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Ex-ministro participa da XIII Semeagri - 3/6/2008 – Teve início segunda-feira (2), no Centro de Convenções da Unicamp, a XIII Semana de Estudos em Engenharia Agrícola (Semeagri), evento organizado pelos alunos da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri). O ponto alto da cerimônia de abertura foi a presença do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan. Em sua palestra, Furlan disse aos alunos presentes que eles certamente desfrutarão, num futuro próximo, de um quadro extremamente favorável ao Brasil no cenário mundial. “Especialistas apontam que o Brasil deverá ser a quarta economia do mundo em 2050, atrás apenas de China, Estados Unidos e Índia. E o agronegócio será o grande responsável por isso. Temos excelentes condições para isso”, afirmou o ex-ministro. O evento seguiu até sexta-feira (6).

Furlan, que atualmente se dedica à presidência da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), mencionou também a polêmica criada sobre os biocombustíveis brasileiros. “Existe uma campanha que coloca o biocombustível como responsável pela inflação dos alimentos. Isso está muito ligado à questão americana de transformação do milho em etanol. A cana-de-açúcar não compete com alimentos. A verdade é que no imaginário mundial o biocombustível pode estar provocando a fome no mundo e os altos preços dos alimentos”, esclareceu ele.

“O Brasil tem um bom projeto, mas que precisa ser divulgado para que isso transforme o que existe numa verdade midiática”. Muitas vezes, de acordo com Furlan, a verdade não chega na comunicação e a mídia diz que o Brasil destrói a Amazônia e a cana-de-açúcar é um mal que vai trazer a fome ao mundo. “Isto não é verdade. O Brasil tem que sair da posição defensiva e mostrar um caminho que serve não só para nós, como para outros países da região”, concluiu Furlan.

Para o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, a semana ataca um ponto importantíssimo que é contribuir para a formulação de políticas públicas. “Acho que não há nada mais urgente no país nesse momento do que construir uma sólida, eficiente e eficaz política agrícola. Essa seria a grande contribuição para consolidar e sedimentar definitivamente esse alicerce que o país encontrou para o seu desenvolvimento econômico”, analisou Tadeu.

Segundo o reitor, é extremante importante que passemos a pensar o Brasil dotado de uma política agrícola e não mais uma política econômica para a agricultura. Há, de acordo com ele, uma diferença muito grande entre essas coisas. “Acho que estamos no momento que é extremamente relevante discutir uma política agrícola para o país, que se sustente nos fundamentos da agricultura, da agropecuária brasileira e do comércio internacional voltado à questão dos alimentos. Estamos falando de temas como a infra-estrutura, sobre equipamentos e produtos, além do zoneamento, para afastar de vez qualquer dúvida ou dicotomia que já percebemos na polêmica biocombustíveis x produção de alimentos”.

“Essa dicotomia é falsa, principalmente se tivermos uma política agrícola que sustente um modelo que permita conciliar a produção de combustíveis com base biológica e produção de alimentos. Isso é perfeitamente possível”, reiterou Tadeu Jorge. A cerimônia de abertura contou ainda com a participação do diretor da Feagri, Denis Miguel Roston; do superintendente do Centro de Tecnologia (CT) da Unicamp, Cláudio Bianor Sverzut e do acadêmico Murilo Augusto Antunes da Silva, representante da Comissão Organizadora da XIII Semeagri. (Jeverson Barbieri)

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