| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Enquete | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 215 - 2 a 8 de junho de 2003
.. Leia nessa edição
::Capa
::Pouco investimento em P&D
::Controle de doença de granja
::Lei de Inovação
::Assentamentos na cadeia
produtiva
::Imigração italiana pós-guerra
::Rótulos que omitem informações

::Ambiente de trabalho

::Nanociêcia
::Unicamp na imprensa
::Painel da semana
::Oportunidades
::Teses da semana
::Newton da Costa
::Legião microbiana
 

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Software melhora sensação
térmica no ambiente de trabalho

Raquel do Carmo Santos


A professora Lucila Labaki e o engenheiro Álvaro Ruas: software será testado em indústrias de confecçõesUma ferramenta para avaliação de conforto térmico em ambientes edificados foi desenvolvida pelo engenheiro de segurança do trabalho Álvaro Ruas, nos laboratórios da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp. O software Conforto 2.02 permite, através de modelos matemáticos, a simulação de intervenções nos ambientes, seja na fase de projeto ou de pós-ocupação. Isto auxiliaria no processo de tomada de decisão para a melhoria da sensação térmica das pessoas no ambiente de trabalho, mais especificamente em indústrias. O trabalho, inédito no Brasil, foi orientado pela professora Lucila Labaki e será útil para projetistas, engenheiros e profissionais da área na criação de ambientes que harmonizem as aspirações humanas, o clima e as atividades desenvolvidas. Ainda este mês, o Conforto 2.02 deverá ser testado em indústrias de confecções na região de Amparo.

Ruas conta que a iniciativa de desenvolver a ferramenta começou com observações em seu dia-a-dia de trabalho na Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, cujo objetivo é desenvolver pesquisa em segurança, saúde e meio ambiente no trabalho. Em várias situações, o engenheiro percebeu que o conceito de conforto térmico carecia de estudos mais aprofundados para implementação de métodos voltados para o clima brasileiro. "Não foram raras as vezes em que constatei a necessidade de uma ferramenta desta natureza". Ele explica que os estudos sobre o assunto no Brasil são escassos e são poucas as informações disponíveis sobre o tema. Em sua opinião, a dificuldade maior está na subjetividade do termo, uma vez que se trata de condições ambientais de um determinado local e envolve a sensação de grupo de pessoas. Por isso, a complexidade para realizar a mensuração. Segundo levantamentos, Ruas acredita que a satisfação das pessoas em um determinado ambiente depende de fatores físicos, fisiológicos e psicológicos.

Frio ou Calor - "O desconforto térmico é comum nos ambientes de trabalho no Brasil", declara o engenheiro. De acordo com sua experiência, as queixas mais comuns estão ligadas ao calor. "Mas há também reclamações devido ao frio". Ele explica que as questões têm origem, principalmente, nos locais que manipulam ou estocam produtos resfriados ou congelados como supermercados e frigoríficos. Essa realidade, segundo Ruas, pode ser explicada pela falta de um método normalizado para avaliar a sensação térmica das pessoas e de uma legislação que estabeleça condições de conforto ou limites de desconforto térmicos.

O engenheiro também explica que em muitos casos as edificações são projetadas, principalmente, em função de tendências estéticas ou exigências técnicas de produção, sem a preocupação em adequar o ambiente às características e limitações do homem. Segundo ele, a solução para esses problemas acarretaria não só a racionalização de energia com sistemas de ventilação, refrigeração e aquecimento, como também poderia afetar positivamente a eficiência do trabalhador e evitar danos à sua saúde.

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