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Memória menor, equipamento mais barato
MANUEL ALVES FILHO
Pesquisa desenvolvida para a tese de doutoramento de Rodolfo Jardim Azevedo, apresentada recentemente junto ao Instituto de Computação (IC) da Unicamp, traz uma nova perspectiva para a redução do custo final de equipamentos que estão incorporados ao cotidiano das pessoas, como o telefone celular, o videocassete e o DVD, conhecidos tecnicamente como sistemas dedicados. Após cerca de três anos de estudos, Azevedo conseguiu diminuir pela metade a memória utilizada pelo circuito integrado, com uma queda de apenas 5% no seu desempenho médio. Trata-se de um resultado significativo, sobretudo quando se sabe que a memória é um dos fatores determinantes do preço e do consumo de potência desses aparelhos eletrônicos.
De acordo com Azevedo, os sistemas dedicados modernos têm exigido cada vez mais memória, uma vez que existe a exigência da inclusão de novas funcionalidades. Como a memória ocupa, em média, 60% da área de um circuito integrado, ocorre o conseqüente encarecimento dos equipamentos. A compressão de código de programa, realizada com sucesso pelo pesquisador, tem sido considerada uma estratégia importante para reduzir os custos de produção. Para chegar ao resultado apresentado na tese, Azevedo criou um protótipo. Ele utilizou uma placa similar à placa-mãe de um computador pessoal. A diferença principal foi o uso de um chip programado.
Em seguida, Azevedo empregou os próprios programas de teste do processador para verificar o funcionamento do hardware e do mecanismo interno. O procedimento foi adotado tanto em relação ao programa com redução de código quanto ao original. Ao final dos testes e da validação, o pesquisador fez as medições e obteve uma razão de compressão de 61,8%, com uma queda de apenas 5,89% no desempenho médio entre os sistemas. Conforme Azevedo, que foi orientado pelo professor Guido Costa Souza de Araújo e teve a pesquisa financiada pela Fapesp, a aplicação comercial do novo método ainda deve levar algum tempo.
Ele explica que as aplicações utilizadas por ele foram feitas com o objetivo exclusivo de validar o modelo. Agora, segundo ele, será necessário promover ajustes direcionados a outros aplicativos. “Evidentemente, ninguém irá a uma loja para adquirir um processador cuja única função é testar a si próprio. Mas nós já temos alunos de mestrado do IC que estarão dando continuidade ao trabalho. O objetivo é fazer com que, assim como nos modelos convencionais, o método com código comprimido seja usado futuramente para permitir que as pessoas ouçam música ou vejam um filme, por exemplo”.
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