Leia nessa edição
Capa
Artigo: Quando o lixo vira ouro
Cartas
Ação antidemocrata e anti-
   republicana
Invasão: rastro de destruição
Repúdio a invasão
Celular e equipamentos de UTI
Deficiência sensorial
Imaterialidade do conhecimento
Endividamento externo
Consórcio: aprimorar produtos
FEM: Prêmio Petrobrás de Dutos
Painel da semana
Oportunidades
Teses da semana
Unicamp na mídia
UNCTAD: instituto virtual
Medicamento: disfunção erétil
O resgate dos lesados
 

4

Cerca de 300 invasores arrombam portas, picham paredes, rasgam documentos e danificam patrimônio

Invasão da Reitoria
deixa rastro de destruição

Porta arrombadaSete portas arrombadas, danificação de um quadro na Galeria de Ex-Reitores, destruição do carpete do Conselho Universitário, vidros e equipamentos quebrados, móveis revirados, quadros depredados, paredes pichadas, documentos rasgados e sujeira por toda parte. Esse foi o balanço da invasão da Reitoria da Unicamp realizada no último dia 2 de julho, sexta-feira, por um grupo de manifestantes, durante ato organizado pelo Fórum das Seis. Os invasores, cerca de 300, só abandonaram o local no início da madrugada de sábado (3), depois que a luz e os telefones do prédio foram cortados, por volta das 22 horas, e após a Justiça ter concedido termo de reintegração de posse, por volta das 23 horas. Durante a ação foi registrado pelo menos um caso de agressão física. Um funcionário do corpo de seguranças da Universidade foi pisoteado e teve de ser socorrido no Hospital de Clínicas. Ele foi medicado e liberado. O fato foi registrado no 4º Distrito Policial.

A invasdocumentos no chão integram o Fórum das Seis bradou do alto do caminhão de som parado em frente ao prédio da Reitoria: “A Unesp já foi invadida e a USP está sitiada. Agora é a vez da Unicamp”. Logo em seguida, um grupo se deslocou até a porta externa que dá acesso ao prédio onde funcionam a Procuradoria Geral e a Secretaria Geral, mas recuou ao não conseguir arrombá-la. Na seqüência, um segundo grupo, maior e mais compacto, saiu gritando palavras de ordem como “isso aqui vai virar um inferno” e avançou sobre os seguranças que protegiam a entrada principal da Reitoria.

Após passar pelos vigilantes, o grupo subiu a escada e arrombou a socos e pontapés a porta de ferro e vidro que dá acesso ao saguão principal da Reitoria. Os vigilantes encarregados de proteger o local foram violentamente empurrados e não tiveram como conter os invasores. Um deles foi pisoteado e sofreu escoriações nas pernas.

Os invasores usaram métodos violentos, nunca antes registrados em movimentos deBebedouro danificado e documentos no chão: invasores usam métodos violentos reivindicação na Unicamp. Encapuzados, eles expulsaram com truculência os cerca de 60 funcionários que trabalhavam no local. Logo após, organizaram barreiras em todas as entradas de acesso ao prédio, colocando mesas e cadeiras para impedir a passagem. Alguns poucos funcionários que, atônitos, ainda permaneciam no local, foram colocados para fora aos empurrões. “Isso aqui agora é terra de ninguém”, dizia um dos invasores.

O grupo ocupou o prédio por aproximadamente sete horas. Foi o suficiente para deixar um rastro de vandalismo sem precedentes na história da Universidade. As portas de várias salas foram arrombadas, entre elas a do salão do Conselho Universitário (Consu). Janelas tiveram os vidros estilhaçados. Gavetas foram arrombadas e reviradas.

As paredes do saguão e do corredor interno que dá acesso ao salão do Consu foram pichadas. Num dos murais próximo ao Consu os invasores escreveram: “PCC–Primeiro Comando Contra”. Sobre uma das mesas foi deixada uma folha de caderno com a seguinte inscrição: “A reitoria é nossa. USP, Unicamp, Fatec e Unesp”. O bilhete é subscrito da seguinte forma: “professores/ funcionários/ estudantes”. Alguns equipamentos, como bebedouros e luminárias, também foram danificados.

Os retratos dos ex-reitores, que ficam no saguão de acesso ao Consu, pintados pelo artista plástico Bernardo Caro, também foram alvo dos ocupantes. Um deles teve a moldura destruída e a tela abandonada no chão. As latas de lixo dos corredores e dos banheiros foram derrubadas e os detritos espalhados.

Ao constatar a depredação, o prefeito do Campus, Carlos Alberto Bandeira Guimarães, repudiou a atitude dos estudantes. “Nada justifica um ato de barbárie”, disse. “Se eles têm alguma reivindicação a fazer, devem usar os canais existentes, e que sempre funcionaram”, destacou. Guimarães não soube estimar quanto tempo será necessário para recompor o local. “Os fatos serão apurados e os responsáveis punidos”.

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2003 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP