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Martin Tygel
ganha prêmio internacional
Cientista do Imecc é o primeiro brasileiro
a ser contemplado com a medalha Conrad Schlumberger
ANTONIO ROBERTO FAVA
O professor Martin Tygel, do Departamento de Matemática Aplicada do Instituto de Matemática e Ciência da Computação (Imecc), é o primeiro cientista brasileiro a ser agraciado com a medalha Conrad Schlumberger 2002, concedida pela Divisão de Geofísica da Sociedade Européia de Geocientistas e Engenheiros (EAGE). A entrega do prêmio ocorreu durante o 64º Congresso da Sociedade Européia, realizada recentemente na cidade de Florença, Itália.
O prêmio Conrad Schlumberger, concedido anualmente a integrantes da EAGE desde 1955, contempla o professor da Unicamp pelas pesquisas para o desenvolvimento científico e técnico da geofísica internacional. A medalha Conrad Schlumberger é considerada a maior distinção da Divisão de Geofísica da EAGE. Para Tygel, o prêmio “representa o que o nosso País tem de mais importante na geofísica e na área de petróleo no cenário mundial e pode servir de incentivo e de motivação aos brasileiros. Além disso, assinala o reconhecimento da qualidade do trabalho e sua inserção na pesquisa de ponta internacional”. Diz ainda que o prêmio pode servir para desmistificar velhas concepções de que “não somos capazes de competir em igualdade de condições com instituições internacionais”.
Martin Tygel é coordenador do Laboratório de Geofísica Computacional do Imecc, onde são desenvolvidos trabalhos de pesquisa geofísica ligados ao petróleo. Responde também pelas atividades e projetos do Cepetro na área de processamento sísmico, com ênfase na construção de imagens e inversão de atributos de interesse para a exploração e monitoramento de reservatórios de petróleo. Com relação a esse particular, recentemente a Unicamp assinou convênio com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), visando o reprocessamento de dados sísmicos de bacias brasileiras.
“O interesse da ANP é obter informações de melhor qualidade de várias áreas de interesse exploratório sob a sua responsabilidade. A melhoria dessas informações se dá por meio do reprocessamento seletivo dos dados originais, utilizando as mais atuais técnicas desenvolvidas no meio científico”, explica o professor. Em contrapartida, a universidade ganha com isso: todas as novas metodologias de processamento e imageamento sísmico provenientes das pesquisas podem ser testadas em dados reais. E mais: os participantes universitários, segundo Tygel, têm a possibilidade de aplicar na prática os conceitos aprendidos em sala de aula.
Para tornar viável a realização desse convênio e permitir futuros empreendimentos, Martin Lygel diz que foi preciso reestruturar o Laboratório de Geofísica Computacional, instalado no Imecc, dotando-o de equipamentos e software compatíveis com os utilizados nos centros de pesquisa e desenvolvimento de nível internacional. Esse laboratório tem o propósito de concentrar infra-estrutura computacional e recursos humanos de primeira qualidade com o objetivo de solucionar problemas relacionados à exploração de petróleo. Uma de suas principais metas, de acordo com Tygel, é o avanço científico e tecnológico por meio de estudos geofísicos e a elaboração de algoritmos computacionais aplicados ao processamento sísmico.
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