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Na FEF, os avanços das estratégias esportivas - 26/5/2008 O Brasil avança em estratégias esportivas. E alunos de mestrado e doutorado em educação física da Unicamp têm se destacado entre os estrategistas. O primeiro caso é o de Andréia Nogueira Miana, premiada no “New York Region Chapter of the American College of Sports Medicine”, em março deste ano, pela dissertação “Comparação entre protocolos de marcadores anatômicos e técnicos para análise cinemática na marcha e na corrida”. Recentemente convidado a ser o estrategista da Seleção Brasileira Olímpica de Judô, o aluno de doutorado da FEF Leonardo Mataruna é um dos profissionais que hoje percorrem o mundo captando imagens de campeonatos para melhorar o rendimento e o desempenho de atletas brasileiros. A missão: gravar, com o trabalho do cineasta Cavi Borges, as lutas dos adversários dos brasileiros, a fim de estudar todas as movimentações, características e caminhadas, tipos de pegadas de kimonos, golpes preferidos e estratégias a ser usadas contra os brasileiros.
No caso do judô, os estrategistas brasileiros estão no mesmo nível de profissionais da França, da Coréia, do Japão e da Rússia, segundo Mataruna. Ele explica que tudo é feito em tempo real, desde a gravação até a planificação em estatística do material obtido e o encaminhamento de dados aos técnicos e aos atletas antes de cada combate. “A idéia é que eles se previnam de um possível elemento surpresa”, acrescenta. A edição em estúdio tem como finalidade abastecer a videoteca dedicada a auxílio de técnicos da base e aos atletas que compõem as seleções A e B de judô.
As primeiras dicas de retransmissão de informações foram oferecidas pelo orientador de Mataruna, José Júlio Gavião, professor do Departamento e do Laboratório de Atividade Motora Adaptada da FEF, durante a gravação e lutas realizadas por atletas cegos nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004. Segundo o estrategista, na ocasião, a equipe formada por dois técnicos e um diretor técnico trabalhou com câmeras profissionais utilizadas em produções cinematográficas. Tripés italianos, computadores e softwares de última geração. “Foi o melhor resultado da história das paraolimpíadas com quatro medalhas no judô. O diretor filmava e corria para a área de aquecimento, onde nós, técnicos, assistíamos e explicávamos as táticas para os atletas. A estratégia era repassada por meio de uma simulação dos técnicos”, explica.
Como a missão estrategista é cruzar o céu e o solo, mal chegou da copa do Mundo de Judô em Belo Horizonte, Mataruna e a equipe técnica partiram na semana passada partiram para a Rússia e, em seguida, irão para o Azerbajão, de onde retornam somente em 5 de junho. Mas a parada em solo brasileiro durará só quatro dias, pois dia 9 embarcam novamente para a Grécia e depois para o período de aclimatação no Japão, permanecendo no Oriente até os Jogos de Beijing.
Prêmio Há oito meses, o Laboratório de Análise do Movimento Humano “The Leon Root”, localizado no Hospital for Special Surgery, em Nova York, passou a ser o local onde Andréia Miana, mestre pela FEF, desenvolve suas pesquisas relacionadas à área de biomecânica. Em março, nesta mesma cidade, Andréia recebeu o prêmio de melhor trabalho no evento “New York Region Chapter of the American College of Sports Medicine” pela dissertação “Comparação entre protocolos de marcadores anatômicos e técnicos para análise cinemática na marcha e na corrida”, orientada pelo professor Ricardo Barros da FEF. O evento, segundo a pesquisadora, tem como objetivo promover a discussão sobre ciência aplicada ao esporte e atualidades na área da medicina desportiva, como prevenção e reabilitação relacionadas ao exercício físico.
No evento, foi realizada a primeira competição anual de pesquisas, relacionadas à área de ciências do esporte, realizadas por profissionais e alunos na área da saúde (médicos, fisioterapeutas e educadores físicos). “Havia premiações para o primeiro, segundo e terceiro lugares. Após uma apresentação oral de todos os trabalhos, minha dissertação ganhou o primeiro prêmio de melhor qualidade científica do evento.
No projeto de dissertação, Andréia comparou dois protocolos de marcadores (anatômicos e técnicos) usados para representar o corpo humano durante a análise cinemática da marcha e da corrida de velocistas do sexo masculino. “Nós calculamos, a partir de cada protocolo, a variabilidade na determinação das posições dos centros articulares e os ângulos articulares dos velocistas durante o movimento”, explica. Os resultados, segundo a pesquisadora, mostraram que as posições dos centros articulares, calculados pelos protocolos, não foram estatisticamente diferentes.
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