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Um ‘Zidane’ à prova de impacto
Nem o burburinho foi capaz de “tirar a concentração” de “Zidane” no último dia 18 na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp. “Zidane”, no caso, era um boneco de plástico em tamanho natural, que foi empregado durante os testes da disciplina Introdução à Engenharia Mecânica. A exemplo do jogador de futebol Zinedine Zidane, que foi protagonista de uma cabeçada na última Copa do Mundo contra o italiano Materazzi, o “Zidane” da Unicamp desta vez recebeu o impacto de 151 alunos da faculdade, que confeccionaram camisetas antizidane. O teste consistiu em cada aluno vestir a camiseta no boneco, para verificar qual delas absorveria o maior impacto, desfechado por uma marreta.

No invento, que foi orientado pelo professor Celso Arruda, docente da FEM, cada aluno acabou por criar sua própria camiseta com material de sua escolha e que não ultrapassasse 2 cm de espessura. O aluno Giuliano Keisuke, 18 anos, optou por misturar espuma e CD na camiseta. “É uma tentativa”, sentenciou. “Mas nem sempre dá para saber como será. Nem eu sei que aluno terá a melhor performance. Será uma surpresa para todos nós”, contou Celso Arruda, falando sobre os diferentes tipos de materiais adotados.

Segundo Celso Arruda, haverá premiação para os melhores resultados e a eles será oferecido um estágio de pesquisa na Invento Soluções Tecnológicas, empresa que está em processo de incubação na Unicamp. “Trata-se de um estágio remunerado na empresa que tem a ver com o nosso Projeto Criança & Segurança, que envolve a segurança das crianças em transporte automobilístico. Esta empresa tem total interesse no desenvolvimento de produtos ligados a esta área”, pontuou.

Para isso, Guilherme Henrique Dias Ferreira, 19 anos, investiu todas suas “fichas”. Colocou na camiseta uma bolsa de gel furada em cinco pontos. “Acredito que quando ocorrer o impacto, será melhor absorvido”, disse. Guilherme informou que gostaria muito de ganhar o estágio. Já William Vidonscky buscou no isopor uma idéia. “Observei que para dilatar o isopor era necessário preencher espaços. Picotei o isopor e os espaços foram preenchidos com gel de cabelo. Algo inusitado. Também peguei a minha camiseta mais velha”, observou. “Agora, espero conseguir uma boa nota.”

Paulo Arruda, que acompanhou de perto a evolução dos impactos em “Zidane”, comentou que esta é uma avaliação que exclui privilégios a determinado aluno, em detrimento do outro, já que um dispositivo dentro do boneco indica qual foi o impacto. E foi justamente o pós-graduando Alexandre Fonseca, e uma equipe da FEM, que montou o boneco para os testes. “Nele instalamos um acelerômetro. Fixamos o boneco na base e colocamos peso para simular um ser humano de cerca de 70 Kg. Um software finaliza o processo, que capta os resultados eletronicamente, que é passado para uma planilha e compara os impactos”, explica Fonseca.


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