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Secretária de C&T do Amazonas participa
de evento promovido pela Agência de Inovação
Workshop debate
parceria em pesquisas no AM
RAQUEL DO CARMO SANTOS
São Paulo concentra uma das maiores estatísticas em pesquisas quando o assunto é Amazônia. “Por isso não estamos aqui por acaso. Queremos somar toda competência nacional para transformar o potencial em conhecimento científico e riqueza para o país”, destaca a secretária de Ciência e Tecnologia (C&T) do estado do Amazonas, Marilene Correa da Silva Freitas durante visita à Unicamp no último dia 22. Uma delegação do governo do Amazonas participou, juntamente com autoridades do Ministério da Defesa, do 1o Workshop de Parceria, envolvendo organismos públicos, para propor estratégias de pesquisas conjuntas. O evento foi promovido pela Agência de Inovação. Segundo a secretária de C&T, a Unicamp nasceu com uma vocação de universidade nacional e para pensar problemas nacionais. “Não é uma instituição que trabalha apenas as questões regionais”, salienta. O coordenador da Inova, professor Roberto Lotufo, acredita que as parcerias serão promissoras. “Existe uma grande consonância entre o discurso da Universidade e as ações da Secretaria de C&T do Amazonas”, afirmou.
Propostas devem ser encaminhadas até 18 de julho
Para o almirante Ricardo Torga do Carmo, diretor do departamento de C&T do Ministério da Defesa, o encontro representa a vontade de se realizar algo definitivo e permanente. Ele lembra que diversas iniciativas neste sentido foram tentadas anteriormente, mas não seguiram adiante por conta de obstáculos. “A Amazônia é uma questão que diz respeito a todos os Estados brasileiros. Queremos colocar a logística das Forças Armadas à disposição”, defende. Durante o workshop, as autoridades também visitaram os laboratórios do Instituto de Química, da Faculdade de Engenharia de Alimentos e do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW).
Nos próximos dias, a Agência deve lançar um edital de chamada de propostas para que os pesquisadores interessados em desenvolver projetos conjuntos ou em separado com as duas entidades os encaminhem até dia 18 de julho. Embora não tenha estimativas do número de trabalhos sobre a Amazônia realizados e em andamento na Unicamp, Lotufo acredita que a realidade da Universidade não é distante do contexto de São Paulo. “Temos uma infinidade de estudos já conhecidos e, com o edital, acreditamos que muitos outros pesquisadores se manifestarão”. Faz parte da estratégia da Inova, a elaboração de um caderno de resumos das propostas apresentadas que deverá ser entregue, provavelmente, em visita de uma delegação da Unicamp ao Amazonas.
Agenda A proposta da secretária de C&T, que fez doutorado na Unicamp, entre 1994 e 1997, é exercer um maior controle da agenda científica da região da Amazônia, pertencente ao estado do Amazonas. O estado é o que detém maior extensão do território amazônico, cerca de 40%. A tentativa não é realizar o que chamou de lobby acadêmico, mas sim reexaminar as parcerias com instituições científicas. Segundo a secretária, as características locais são singulares e, por isso, despertam muito interesse pelo potencial a ser explorado.
Marilene contabiliza 28 institutos de pesquisa na região, mas apenas quatro estão vinculados à secretaria estadual, que empregam cerca de 150 pesquisadores. São estudos voltados para dinâmica do ciclo ecológico, química da atmosfera e pesquisas de bioprospecção. Recentemente, porém, uma matéria da revista Veja estima a presença de mais de dez mil pesquisadores na região sem o devido controle. Das 19 instituições de ensino superior, apenas três são públicas. Também existem institutos respeitáveis implantados na região como a Embrapa e a Fiocruz. “Percebemos que existe um pedacinho de cada instituição, mas queremos promover parcerias próprias e independentes”, salienta. A pasta criada há pouco mais de um ano, já implementou cinco grandes programas visando uma política de C&T de fato. Estão focados na gestão da política de C&T, cooperação internacional em C&T,I, capacitação de técnicos da Secretaria, C&T para inclusão social e desenvolvimento regional e biotecnologia.
O estado integra a maior extensão de território amazônico com etnias variadas e 180 línguas diferentes e é uma das áreas menos desflorestadas. Ao todo a população estimada está em torno de 20 milhões de habitantes. Marilene observa que a Unicamp tem muito a contribuir com o projeto de desenvolvimento sustentável da Amazônia e na área de biodiversidade. “Também queremos criar programas de fixação dos pesquisadores formados na região e aumentar a demanda de cursos de pós-graduação”.
Instituições de pesquisa com perspectivas de parcerias |
- Universidades públicas: Universidade Estadual do Amazonas e Universidade Federal do Amazonas
- Fundações públicas: Fundação Centro de Controle de Oncologia, Fundação Hemoam, Fundação de Venerologia e Dermatologia Tropical Alfredo da Mata (FUAM), Fundação de Medicina Tropical e Fiocruz.
- Institutos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) públicos: Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas, Embrapa
- Centros Tecnológicos: Centro de Biotecnologia da Amazônia
- Institutos de P&D privados: Fundação Análise e Pesquisa em Inovação Tecnológica (Fucapi), Instituto Nokia de Tecnologia, Fundação Paulo Feitosa, Instituto Genius.
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Principais áreas de interesse |
- Sustentabilidade econômica, social e ambiental da agricultura familiar e de empreendimentos de pequeno porte
- Formação de recursos humanos com vistas ao ensino, pesquisa e ao desenvolvimento cientifico e tecnológico
- Uso Sustentável da Biodiversidade
- Programa de Pós-graduação interistitucional para os cursos de engenharia de alimentos, engenharia química, farmacologia, odontologia e educação
- Interação em pesquisa: tv digital, telecomunicações
- Hemoterapia, hematologia, diagnóstico laboratorial, com ênfase em doenças hematológicas
- Biologia Molecular
- Análise e avaliação de serviços de saúde
- Tecnologia de Informação e Comunicação TIC
- Tecnologias Industriais Básicas e Tecnologias Apropriadas, especialmente as que tenham potencial de repercutir no desenvolvimento econômico sustentável de populações menos favorecidas
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