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Fórum Permanente
debate alimentos funcionais


ANTONIO ROBERTO FAVA


O professor Carlos Anjos: “Tornou-se óbvia a relação da dieta com o estado de saúde” - Foto: Neldo CantantiOs alimentos funcionais, produtos alimentícios com propriedades nutricionais à saúde do ser humano, é o tema central dos debates do próximo Fórum Permanente do Agronegócio, dia 27 (quinta-feira), no auditório da Biblioteca Central da Unicamp, a partir das 9 horas da manhã. Organizado pela Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) e Faculdade de Ciências Médicas (FCM), o evento é o 8º de uma série de seminários que vêm sendo realizados na última quinta-feira de cada mês. Com a participação dos professores José Tadeu Jorge, vice-reitor da Universidade, e Carlos Anjos, diretor da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), Luiz Cortez, coordenador da Cori, e Antonio de Azevedo Barros, da FCM, o próximo fórum vai debater, entre outros assuntos, as principais fontes de alimentos e consumo de carotenóides no Brasil, assim como novos conceitos do que vêm a ser alimentos funcionais.

O programa do Fórum foi preparado de maneira a proporcionar aos participantes discussões sobre assuntos relacionados aos principais conceitos de alimentos funcionais abordando aspectos da medicina e da saúde, da engenharia de alimentos e da nutrição em suas diferentes fases, como colheita, processamento, conservação, distribuição dos alimentos, composição e balanço calórico e funcional.

Nesta entrevista ao Jornal da Unicamp, o professor Carlos Anjos, diretor da FEA, explica os mais importantes focos de discussão e debate do evento.

Jornal da Unicamp – Qual o principal propósito do Fórum e o que deve apresentar de novo em termos de alimentos funcionais?
Carlos Anjos – O Fórum se propõe a discutir as oportunidades atuais e o potencial dos produtos da agricultura brasileira que, de certa maneira, possuem propriedades funcionais e os benefícios à saúde humana relacionados ao consumo de alimentos e às ações do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado de São Paulo no combate à fome e à desnutrição infantil da população. Historicamente, os alimentos, assim como os medicamentos, foram diferenciados por suas relações com a manutenção da saúde, o tratamento e a cura de doenças. Verifica-se que a legislação de muitos países foi estabelecida definindo os alimentos como produtos que têm por finalidade nutrir. Os medicamentos, por sua vez, teriam a função de curar, tratar de doenças e amenizar seus sintomas. Todavia, há muito tempo se reconhece a relação entre dieta, a manutenção da saúde e a prevenção de doenças. A falta de nutrientes essenciais – absorvidas por meio da alimentação – pode causar problemas de saúde.


Jornal da Unicamp – O que são basicamente alimentos funcionais?
Carlos Anjos – Verifica-se que, com a atenção que passou a ser dada à presença de substâncias e suas funções na saúde das pessoas, surgiu o termo “funcional”. Dessa forma, “alimento funcional” passou a ser utilizado para fazer referência aos alimentos ou seus componentes que possuem funções na saúde do indivíduo e informam na sua rotulagem e divulgação. Na maioria dos países onde a legislação aceitou a inovação de mercado, não se criou uma nova categoria de alimentos, mas apenas uma nova forma de posicionamento dos alimentos no mercado. Para transmitir essas descobertas tais produtos apresentam, em sua rotulagem ou comunicação, a descrição de suas funções na saúde. Essa descrição deve sempre estar baseada nas evidências científicas sobre produtos e seus componentes na saúde humana.

Novos conceitos vão ser discutidos

Jornal da Unicamp – Como estão, hoje no Brasil, as pesquisas voltadas aos alimentos funcionais?
Carlos Anjos – Com o advento de estudos, pesquisas e observações, tornou-se óbvia a relação da dieta com o estado de saúde e redução do risco de certas doenças. Os resultados dessas pesquisas indicam, para substâncias presentes em alimentos, algumas com funções já conhecidas no metabolismo, como vitaminas e minerais; outras, cujas funções eram até então desconhecidas, como os antioxidantes, fibras alimentares e certos ácidos graxos, entre outros. Mesmo para os nutrientes conhecidos, foram sendo evidenciados novos papéis na saúde, além daqueles clássicos citados na literatura sobre alimentos.

Jornal da Unicamp – Há algum projeto com vistas a reduzir a fome e a desnutrição infantil no Estado de São Paulo?
Carlos Anjos – Sim, o Fórum pretende apresentar aos participantes as ações e os programas do Conselho Estadual de Segurança Alimentar (Consea-SP) no que se refere à redução da fome e da desnutrição infantil no Estado, com base no melhor aproveitamento de alimentos provenientes da agricultura familiar e culturas regionais, por meio das diversas organizações governamentais e não-governamentais.


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