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Rede Innovemos
seleciona cinco projetos brasileiros


MANUEL ALVES FILHO

Juliana Cajueiro, pesquisadora do Nepp: disponibilizando o maior número de informações sobre as experiências (Foto:Antoninho Perri)Cinco projetos brasileiros acabam de ser escolhidos para integrar o banco de inovações educacionais da Rede Innovemos, iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). As experiências selecionadas, conduzidas por organizações não-governamentais na área do ensino fundamental, serão divulgadas no portal que o programa mantém na internet e terão a suas metodologias e resultados difundidos entre os demais membros da rede – outros 14 países da América Latina e Caribe. A expectativa é que, ao ganharem maior visibilidade, essas ações (ver quadro) tenham ampliadas as possibilidades de expansão e até mesmo de obtenção de financiamento. A coordenação dos trabalhos da Rede Innovemos no Brasil está sob a responsabilidade do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Unicamp.

Financiado pelo governo espanhol, a Rede Innovemos tem por objetivos “produzir, trocar e difundir conhecimentos e informações relevantes sobre os processos de mudanças e de inovações em educação”. De acordo com Juliana Pinto de Moura Cajueiro, pesquisadora do Nepp, cerca de 30 experiências brasileiras foram inscritas no programa, atendendo ao tema “Diversidade e Eqüidade”. Destas, 12 foram pré-selecionadas por um Conselho de Avaliação e Sistematização, formado por especialistas em educação e representantes de entidades da sociedade civil. Posteriormente, o mesmo colegiado elegeu os cinco projetos mais representativos. São eles: Programa Escola que Vale (PA), Projeto Rádio pela Educação e Cidadania (PA), Alfabetização Solidária – Formação de Alfabetizadores Leigos (BA), Programa Escola que Vale (PA) e Projeto Estudar pra Valer (SP).

As ações executadas pelas ONGs envolvem desde a formação continuada de professores até a constituição de uma comunidade de leitores, passando pela qualificação de alfabetizadores leigos e pelo desenvolvimento de atividades que associam a educação aos valores de cidadania e saúde. Segundo Juliana Cajueiro, além do registro no Portal Innovemos, esses projetos receberão um certificado da Unesco, atestando não apenas o caráter inovador das experiências, mas também a sua eficácia.

Ao falar ao Jornal da Unicamp em abril passado, a coordenadora da Rede Innovemos no Brasil, Gilda Figueiredo Portugal Gouvêa, docente do Nepp, explicou que o projeto é desenvolvido em duas frentes: a manutenção do portal na internet e a construção de uma metodologia para o registro das inovações educacionais. O primeiro, explicou, promove a identificação das inovações a partir de experiências da “ponta”. Em outras palavras, mesmo que resultem de uma política governamental ou da ação de uma empresa privada, as iniciativas serão consignadas a partir dos seus principais protagonistas: professores, diretores e líderes comunitários. São eles que estão merecendo os créditos por parte da Unesco.

Para selecionar os projetos brasileiros, a Rede Innovemos encaminhou um documento a várias instituições da sociedade civil, solicitando que ajudassem a indicar experiências que, a seu juízo, mereceriam ser incluídas no banco de inovações educacionais da Unesco. Uma das exigências era que os projetos tivessem pelo menos três anos de aplicação. A Rede não queria identificar apenas boas idéias. O intuito era encontrar programas originais que já tivessem sido testados e que estivessem dando bons resultados.

Paralelamente à escolha das inovações educacionais, os especialistas brasileiros também promoveram um estudo de caso, a partir de uma experiência tocada em Campinas. A idéia era testar a metodologia do uso da ficha de inscrição. “Nas próximas semanas, haverá um seminário reunindo toda a Rede Innovemos. Na oportunidade, vamos analisar os critérios do instrumento”, destacou Juliana Cajueiro. Ainda segundo ela, outro passo será a criação de um site brasileiro, que trará tanto os projetos escolhidos pela Unesco quanto os demais que participaram do processo de seleção. “Nossa objetivo é disponibilizar o maior número de informações sobre essas experiências, de modo a facilitar a sua difusão pelo país”, assinala. Outras informações sobre o projeto da Unesco podem ser obtidas no Portal Innovemos (htpp://innovemos.unesco.cl).

OS ESCOLHIDOS


Projeto: Programa Escola que Vale
O que é a inovação: Desenvolvimento de ações integradas e simultâneas de formação de educadores em serviço e incentivo à leitura, voltadas para a criação de uma comunidade de leitores e o desenvolvimento de prática de leitura de obras literárias.

Instituições que desenvolvem a inovação: Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Maria Belarmina Alves da Silva, Creche Municipal Antonia Pimenta de Moura, ambas sob coordenação do Centro de Educação e Documentação para a Ação Comunitária (Cedac).

Instituições colaboradoras: Companhia Vale do Rio Doce, Prefeitura de Curionópolis, Diagonal Urbana, Fundação da Faculdade de Medicina da USP.

Instituições colaboradoras no financiamento: Companhia Vale do Rio Doce e BNDES.

Projeto: Projeto Rádio pela Educação e Cidadania.

O que é a inovação: Ouvir o rádio na sala de aula, utilizando temas locais e regionais.
Instituições que desenvolvem a inovação: Rádio Rural de Santarém e Rádio Universidade FM.
Instituições colaboradoras: Secretarias municipais de educação e ONGs
Instituição colaboradora no financiamento: Unicef

Projeto: Alfabetização Solidária – Formação de Alfabetizadores Leigos

O que é a inovação: Formação de alfabetizadores leigos.
Instituições que desenvolvem a inovação: Alfabetização Solidária em parceria com 219 instituições de Ensino Superior brasileiras e 159 empresas privadas.
Instituições colaboradoras: Instituições de Ensino Superior.
Instituições colaboradoras no financiamento: Empresas parceiras, governos municipais, estaduais e federal (MEC).

Projeto: Programa Escola que Vale

O que é a inovação: Trabalhar a saúde e a ética como temas transversais, de modo a ajudar na formação de alunos mais conscientes e comprometidos com o seu papel de cidadãos na sociedade em que vivem.
Instituições que desenvolvem a inovação: Escola Municipal Bom Pastor e PEQV.
Instituições colaboradoras: Cedac, Fundação Vale do Rio Doce, Prefeitura de Ipixuna (PA).
Instituições colaboradoras no financiamento: Fundação Vale do Rio Doce, Para Pigmentos e Prefeitura de Ipixuna.

Projeto: Projeto Estudar pra Valer

O que é a inovação: Proposta de formação continuada para professores das quatro primeiras séries do Ensino Fundamental para a promoção efetiva da aprendizagem da leitura e da escrita por todos os alunos.
Instituições que desenvolvem a inovação: Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e Fundação Volkswagen.
Instituições colaboradoras: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) de São Carlos (SP)
Instituições colaboradoras no financiamento: Cenpec e SMEC.

Fonte: Rede Innovemos


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