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Pesquisas da FCM são premiadas em Boston
[25/5/2007] Marcondes Cavalcanti França Junior e Cláudia Vianna Maurer Morelli, alunos de doutorado da professora Iscia Lopes Cendes, do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp receberam dois prêmios por trabalhos apresentados no 59º Congresso da Academia Americana de Neurologia, ocorrido na cidade de Boston, EUA, entre os meses de abril e maio.
O pôster “Disfunção da substância branca cerebral na ataxia de Friedreich: um estudo com espectroscopia de prótons (1H-MRS)”, de Marcondes Cavalcanti França Junior, aborda as doenças neurodegenerativas em um projeto desenvolvido entre os Departamentos de Neurologia e Genética Médica da FCM. Cláudia Vianna Maurer Morelli recebeu o prêmio pela apresentação oral do projeto “Identificação do locus responsável pela epilepsia de lobo temporal mesial familial”. O trabalho lida com a epilepsia de lobo temporal (ELT). Por meio de estudos de genética molecular foi possível a identificação da região cromossômica que contém o gene causador da doença.
A grande importância do estudo está no fato de que a ELT sempre foi associada exclusivamente a fatores de predisposição ambientais, sendo que o trabalho de Cláudia é a primeira evidência concreta de que fatores genéticos podem também contribuir para essa forma de epilepsia. Esses achados mudam drasticamente a maneira como os pesquisadores básicos investigam a ELT e podem, até mesmo, influir no modo como os neurologistas a tratam.
Já o trabalho “O sucesso da cirurgia de epilepsia se relaciona a diferentes padrões de atrofia de substância cinzenta cerebral”, da aluna de doutorado Clarissa Yasuda, orientanda do professor Fernando Cendes, do Departamento de Neurologia da FCM, foi selecionado para participar do 27º Congresso Internacional de Epilepsia. O evento acontece de 8 a 12 de julho, em Cingapura.
Por meio do estudo de ressonância magnética (RM) cerebral pré-operatória de 70 pacientes com epilepsia submetidos à cirurgia, Clarissa conseguiu identificar áreas de atrofia da substância cinzenta que estão relacionados ao controle das crises epilépticas após a cirurgia. Os resultados mostraram que os pacientes que continuaram com crises após a cirurgia apresentavam áreas de atrofia da substância cinzenta fora do lobo temporal afetado, incluindo regiões no lobo temporal do outro hemisfério cerebral. Essas alterações não são vistas a olho nu, mas identificadas apenas com a análise matemática por computador.
Por outro lado, os pacientes que ficaram sem crises após a cirurgia apresentavam áreas de atrofia que eram mais restritas ao lobo temporal afetado. Desta forma, concluiu-se que o sucesso da cirurgia de epilepsia não depende exclusivamente da técnica de cirurgia utilizada, mas que outros fatores podem interferir no resultado da cirurgia e que devem ser entendidos com maior profundidade, para beneficiar um número cada vez maior de pacientes. O trabalho de Clarissa foi um dos oito selecionados entre os mais de 800 estudos inscritos.
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