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Instalação sonora inédita leva visitante a interagir
com cenários que remetem a água, fogo, terra e ar

NICS ajuda a criar
‘espaço sensível’
em Zurique



LUIZ SUGIMOTO



O professor Jônatas Manzolli, do Nics: "Dependendo da interação com os cenários, gera-se a combinação sonora e visual" (Foto: Antoninho Perri)O nome da instalação, Hello Stranger, soa como intrigante saudação ao visitante, convidando-o a mergulhar no espaço fechado de 100 metros quadrados aonde a escuridão vai se transformar em ambiente de luz. Passo a passo, 36 colunas de luzes vão se acendendo, formando por meio de cores diferentes cenários que remetem a água, fogo, terra e ar (os quatro elementos da natureza), enquanto uma trilha sonora interativa guia o visitante ao sabor de sua curiosidade. “Ali a pessoa aguça o tato, a audição e a visão. É um espaço sensível”, define o professor Jônatas Manzolli, do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (Nics) da Unicamp, que acaba de retornar de Zurique, na Suíça, onde foi co-autor da instalação inaugurada em 20 de maio e que o público poderá experimentar até o dia 18 de junho.

Leitura pessoal do visitante dá o tom

Hello Stranger é uma experiência interdisciplinar inédita, que estabelece relação entre arquitetura, neurociências e música, e envolve ainda os arquitetos Stefan Jauslin e Mateja Vehovar, o light designer Rolf Derrer e o neurocientista Paul Verschure, da Universidade Federal de Zurique (ETHZ), responsáveis pela concepção visual – espaço, luzes e circuito de neurônios artificiais. Jônatas Manzolli, que criou a estrutura musical interativa, afirma que a expectativa é repetir o sucesso de um evento anterior que atraiu 150 mil visitantes durante os seis meses de exposição. “Conforme o visitante caminha pelo espaço, guiado pela música, a luz materializa formas diferentes. O objetivo é caracterizar o espaço de acordo com a leitura pessoal do visitante”, afirma.

O pesquisador brasileiro explica que foram montados quatro estruturas, cada umInstalação em Zurique: colunas de luzes dão forma aos cenários e circuito que acende e apaga as estruturas é controlado por um conjunto de neurônios artificiais com nove colunas de luzes que caminham vertical e horizontalmente, dando forma aos cenários. O circuito que acende e apaga as estruturas é controlado por um conjunto de neurônios artificiais, seguindo a dinâmica do espectador. “Quando lá cheguei, deparei-me com 32 cenários e minha função foi organizar a música de maneira a oferecer um retorno narrativo para as pessoas que interagiriam com as luzes; precisava criar trilhas sonoras que sinalizassem para elas as mudanças de ambientação”, acrescenta.

Manzolli decidiu trabalhar com uma sonorização entre a música de cinema e a música eletroacústica, trilhas que ele chama de ambientais e musicais. Para o ambiente da água, onde predomina a cor azul e uma dinâmica lembrando a chuva que cai, ele utilizou sons de instrumentos de percussão como marimba, xilofone e vibrafone, além de ruídos de água. No fogo, com cores vermelha e amarela, ruídos como os do estalar de gravetos que queimam e sons de instrumentos de cordas como violão e baixo acústico. A terra ganhou movimento de luzes na horizontal, percussão mais forte e sons vocais. O ar, simbolizado por luzes multicoloridas ou totalmente brancas, é marcado por sons ambientais e longos pedais.

O pesquisador do Nics informa que criou um cenário sonoro para cada um dos quatro elementos, mas que o espectador pode experimentar oito ou nove cenários visuais ao som de uma trilha que varia com o grau de interação e o número de visitantes. “O mais interessante é que a trilha não é única. Dependendo da interação com os cenários, gera-se a combinação sonora e visual. Assim, um visitante pode passar o dia inteiro na instalação sem que uma mesma combinação seja repetida. Como na vida, as coisas se repetem em certos níveis, mas um dia é diferente do outro”, compara.

Um dos ambientes mais atraentes, segundo Jonatas Manzolli, é o do fogo, com sua metáfora da chama por meio da luz. “Quando as pessoas se agrupam em um canto e várias colunas se acendem, há uma sensação de aquecimento e aconchego, mas ao mesmo tempo de temor de se queimar. No caso da água, quando alguém de aproxima de um pilar, o sinal é de que ‘parou’ de chover, o que também traz uma sensação de segurança. As crianças logo entendem a linguagem e passam a se agrupar e a dispersar, brincando por todo o espaço”, descreve o pesquisador.

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