Unicamp recebe três
prêmios em congresso
MANUEL ALVES FILHO
A Unicamp ganhou três prêmios conferidos durante o 26º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), ocorrido entre os dias 12 e 14 de maio, em Campos do Jordão. O “Prêmio Geral” foi entregue a Vivian Cristine Calegari pelo trabalho “Papel da Proteína Reguladora SOCS3 sobre o Cross-Talk Molecular entre a Sinalização da Angiotensina II e da Insulina Efeitos sobre a Associação entre Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus”. O “Prêmio Jovem Cardiologista” foi conquistado por Wilson Nadruz Junior, autor do estudo “Quinase de Adesão Focal Regula a Ativação de MEF2 e C-JUN Induzida por Sobrecarga Mecânica em Miócitos Cardíacos: Efeito sobre o Programa Gênico Relacionado à Hipertrofia Cardíaca”. Já a pesquisa “O Papel da Adesão ao Tratamento na Hipertensão Arterial Refratária”, apresentada por Walnéia A. Souza, foi a vencedora do XI Simpósio de Farmacologia do Congresso.
De acordo com o presidente da Socesp, Otávio Rizzi Coelho, que também é professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, esta é a primeira vez que a Universidade é premiada pela entidade. Os três prêmios, afirma, constituem um reconhecimento à excelência das atividades de ensino e pesquisa da instituição. Ele destaca que o Congresso, que contou com 5.700 participantes, recebeu a inscrição de 920 temas livres para avaliação. “Essas conquistas refletem a preocupação da Unicamp em investir não apenas em infra-estrutura, que é importante, mas também em recursos humanos. A Unicamp está entre a instituições que exercem a liderança na área da cardiologia no Estado de São Paulo”, analisa.
Os estudos dos especialistas da Universidade ganham ainda maior relevância, conforme Rizzi Coelho, porque concorreram com trabalhos de altíssimo nível, elaborados por profissionais de instituições brasileiras igualmente importantes, como USP e Instituto Dante Pazzanese, para ficar apenas em dois exemplos. Além disso, o Congresso também recebeu inscrições de pesquisas desenvolvidas na Espanha e Estados Unidos. “Esse prêmio representa um enorme incentivo aos trabalhos que temos desenvolvido na Faculdade de Ciências Médicas”, acrescenta Wilson Nadruz Junior, que é professor da disciplina de Cardiologia da FCM. Segundo ele, sua pesquisa foi aceita para publicação na revista “Cardiovascular Research”, uma das mais prestigiadas da área.
Para o professor Kleber Gomes Franchini, orientador do trabalho de Nadruz, o prêmio é o resultado de um esforço que já soma oito anos. O estudo integra uma linha de pesquisa que vem sendo desenvolvida no Laboratório de Fisiopatologia Cardiovascular da FCM, com o apoio da Fapesp. “Este prêmio é um estímulo para todos nós que estamos empenhados em gerar conhecimento e transformá-lo em algo útil para a sociedade. Felizmente, a Unicamp tem nos proporcionado excelentes condições para a busca dessa meta”, afirma.
O professor Licio Velloso, orientador do trabalho que conquistou o “Prêmio Geral” do Congresso da Socesp, que compreende parte da tese de doutorado de Vivam Calegari, também considera a láurea um valioso incentivo aos trabalhos que vêm sendo executados por seu grupo. “Para mim, particularmente, é uma honra tal reconhecimento”. Segundo ele, os bons resultados alcançados até aqui decorrem ainda do apoio da Fapesp. Uma das missões da linha de pesquisa coordenada por Velloso é estudar elementos comuns a doenças como a hipertensão arterial e o diabetes. O objetivo é abrir caminho para o desenvolvimento de um fármaco que possa servir ao tratamento conjunto dos dois males. “A idéia é tornar o combate a essas doenças mais eficaz e mais barato também”, explica. Também assinam o trabalho Paty K. Picardi e Mario J. Saad.
O terceiro estudo premiado pela Socesp, este dentro do Simpósio de Farmacologia, foi orientado pelo professor Heitor Moreno Junior. O trabalho, realizado junto ao Setor de Farmacologia Cardiovascular e Hipertensão do Hospital das Clínicas (HC) e FCM, trata da adesão ao tratamento da hipertensão arterial, com ênfase à questão da qualidade de vida dos pacientes. Moreno Junior também considerou o prêmio como um inestimável reconhecimento à qualidade das pesquisas acadêmicas produzidas pelo seu grupo.