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Páginas 8 e 9

Entrevista

O inventário inacabado

João Quartin de Moraes (à direita), professor titular do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, militou na resistência armada no final dos anos 60. Exilado na França de 1970 a 1980, doutorou-se na Academia de Paris. Na entrevista que segue, o professor, que foi diretor do IFCH, discute a atuação da Unicamp nos trabalhos de identificação das ossadas de Perus.

P – O senhor testemunhou todo o processo que culminou na repressão aos militantes da esquerda?

João Quartin de Moraes – Não, apenas uma parte dele. Estava exilado, condenado por ato de resistência à ditadura militar. Isso tem uma relação com o que falaremos depois, já que eu não estava aqui, não sou testemunha ocular, apesar de manter intensos contatos com o Brasil. E, até profissionalmente, acabei depois fazendo minha tese sobre as instituições políticas brasileiras no século 20. Portanto, acabei estudando o assunto por razões acadêmicas, adquirindo um conhecimento um pouco mais sistematizado do que apenas o de testemunha de uma época, embora, da França, sempre acompanhasse a situação do país por intermédio de contatos.

P – O senhor militou em qual organização?

R – Militei na organização que mais tarde se chamaria VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). O processo da minha condenação se arrastou por muito tempo, até porque boa parte dos indiciados morreu nos porões do DOI-CODI. Condenado, mesmo, só fui em 1977, quando terminou o processo. Dois anos depois veio a Anistia.

P – Quando o senhor deixou o Brasil?

R – Em meados de 1969. Fui para o Uruguai e, de lá, segui para a França. Esse negócio de sair do país parece que é fácil, mas não é, não. Tinha medo até de que a ditadura pudesse me acusar de terrorista, assaltante de banco, conseguindo, assim, uma extradição. Mas, nesse ponto, na verdade, a desmoralização da ditadura militar, vista como regime de torturadores, era tão grande lá fora que ninguém foi devolvido ao Brasil, mesmo aqueles envolvidos em operações armadas e de ataques a bancos. No meu caso, não houve isso. Fiquei exilado com direito a ser residente permanente na França. Voltei por causa da Anistia; voltei porque não queria virar francês.

P – Em que ano o senhor ingressou na VPR?

R – Em 1968, assim que voltei ao Brasil, depois de dois anos de estudos na França. Eu era um jovem professor, naquele tempo recrutava-se mais depressa...Graduei-me na USP, em Direito e Filosofia. Fui professor na Maria Antônia. Comecei a carreira bastante moço como professor na escola secundária, mas logo, aos 23 anos, com uma idade que hoje pode parecer ridícula – naquele havia menos oferta de docentes – eu fui professor da USP, de História da Filosofia Antiga, que foi minha primeira especialização. Isso não se faz mais – nem deve ser feito -, mas ainda era um momento de muito recrutamento. Isso foi em 1965, depois fiquei dois anos na França. Na volta me articulei e engajei-me na resistência à ditadura, na luta armada, que desencadeou-se no início de 1968.

P – O senhor tinha contatos dentro das organizações de esquerda?

R – Sim, tanto que voltei para as atividades profissionais já com um compromisso maior com a luta clandestina. Perdi muitos amigos. É uma questão com a qual me sensibilizo, não só como cidadão, mas também faz parte da minha vida, por saber que estraçalharam, descascaram viva, gente do meu círculo, pessoas amigas. A tortura faz parte da minha experiência, da minha vida pessoal, embora nunca tenha sido vítima dela. Não me pegaram, mas colocaram retratos meus espalhados por todos os lugares. Tive a honra de estar naqueles cartazes que eles faziam e colocavam "assassino", por que a esquerda matava os "meganhas" mesmo, atirava de verdade.

P – O senhor chegou a participações de ações armadas?

R – Eu, pessoalmente, participei de uma ou outra. Não gostaria de personalizar demais. Moralmente, eu me considero solidário aos companheiros que pegaram em armas. Contra a violência dos golpistas, dos torturadores, respondemos pela violência revolucionária. Dirigida também contra os agentes do imperialismo, como capitão Chandler, da CIA, que veio para cá depois de passar pelo Vietnã. Ele, que foi morto pela resistência, dava conferência para a direita, no Mackenzie e, nos bastidores, treinava torturadores.

P – Onde foi isso?

R – Em São Paulo. Essa ação me valeu dois anos de condenação. Não participei diretamente, mas eu era da direção do grupo. Poderia valer até 20 anos de cadeia, não interessa. O gringo veio aqui ensinar torturador... Ele estava achando que ia fazer o que queria, estava subestimando o fato de que havia uma resistência armada à ditadura.

P – Em que nível se dava a ingerência norte-americana?

R – A diferença é que, no Brasil, os americanos nunca precisaram intervir diretamente. A ingerência era freqüente, mas não havia presença física, ostensiva. Isso é o que engana muita gente, principalmente quem não tem consciência política. A presença não era como em Honduras, na Guatemala, onde os caras estão lá, andando nas ruas, onde a coisa é descarada. Aqui, de fato, não foi assim, por que não foi preciso, do contrário teria sido. Nós sabemos hoje, na verdade está demonstrado desde os anos 70, que o golpe dado no Brasil foi com total articulação com eles, conforme denunciou a esquerda. Tanto que eles deslocaram uma força-tarefa e porta-aviões para cá, como costumam fazer. Se o João Goulart tivesse conseguido se manter no governo, eles teriam entrado em ação. O golpe triunfou. Se não tivesse, eles teriam entrado.

P – Qual era a função da CIA nesse cenário?

R – A participação da CIA era de treinamento, formando torturadores e outros especialistas da repressão. O objetivo da tortura enquanto método policial-militar é a coleta rápida de informações. Descontando o aspecto da crueldade, porque tem muita gente que é tarada, cruel no sentido psicanalítico, científico. O que é crueldade? A crueldade é você tirar prazer do sofrimento do outro, você gozar com o sofrimento dos outros. A natureza tem dessas coisas...Então, o sujeito é cruel, não adianta você argumentar com ele. Descontada essa patologia, ela é uma técnica de coleta rápida de informações, uma corrida contra o relógio. Para tomar a informação e operacionalizá-la. A CIA apenas assessorava. Na verdade, a ditadura no Brasil tinha bases próprias de sustentação. A direita era forte. Muitos disseram que a ditadura brasileira era mera cabeça de ponte dos estadunidenses. Isso não é exato. Americano domina por conta dos trustes, da extorsão financeira, mas dizer que a ditadura se manteve porque era uma força de ocupação, é inexato. A Oban, por exemplo, era uma inciativa bancada pelo empresariado paulista, e os DOI-Codi eram um setor operacional das Forças Armadas, uma estrutura que se reproduzia em cada unidade do Exército.

P – Quanto tempo o senhor permaneceu no Uruguai?

R – Seis meses, cuidando da "fabricação" de documentos para poder sair para a França.

P – O senhor chegou a ser perseguido?

R – Fui, a polícia brasileira estava por lá. Tanto que dois sujeitos foram encher meu saco num hotelzinho onde eu estava registrado com outro nome. Foram lá para assuntar, para provocar. Não sabiam ao certo quem eu era, tinham apenas a certeza de que eu era de esquerda. Tanto, que acabei pedindo para o Partido Socialista Uruguaio interceder. Fiquei, então, na casa de um professor de história, depois no de duas operárias têxteis militantes do PS. Fiquei alguns meses quase sem sair para a rua.

P – Como, hoje, já com um certo distanciamento, o senhor vê o golpe?

R – O golpe no Brasil em 64 foi terrível, até hoje não dá para medir as conseqüências disso. Deu outro rumo ao país, que não ficou parado, mas ficou diferente, mais cruel para seu próprio povo. Todo esse aspecto do desprezo pela miséria, pela reforma agrária, pela educação e saúde públicas...Por outro lado, de 1969 a 73, houve o esmagamento da resistência clandestina, além do surto da guerrilha do PC do B no Araguaia, também esmagada. Aquele processo de resistência à ditadura, que havia sido desencadeado em 68, e que durante dois anos manteve a iniciativa, registrou um recuo, ficando reduzido a bolsões.

P – O seqüestro passou a ser uma linha de ação extremada, quase de desespero?

R – O seqüestro dá bem a medida da crescente incapacidade de qualquer operação, mesmo armada. O último ocorreu em 1971. Em 72 e 73 você observa ações meio desesperadas. Os caras atacavam posto de gasolina, virou meio de sobrevivência. A esquerda já estava, de qualquer maneira, sendo coagida, constrangida, a adotar métodos que passaram a ser confundidos com métodos de marginais. Isso é ruim. Quando se chega a isso, o melhor é parar, cair fora, se exilar. A eficácia da tortura fica clara quando reprime um movimento cortado da dinâmica social.

P – O que motivava a esquerda a assumir essas posições?

R – O motivo consciente era a esperança de vincular a necessida de de dizer não à ditadura, de mostrar que ela era suscetível de ser atingida, a um vasto movimento popular com dinâmica revolucionária. Esse era o objetivo maior. Atos isolados de resistência à ditadura eram política e moralmente importantes, mas por si só não conduziriam à revolução. Houve apoio popular, mas limitado ao ano de 1968, momento de efervescência – passeatas, surgimento de organizações aguerridas. Os militares tiveram tempo de se rearticular, até porque não havia uma crise no Estado, contrariamente à nossa expectativa. E havia uma articulação muito mais sólida entre a estrutura militar- e sua cúpula – e a classe dominante, a direita. E nesse ponto, o patronato – que abrigava associações comerciais e a Fiesp - até manipulou os militares, que foram, na verdade, instrumentos do golpe.

P – Quando a tortura foi institucionalizada?

R – Somente a partir de 68, mas não que não houvesse tortura antes. Inclusive esse jornalista, Márcio Moreira Alves, que era da direita, passou a se opor ao golpe por causa das torturas. De modo, que houve muita tortura. Houve um festival de estupidez e brutalidade depois de 64. A Oban, por exemplo, teve vários patrocinadores, entre os quais é citado Paulo Maluf. Claro, eles não deixaram recibo, então a prova é difícil. A Oban era patronal, não era oficial, era composta por milionários. Já os DOI-Codi, não. Seus integrantes selecionavam torturadores, fizeram pressão sobre os militares que não quiseram participar, que acabaram afastados da carreira. Não era todo oficial que estava disposto a torturar.

P – Quem comandava a repressão?

R – Veja o caso do delegado Sérgio Paranhos Fleury, a celebridade que o personagem adquiriu. O próprio Congresso inventou a "Lei Fleury" para protegê-lo. Mas o comando da repressão era militar. No Brasil, a tortura é institucional desde a escravidão. Preso comum sempre foi torturado, em qualquer delegacia, desde a palmatória, passando por outros métodos. Na época da ditadura, conheci um uruguaio que, ironicamente, dizia que no Brasil o que estava havendo era a democratização da tortura. "Filhinho de papai e bacana também estão indo para o pau-de-arara", dizia. Você visita museus da Escravidão e vê que o pau-de-arara está lá.

P – Alguns historiadores atribuem a Geisel o começo da distensão. Como o senhor vê essa tese?

R – O Geisel tinha uma visão mais larga. Getúlio, Juscelino e Goulart são nomes que chegaram a ter um projeto, iam mais além do que aquela coisa de enriquecer, ocupar os cargos. Na ditadura, só Geisel teve um projeto nacional, para o qual rearticulou aquela direção meramente burocrática da cúpula militar. Lançou novo ciclo de desenvolvimento, prevendo o fortalecimento dos bens de capital. A normalização controlada era uma decisão política. Um jornalista chamou Geisel de "o senhor fechado da abertura". Até porque era preciso punho de ferro para reconverter algo. Tem que se fazer justiça, não dizendo que a repressão foi banida, já que o massacre da Lapa ocorreu em 76, mas o Geisel quebrou a espinha dorsal dos DOI-Codi, os caras têm raiva dele. Ele encarou a extrema direita. Isso é um fato, há muitos elementos que comprovam isso. Por exemplo: esse entreguismo completo do FHC, ele não tinha. Acho que só o primeiro dos presidentes da ditadura, o Castelo Branco, que chamou o Roberto Campos para ser ministro, pode ser comparado à dupla Malan-FHC em matéria de entreguismo. Os outros tinham um sentido de desenvolvimento nacional, mesmo o Médici, que foi o pior pela tortura. Ele era um idiota, quem mandava era o staff dele, parecia aqueles presidentes americanos, que não decidem nada. Jogava biriba e lia história em quadrinhos O Geisel, nesse ponto, era diferente. Ele tinha a idéia que o Brasil tinha que ser uma grande potência.

P – Qual foi, para o senhor, o legado do golpe?

R – Para o Brasil, o golpe foi um desastre. Mas não podemos colocar toda a culpa de nossas misérias nos militares. Funesta também foi grande a traição do PMDB nos anos 80. Ele virou um mero partido de gestão dos assuntos de politiqueiros. Era uma esperança maior do que o PT, que era um pequeno partido de esquerda. O PMDB poderia ter implementado uma reforma, que, mesmo burguesa, avançasse na democratização, no desenvolvimento. Havia uma esperança de que aquela frente, que lutou contra a ditadura, pudesse também ser portadora de um projeto de reforma política. O estertor disso foi o Plano Cruzado.

P – No contexto da história recente do país, como o senhor vê o caso das Ossadas de Perus?

R – Não sou um conhecedor, tem gente que faz estudos sobre o assunto, mas me parece que, por causa desse Badan Palhares, a Unicamp não fez tudo o que poderia fazer. Foi até omissa. Isso é uma tristeza. Eu, como um professor da Unicamp, que passei boa parte da minha vida aqui, lamento que a Unicamp não tenha feito tudo que podia.

P – Os professores da área de Humanas chegaram a se mobilizar para cobrar uma posição da Universidade?

R – Acho que não fizemos tudo o que pudemos. Me parecia que a coisa seria levada adiante pela Unicamp. Mas, na verdade, me coloco na fileira dos omissos. Cheguei a perguntar, a me interessar pela questão alguma vezes, mas a verdade é que fomos omissos ao deixar a Badan Palhares o controle dessa questão. Acho que muitos foram omissos, não todos, já que alguns colegas lutaram contra isso. Demorei para compreender o processo.

P – O senhor acredita que a comunidade universitária não se deu conta do que estava ocorrendo?

R – Mesmo eu, que era diretor do IFCH e portanto membro do Conselho Universitário, não estava inteiramente convencido de que não devíamos confiar a Badan essa responsabilidade. Não sabia, mas estava começando a desconfiar. Aquele laudo que ele deu no caso PC Farias é ridículo. Ele deve ter tido algum motivo especial, extra-científico, para querer nos fazer engolir sua explicação, de que aquilo havia sido um drama passional entre PC Farias e sua acompanhante.

P – Esse comportamento, no seu modo de ver deliberado, teria se estendido também no caso das Ossadas de Perus?

R – Não sei, mas pode ser também por enturmamento, seja dele ou de quem for, com essa direita militar. Eles têm uns bolsões poderosos, eles não foram exterminados como a esquerda armada. Seria interessante investigar se Badan tem vínculos com essa gente, com essa extrema direita que está por aí ainda. Essa eventual articulação, digo eventual porque não tenho provas, pode constituir uma motivação ideológica. Isso talvez explique o desempenho insatisfatório dele em relação às ossadas de Perus.

P – Mas algumas das ossadas chegaram a ser identificadas...

R – Só acho que é lamentável que esse processo que até no Chile está indo para a frente, no Brasil....Para que o Brasil não fique um país onde dizem que tudo acaba em pizza, temos que ressaltar que nós temos gente de caráter, temos uma história dolorosa, somos capazes de lutar. Mas no caso de Perus, infelizmente, por causa dessa omissão, não pudemos dar o devido esclarecimento e, portanto, a devida satisfação moral para os parentes das vítimas e para todos que lutam pelos direitos humanos.

P – O senhor acha que superestimaram o papel do médico-legista ao longo do processo?

R – O mais incômodo nesse assunto é a forma como as coisas se sucederam. De repente vinha a Rede Globo e, em qualquer besteira, era o Badan Palhares que aparecia. Essa exposição "mediática" foi um fator de anestesia e nisso, também, as reitorias de então não estão isentas de responsabilidade. Deixaram-se anestesiar, seria essa a expressão mais justa. Estavam felizes de ver toda hora o Badan na televisão. Eles ficavam encantados. Como diretor do IFCH, eu tinha a voz do capítulo, podia cobrar, mas não o fiz com a necessária insistência.

P – O que pode ser feito pela Unicamp para que a situação seja revertida?

R – Os mortos estão mortos, as ossadas têm agora um outro encaminhamento, mas a melhor coisa é fazer o que vocês estão fazendo. A questão das ossadas é uma questão terrível da nossa história. Mas temos que encarar o que é terrível. O Brasil precisa olhar de frente essas questões, parar de varrer crimes para baixo do tapete. E a Unicamp, infelizmente, varreu as ossadas para baixo do tapete. É pena, mas nós estamos aqui propondo alguns elementos de análise que são os mais evidentes. O que de melhor se pode fazer é reconhecer que, por várias razões, não fizemos o que poderíamos fazer. Estamos sendo honestos, sinceros, e com a firme convicção de que esse assunto não pode parar aí. Acho que assumindo honestamente que foi omissa, a Unicamp faz o melhor que pode fazer depois do mal que foi feito.

‘Nem sei quem é essa pessoa’, diz Badan

O médico-legista Fortunato Badan Palhares optou por não se manifestar sobre as críticas que recebeu do professor João Carlos Kfouri Quartim de Moraes, antes que as mesmas fossem divulgadas pelo Jornal da Unicamp. "Eu quero que a entrevista seja publicada, para que eu possa avaliar a resposta que achar cabível. Ele terá que ser responsável por seus atos, no sentido de provar tudo aquilo que disser sem ter nenhum elemento fidedigno", declarou.

Badan fez questão de frisar: "Nem sei quem é essa pessoa, nunca o vi, nunca fui procurado por ele". E acrescentou: "Aliás, o estranho de todo esse processo dentro da Unicamp é que eu só passei a ser procurado depois que as pessoas começaram a querer notoriedade em cima do caso".


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