Readequação no HC
apresenta balanço positivo
MANUEL ALVES FILHO
Os primeiros 30 dias de implantação do plano de readequação do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp resultaram numa redução de 20% no número de pacientes que procuram espontaneamente a Unidade de Emergência Referenciada (UER), antigo Pronto-Socorro (PS), em comparação à média diária de 2003. Já os procedimentos estratégicos de alta complexidade aumentaram cerca de 25%. As mudanças têm como objetivo readequar o HC à sua verdadeira vocação, que é a de hospital terciário e quaternário.
Antes da readequação, a procura espontânea pelo antigo pronto-socorro chegava à média de 310 pacientes por dia. Após o dia 5 de abril, quando passaram a vigorar as mudanças, essa média baixou para 247. “O balanço é positivo e está dentro das expectativas”, disse o superintendente do HC, Ivan Toro, destacando que não houve prejuízo para os usuários. Segundo ele, porém, a meta é reduzir em pelo menos 50% o número de pacientes que procuram a UER de forma espontânea. “Os números mostram que grande parte deles poderia ser atendida nos postos de saúde e hospitais primários de suas cidades”, completa.
Na UER, uma das medidas que ajudaram a reduzir o fluxo foi a implantação do sistema de triagem por cores (vermelho, amarelo, verde e azul), que atende o paciente de procura espontânea, priorizando o grau de gravidade e não a ordem de chegada. Um levantamento por amostragem revelou que de 1.400 pacientes atendidos, apenas cinco precisavam de atendimento de urgência (vermelho) e 85 eram casos graves (amarelo). Já 250 eram de média complexidade (azul) e outros 626 encaixavam na categoria de casos simples (verde). Estes dois últimos segmentos, totalizando 876 pacientes, poderiam ser tratados em hospitais primários ou postos de saúde da rede pública municipal.
A readequação também resultou numa economia de R$ 71 mil nos gastos com material de consumo e num aumento de 25% na receita de procedimentos estratégicos de alta complexidade. Esse repasse, feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passou de R$ 586 mil em março para R$ 815 mil em abril. Entre os procedimentos estratégicos estão transplantes; cirurgia bariátrica, para tratamento de obesidade mórbida; implante coclear; cirurgia de plástica reparadora para obesidade mórbida; e cirurgia de epilepsia, entre outros.
A superintendência do HC pretende, ainda, ampliar de 18 para 50 o número de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos. O projeto, que prevê a implantação de mais 32 leitos, implica em investimentos estimados em R$ 3,2 milhões (cerca de R$ 100 mil por leito equipado). Com isso, segundo Toro, seria possível ampliar ainda mais o número de procedimentos estratégicos de alta complexidade.
No último dia 24, o secretário de Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas Barata, visitou o HC para conhecer detalhes do projeto de ampliação do números de leitos para a UTI adulta. Embora não tenha dado uma resposta definitiva, Barata considerou “viável” a reivindicação do HC e adiantou que pelo menos parte dos recursos deverá ser liberada pelo Estado ainda neste ano.
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