feita pelo grupo técnico do Sihesp-Cehidro, e as escolhidas serão encaminhadas, via Fapesp, a assessores internacionais para avaliação final. Prevê-se ainda a realização de um workshop para exibição dos projetos, o que permitirá uma apreciação conjunta do programa. Informações completas - O diretor do Centro de Ensino e Pesquisa em Agricultura (Cepagri) da Unicamp, Hilton Silveira Pinto, explica que a proposta é criar um sistema de informação completo em meteorologia, hidrologia e recursos hídricos, e agricultura e meio ambiente. "Daremos um salto de qualidade nas informações", garante. A infra-estrutura dos serviços passará por ampla modernização. Ganhará radares, estações meteorológicas, instrumentação para prospecção geofísica, sistema de monitoramento da qualidade do ar, atualização de hardware e software, enfim, tudo o que é necessário para atingir um grau de excelência e confiabilidade nas informações. Estima-se que até outubro o financiamento esteja decidido e que em dois anos o sistema se encontre totalmente implantado. Quando isso acontecer, será possível realizar previsão hidrometeorológica de curtíssimo prazo para todas as áreas de interesse do Estado, previsão meteorológica e climática, divulgação de relatórios com previsão de inundações para os vários segmentos da sociedade, previsão da qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo, previsão de marés e de correntes de maré no litoral paulista, previsões de ressacas marítimas e de agitação do mar. Na área agrícola, haverá a emissão de alertas contra geadas com antecedência de pelo menos 12 horas, avaliação de prejuízos causados às culturas do Estado por fenômenos extremos, divulgação de resenha meteorológica mensal e sua comparação com as normais, além de aconselhamento agrícola com base nas informações antecipadas sobre as condições climáticas. A rede de observação proposta para o Sihesp, acrescenta Silveira Pinto, inclui o desenvolvimento de um sistema de análise e tratamento de dados que permitirá a quantificação da precipitação em tempo atual e sua previsão com resolução adequada à previsão hidrometeorológica. Redes automatizadas - A implantação de uma rede meteorológica automática transformará a rede de superfície atual da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento em um sistema telemétrico automatizado, com observações dos principais elementos atmosféricos a cada 15 minutos. Isso permitirá emitir, com 6 a 24 horas de antecedência, alertas específicos sobre ocorrência de geadas, monitorar e efetuar levantamentos imediatos de prejuízos causados por estiagens, geadas ou moléstias, e ainda prevenir sobre o potencial de incêndios em pastagens ou florestas. O Sihesp vai melhorar o atendimento às necessidades de informações meteorológicas por parte da Defesa Civil, comitês de bacias hidrográficas, Corpo de Bombeiros e outras instituições. Está planejada também uma rede meteorológica automática para a região metropolitana de São Paulo, com densidade média de aproximadamente 15 quilômetros, abrangendo uma área de 60 km por 80 km. Serão 20 estações transmitindo dados sobre temperatura, umidade relativa, pressão, precipitação, radiação de onda curta integrada e vento. Esta rede possibilitará o monitoramento contínuo da circulação atmosférica sobre toda a Grande São Paulo. O sistema será integrado por radares para a determinação da velocidade e direção do vento, início de formação de nuvens e medição da velocidade da corrente superficial que transporta as ondas oceânicas, entre outras funções. Faz parte do projeto um novo sistema de detecção e localização de descargas atmosféricas (raios), porque a configuração do atual tem se mostrado inadequada para um monitoramento integral e contínuo em todo o Estado. Para melhorá-lo serão instalados sensores e central de processamento de dados, uma infra-estrutura para monitoramento contínuo e adquirida a instrumentação necessária. Sihesp evitará Não há dúvidas de que informações hidrometeorológicas confiáveis são essenciais ao bem-estar da população e ao desenvolvimento econômico. Na agricultura elas são fundamentais, especialmente no Estado de São Paulo, onde cerca de 80% da produção (orçada em R$ 11 bilhões) são de vegetais e dependem essencialmente das condições climáticas. Secas, geadas ou chuvas de granizo têm impacto significativo na produtividade agrícola. Uma projeção feita pelo Conselho de Hidrometeorologia do Estado indica que, se os produtores vierem a executar operações agrícolas de acordo com a orientação dos institutos de meteorologia, possibilitarão uma economia anual de aproximadamente R$ 42 milhões somente no tratamento fitoquímico da cana-de-açúcar, de R$ 23 milhões com a viticultura, R$ 24 milhões com a cafeicultura, além de evitar um gasto desnecessário com irrigação equivalente ao consumo diário de água de uma cidade de três milhões de habitantes. O Estado de São Paulo, conforme análise do Cehidro, possui uma densa rede de postos pluviométricos e uma razoável rede de postos meteorológicos. A qualidade dos dados é boa, mas não atende às especificações devido principalmente ao método inadequado de observação. A leitura é "manual" e a transmissão da informação ainda acontece por telefone, fax ou correio. O Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro) e o Cepagri vêm procurando transferir ao setor agrícola informações sobre condições de tempo, disponibilidade de água no solo, probabilidade de doenças, granizo, seca, efeitos de anomalias sobre os vegetais e sobre como as tomadas de decisões podem ser melhor elaboradas em função dos boletins agrometeorológicos. Uma proposta que deve ser implantada juntamente com a modernização da infra-estrutura do setor é que a disseminação de informações agrícolas com orientação agrometerológica seja feita em estreita colaboração com órgãos como o Instituto de Pesquisas Meteorológicas (Ipmet/Unesp-Bauru), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), cooperativas e empresas agrícolas do Estado, e a companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A implantação do Sistema Hidrometeorológico do Estado de São Paulo prevê inicialmente a instalação de 120 estações meteorológicas telemétricas automáticas a serem gerenciadas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), com a cooperação direta da Unicamp. Além disso, está planejada a modernização da rede de radares de monitoramento contínuo e previsão de precipitação na região metropolitana de São Paulo, a recepção de imagens de satélites e o suporte de informática, possibilitando o monitoramento em tempo real das condições atmosféricas locais. O que vai ser aprimorado NA HIDROMETEOROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS Previsão hidrometeorológica de curto e curtíssimo prazos para todas as áreas de interesse do Estado de São Paulo Previsão meteorológica e climática para o Estado Dilvugação de relatórios com previsão de inundação para vários segmentos da sociedade Previsão da qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo Previsão de marés e de correntes de maré no litoral paulista Previsão de ressacas marítimas e correspondentes valores extremos do nível médio do mar Previsão do estado de agitação do mar Divulgação periódica e aperfeiçoamento de boletins agrometeorológicos Caracterização de aqüíferos quanto a sua vulnerabilidade à contaminação orgânica e inorgânica Fornecimento de subsídios científicos e tecnológicos para o planejamento do uso de recursos hídricos visando ao desenvolvimento sustentável NA AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO Divulgação de resenha meteorológica mensal e comparação com as normais Fornecimento de previsões meteorológicas e aconselhamento agrícola para as principais culturas econômicas Fornecimento de um serviço de rotina para aconselhamento de irrigação Fornecimento de subsídios a um sistema de aviso fitossanitário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento para conntrole de pragas e doenças das principais culturas do Estado Desenvolvimento de software orientado ao manejo de operações agrícolas para a região canavieira do Estado com base nas previsões de curto e curtíssimo prazos. Emissão de alertas meteorológicos contra geadas com antecedência de pelo menos 12 horas Avaliação de prejuízos causados à agricultura do Estado por fenômenos meteorológicos extremos Orientação nas atividades agrícolas de preparo do solo, plantio, aplicação de produtos agroquímicos, irrigação, controle e disseminação de pragas e doenças, estimativas da produtividade, ponto de colheita, calendário agrícola e zoneamento ecológico das principais culturas. |
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