RAQUEL DO CARMO SANTOS
Uma formulação especial para idosos apresentou bons resultados quando aplicada em 14 voluntários, entre 68 e 95 anos, com quadro de desnutrição ou risco de desnutrição. Depois dos testes, parâmetros bioquímicos avaliados, como proteínas totais, colesterol, vitamina B12, ácido fólico e magnésio, tiveram aumento significativo e considerável para melhora do estado nutricional dos idosos. A nutricionista Valéria Maria Caselato, responsável pela pesquisa, também observou um ganho de peso médio de quase dois quilos, sendo que 30% dos idosos estudados conseguiram aumentar o Índice de Massa Corporal (IMC), de abaixo do nível 22 correspondente à classificação de magreza para valores dentro da normalidade.
A fórmula foi desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, pelos pesquisadores Valdemiro Carlos Sgarbieri e Fabiane La Flor Ziegler. Contempla, em sua composição, a proteína do soro do leite, com elevado valor nutritivo e fisiológico e o hidrolizado de colágeno bovino. Outros nutrientes deficientes na população idosa como carboidratos, fibras solúveis, vitaminas A, C, E e também do complexo B, compõem a formulação.
Os voluntários foram pacientes selecionados no Ambulatório de Geriatria do Hospital das Clínicas da Unicamp (HC) e de duas instituições Asilo São Vicente de Paula e Pensionato Maria Imaculada ambas localizadas na cidade de Atibaia, no Estado de São Paulo. Formulado em dois sabores diferentes chocolate e leite , o produto em pó foi adicionado ao leite desnatado para ingestão duas vezes ao dia, durante o período de três meses.
Para participar da pesquisa, Valéria selecionou pessoas com idade acima de 60 anos e que estavam com IMC abaixo de 22 kg/ m2, além de outros critérios específicos. Cada voluntário foi submetido às avaliações antes da ingestão do produto, durante e ao final do período de estudo. Com isso, a nutricionista conseguiu dados representativos do estado nutricional, bioquímico e dos parâmetros antropométricos durante toda a pesquisa. “A fórmula teve boa aceitação pelos idosos. Foi bem-tolerado e não apresentou efeitos adversos”, explica. O trabalho faz parte da dissertação de mestrado de Valéria, orientada pelos professores Valdemiro Carlos Sgarbieri, da FEA, e por Maria Elena Guariento, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), além de contar com a colaboração da professora Nelci Femalti Höehr, da mesma unidade.