Recursos aprovados pelo Banco Santander
vão garantir intercâmbio com Espanha e Argentina
Acordo consolida
cátedras da Unicamp no exterior
LUIZ SUGIMOTO
A partir de 2004, a Unicamp vai instalar cátedras nas quatro áreas de conhecimento - ciências humanas, exatas, tecnológicas e biológicas - com universidades de excelência da Espanh e da Argentina a. Segundo o professor Luís Cortez, coordenador da Coordenadoria de Relações Internacionais e Institucionais (Cori), recursosde 332 mil dólares já aprovados pelo Banco Santander permitirão a ida de quatro professores da Unicamp e a vinda de quatro professores espanhóis, um de cada área, anualmente, num programa previsto para durar quatro anos. O docente será contemplado com passagem aérea e 2.200 dólares mensais, o equivalente a uma bolsa concedida pela Fapesp.
"Anunciamos há poucas semanas a cátedra com a Universidade de Buenos Aires, para o qual o Santander destinou 60 mil dólares, prevendo-se a ida de um professor por ano. O acordo com a Espanha envolverá quatro docentes por ano, num fluxo mais intenso", observa Cortez. Nas próximas semanas a Cori anunciará as instituições espanholas que participarão da parceria, depois de concluídos os contatos envolvendo a Universidade Autônoma de Barcelona, Universidade de Barcelona, Universidade Complutense de Madrid, Universidade Politécnica da Catalunha, Universidade Politécnica de Valência, Universidade de Salamanca, Universidade de Sevilha e Universidade de Valladolid.
Luís Cortez adianta a possibilidade de cátedras também com universidades portuguesas e italianas, viabilizadas com apoio de empresas daqueles dois países. "As cátedras são boa oportunidade para que professores da Unicamp já em fase de excelência possam realizar trabalhos de pesquisa e lecionar em universidades de boa reputação da Europa. Eles podem participar de grupos financiados por fontes internacionais, ainda pequenas para nós que dependemos essencialmente do sistema Capes, CNPq e Fapesp", salienta.
A idéia é abrir uma porta de entrada sistematizada através dos países do sul da Europa, mais receptivos num primeiro momento devido à afinidade cultural vinda da latinidade. "Eles são bem avançados em áreas como medicina, engenharia e tecnologia da informação, mas em um nível mais compatível com o nosso; são parceiros iguais, que precisam suprir as mesmas necessidades", opina Cortez. Para ele, a consolidação das cátedras a partir dos países ibéricos deve atrair os demais como Alemanha e Suécia, que têm grandes filiais no Brasil.
Graduandos - A Unicamp está formalizando ao presidente do grupo Santander o pedido de criação de um fundo de mobilidade também para alunos de graduação, entre países ibero-americanos, no valor sugerido de R$ 100 mil por ano. Assim como em relação às cátedras, a proposta é oferecer ao estudante uma nova alternativa além dos créditos governamentais para aprimoramento no exterior. "Temos uma demanda reprimida com a Argentina, por exemplo. A universidade no mundo está caminhando para diplomas de currículos de graduação internacionais. Na Europa, num futuro próximo, as instituições de ensino superior irão emitir diplomas válidos para todo o continente. Estamos iniciando este processo de internacionalização da Unicamp, como a titulação dupla (com a França) em alguns cursos. Mas queremos ampliar esse grau de internacionalização, sendo que o maior entrave é o financeiro", diz Luís Cortez.