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Exposição traz fotos de Joni Meyer
6/5/2008 “Eu gosto de fotografar, não sei desde quando. Eu me lembro que quando era pequeno, meu pai, um pastor protestante, fotografava muito quando viajava. E deixava-me usar sua máquina, uma velha Kodak Retinette Sanfona, que não tinha fotômetro nem telemetria. Os cálculos eram estimados”, recordou João Frederico da Costa Azevedo Meyer, o Joni. O tempo passou, e a fotografia continuou presente para o ex-diretor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc). Desde a última sexta-feira (9), às 20 horas, ao lado de 16 alunos do professor Fábio Fantazzini, Joni expõe duas imagens na mostra Diários de Viagens, no Espaço Diálogo no Escuro, no Shopping Galleria, em Campinas. A exposição segue até 30 de junho.
Sobre as imagens, Joni esclareceu que uma foi feita no interior de Santa Catarina e a outra, na cidade de Armênia, na Colômbia, onde há uma universidade com pós-graduação com a qual ele coopera de maneira regular e intensa. “A expectativa de todos os expositores é que, em contato com as fotos, as pessoas façam as suas próprias viagens. Seguramente minha cena na Colômbia, num pedaço de mato na região da província do Quindio, que é o vale do café, remeterá os espectadores a lugares diferentes. Assim como a cachoeira em Santa Catarina dá a idéia de mato, de preservação do ambiente”, analisou o fotógrafo.
Joni observou que no grupo de alunos estão, além dele, outras pessoas ligadas à Unicamp, como a professora aposentada do Imecc, Alice Grou; Joaquim Bustorff Silva, docente da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e Edson Françozo, do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). “O Edson, inclusive, utiliza uma máquina muito especial, uma Leica, presente da família do professor Walter Hadler, um antigo diretor do Instituto de Biologia (IB)”, comentou Joni.
O matemático lembrou também que, quando começou a dar aulas na Unicamp, conheceu Fernando Antonio Vanini, professor da Computação, que o fez descobrir a maravilha de trabalhar em um laboratório de fotografia. “Para desespero de nossas esposas, ele fechou a cozinha de minha casa e fizemos dali, durante um bom tempo, um laboratório. Claro, a qualidade técnica das fotografias não era lá essas coisas, porém, o universo aberto para mim foi fantástico”, divertiu-se Joni.
Por isso prefere fotografar em preto-e-branco porque permite ir ao laboratório e consertar alguns detalhes. “O preto-e-branco certamente remete à infância e ao descobrimento da fotografia. Mas uma das coisas bonitas que a gente faz é pegar uma foto da qual se gosta muito e, a partir do tema, passar ao sépia. Aí você recupera uma coisa totalmente nostálgica”, analisou.
O ex-diretor do Imecc gosta muito de fotografar telhados antigos, cujas geometrias, segundo ele, são “rebeldes e indisciplinadas”. “Aquelas telhas não são feitas industrialmente. São feitas em formas artesanais do interior e esteticamente são muito bonitas”, comparou.
(Jeverson Barbieri)
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