O projeto prevê que o rufo coletor e o reservatório possam ser adquiridos em módulos fáceis de transportar e manusear. A instalação deve garantir a separação das águas recolhidas das chuvas da água tratada. José Vicente esclarece: "Os módulos permitem a ampliação gradual da área de contribuição - área do telhado efetivamente utilizada para captação - e da capacidade de armazenamento, conforme as disponibilidades financeiras do usuário e de suas necessidades de consumo. O custo do rufo e do reservatório pode ser atenuado com a utilização pelo fabricante de materiais recicláveis, como os das embalagens PET, por exemplo".
O autor exemplifica calculando o volume de água que pode ser recolhido tomando como referência Santa Bárbara d'Oeste, cidade onde reside e que tem 170 mil habitantes e cerca de 46 mil domicílios (fonte censo IBGE 2000): "Considerando 10 mil casas com quatro módulos de reservatório de 120 litros cada uma, num total de 480 litros, uma área de contribuição de 36 m2 e índice pluviométrico médio anual para a região de 1100 mm, seria possível captar 396 mil m3 de água por ano". As primeiras águas devem ser desprezadas por que arrastam a poeira e os gravetos acumulados no telhado e nos coletores e por serem ácidas.
O sistema despreza as águas depois dos reservatórios abastecidos e impede que no coletor fiquem águas paradas, responsáveis pela proliferação de insetos vetores. Prevê também modelos de coletores adaptáveis aos vários tipos de telhas e módulos de reservatórios construídos em várias geometrias. Um dos modelos possíveis seria o tubular, que poderia acompanhar todo o perímetro da residência, permitindo a instalação de torneiras nos vários lados (veja ilustração). Mas dependendo da utilização da água, os reservatórios podem ser colocados abaixo do telhado, mas acima do solo, de forma a permitir escoamento por ação da gravidade.
José Vicente considera ainda o sistema ideal para regiões semi-áridas, com baixos índices pluviométricos e não atendidas por rede elétrica. Nesse caso, a água acumulada em cisternas seria retirada em baldes, com a utilização de sarilho. Ele lembra também a possibilidade de uso em condomínios com área impermeabilizada de mais de 500 m2, conforme previsto em legislação específica do Estado de São Paulo para novas edificações, que visa conter as águas, evitar enchentes e possibilitar economia.
O trabalho premiado, em estudo no Departamento de Desenvolvimento da Tigre, tem sido progressivamente aperfeiçoado pelo autor, atento aos avanços tecnológicos.