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16 Evento realizado em Portugal coloca questões sobre a nossa identidade Procurar alternativas para as imagens pisadas e repisadas da relação Brasil-Portugal, focando o encontro ( antes do "descobrimento"), olhando as diferenças, as complementaridades, as articulações possíveis. Este é o tom de uma série de colóquios que acontecem de março a dezembro em Lisboa, Portugal, pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Ispa (ver texto nesta página), e que tem como coorganizadora a Unicamp, na pessoa do professor do Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), Haquira Okasabe. Ao lado de Tânia Alkmin, do Departamento de Lingüística do IEL, Haquira participou do primeiro colóquio, que aconteceu nos dias 25 e 26 de fevereiro e teve ainda a participação de Luciana Stegagno Picchio, da Universidade de Roma, e do Ministro da Educação de Portugal, Guilherme dOliveira Martins. "O grande interesse deste evento é que ele procura apresentar problemas e despertar reflexões, sem cair nas comemorações fáceis", explica Haquira. Ele evoca as palavras do diretor do Ispa, Frederico Pereira, que escreve no programa do evento: "Não se trata de apenas descobrir semelhanças, mas igualmente de identificar diferenças em redor das quais projetos comuns possam vir a tomar corpo". No evento, o professor Haquira Osakabe tratou do processo pelo qual a literatura brasileira foi-se distanciando da literatura portuguesa. Procurou privilegiar o momento particularíssimo que representou para o desenvolvimento da cultura brasileira a virada do século no Rio de Janeiro e os anos 20 em São Paulo. Ele insistiu na importância de dois fatores decisivos na afirmação de uma língua literária "parecendo com o Brasil": a pluralização e complexificação da cena social brasileira do ponto de vista cultural e lingüístico e o papel decisivo que representou a imprensa na vida intelectual do país. A maior informalidade, ou o tom quase rebaixado de uma prosa como a de Lima Barreto, decorreria tanto da exigência de experiência de uma outra linguagem, bem como do afrouxamento das restrições sociais decorrentes das alterações dos costumes que se observaram naquele momento. Por outro lado, complementarmente, parece ter sido também decisivo para a afirmação paulatina de uma literatura nacional a constituição de um espaço mítico "brasileiro" (o sertão) naquele momento revelado em sua inteireza e mistério por Euclides da Cunha. Ao lado, um resumo da comunicação da professora Tânia Alkmin. O Ispa um centro privilegiado O Ispa (Instituto Superior de Psicologia Aplicada) é uma das mais importantes instituições de ensino superior de Portugal. Trata-se de uma entidade privada que tem como objetivo principal a formação de psicólogos e psicanalistas, no sentido estrito do termo, mas que tem como uma de suas marcas mais fortes a abertura de seus profissionais para outras áreas de conhecimento. Justamente por conta dessa marca, o Ispa decidiu organizar, em função dos 500 Anos, um evento que se estenderá o ano todo e que terá como finalidade ir além das ambições comemorativas, colocando em pauta mais os problemas que suscitam as relações entre Brasil e Portugal. Tal evento será organizado por meio de diferentes colóquios envolvendo personalidades do mundo acadêmico, cultural e político do Brasil e de Portugal. A coordenação do evento ficou por conta do Dr. Frederico Pereira (Ispa) e Nilson Louzada (Assessoria de Meio Ambiente no Amapá). Tem colaborado também na organização do evento o professor Haquira Osakabe, docente aposentado da Unicamp. O evento já contou no seu primeiro colóquio "Uma língua e várias culturas" com a participação da professora Tânia Maria Alkmin, do IEL, além do próprio professor Osakabe. Outros pesquisadores da Unicamp estarão presentes em colóquios posteriores, como é o caso dos professores Reginaldo C. C. de Moraes, do IFCH, e Francisco Foot Hardman, do IEL. Vários outros nomes conhecidos nos meios culturais brasileiros deverão ainda participar dos vários colóquios programados. Dentre eles, Aziz Ab-saber, Milton Hatoum, Maria Rita Kehl, Inácio Araújo, Deia Fenelon, além de lideranças indígenas e ambientalistas e representantes de movimentos sociais como o MST. |
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