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Creme dental com sabor
reduz halitose matinal

CARMO GALLO NETTO

A cirurgiã-dentista Daiane Cristina Peruzzo, ao lado de paciente: presença de componentes é capaz de reduzir a carga bacteriana (Foto: Antoninho Perri)A pesquisadora explica que a halitose, o mau hálito, tem duas causas principais: uma temporária, como a provocada pelo fumo, por bebidas alcoólicas ou certos tipos de alimentos, como alho ou cebola; e outra constante, determinada por bactérias presentes no dorso da língua e superfícies dentais, que ao degradarem substratos protéicos como peptídicos e aminoácidos lá presentes, constituídos de enxofre, dão origem a compostos sulfurados voláteis, responsáveis pela halitose.

Testes foram feitos
com grupo de 50 voluntários

Indivíduos com maior descamação da mucosa ou com limpeza deficiente da cavidade bucal apresentam maiores quantidades de substratos responsáveis pela ativação das bactérias. Ela acrescenta que de manhã todos têm um certo grau de halitose porque durante o sono ocorre diminuição da salivação e conseqüente diminuição da limpeza fisiológica da cavidade bucal, o que aumenta a proliferação de bactérias e de sua ação resulta o gosto ruim sentido ao acordar.

Daiane esclarece que o mau hálito poder ser debelado controlando as bactérias com agentes antimicrobianos. Para inibir ou mascarar o mau odor bucal têm sido usados gomas de mascar, enxaguatórios e dentifrícios. Dentre as várias substâncias presentes nos dentifrícios, duas constituíram objeto de estudo da pesquisa: o lauril sulfato de sódio (LSS), de efeito detergente e antimicrobiano, por causa da espuma que provoca, e os flavorizantes, que dão sabor e promovem a salivação que facilita a limpeza. Com base nessas substâncias, o trabalho apoiou-se em dois objetivos: avaliar o efeito do LSS e dos flavorizantes presentes no dentifrício, na formação de compostos sulfurados voláteis (CSV) e da saburra lingual, placa bacteriana depositada sobre a língua e responsável principal pela halitose, utilizando indivíduos periodontalmente saudáveis.

Para tanto, grupos de voluntários foram submetidos, alternadamente, a dentifrício com LSS e sem flavorizantes (sem sabor) e dentifrício com flavorizantes e sem LSS. Com base nos resultados obtidos Daiana tirou duas conclusões: “A presença desses componentes – LSS e flavorizantes – nos dentifrícios é capaz de reduzir a carga bacteriana e o mau hálito matinal, sem no entanto alterar a quantidade de saburra lingual, e o efeito geral é potencializado pelo uso conjunto dessas substâncias”.

A pesquisadora valeu-se de 50 voluntários divididos em dois grupos de 25, subdivididos aleatoriamente em dois grupos experimentais submetidos ao dentifrício com flavorizante e ao dentifrício placebo. Juntamente com o dentifrício designado, os voluntários recebiam uma escova dental nova para um regime de três escovações diárias para dois períodos de trinta dias, intercalados por um intervalo de sete dias durante o qual todos utilizavam o dentifrício placebo. Os parâmetros avaliados foram nível de compostos sulfurosos voláteis (CSV), responsáveis pelo mau odor bucal, e quantidade de saburra lingual. Os primeiros foram avaliados cheirando a boca e utilizando monitor de sulfetos; a saburra foi removida e pesada.

Os testes foram cegos, porque a pesquisadora não sabia previamente a que grupo pertencia cada um dos voluntários, uma vez que nos tubos de dentifrício enviados pelo fabricante constavam apenas códigos, e a identificação ocorreu somente depois de realizadas as medidas, para evitar interferências nos resultados. As medidas, realizadas no início e no final de cada período de trinta dias, levaram à conclusão de que o uso de dentifrício sem sabor não altera o hálito e o dentifrício com sabor provoca redução da halitose.

Verificou-se também que, em ambos os casos, a quantidade de saburra lingual, responsável principal pela halitose, não se alterou. Os trabalhos realizados por Daiana Cristina Peruzzo, que deram origem à dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Unicamp, foram orientados pelo professor Getúlio da Rocha Nogueira Filho e co-orientados pelos professores Sérgio Luiz S. Salvador e Antonio Wilson Sallum, com suporte da Capes. Ao longo dos seus estudos, a pesquisadora foi instada a estudar paralelamente o efeito de cremes dentais e enxaquatórios bucais, desconhecidos por grande parte dos usuários e até de dentistas.

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