Acreatina é um dos produtos mais consumidos entre os praticantes de atividade física por ajudar no aumento da massa muscular, força e desempenho, principalmente em competições esportivas. No Brasil, no entanto, sua comercialização está proibida há cerca de um ano e meio. Mesmo assim, o produto foi alvo de pesquisas do nutricionista Thiago Onofre Freire no Instituto de Biologia. Seu trabalho de mestrado Influência da suplementação de creatina na modulação da captação de glicose em ratos submetidos ou não a atividade física trouxe mais uma contribuição para o debate no meio científico.
Orientado pelo professor Antonio Herbert Lancha Júnior, Thiago Freire concluiu que a creatina não foi capaz de alterar a captação da glicose nos ratos, submetidos ou não a atividade aeróbia por quatro e oito semanas. Caso sua hipótese se confirmasse, a creatina poderia trazer benefícios para os portadores de diabetes. “Na literatura, o assunto é polêmico. Existem estudos que apontam para a influência positiva. Outros, porém, não encontram evidências significativas do efeito do suplemento para esse propósito”, explica. No trabalho de mestrado, ele procurou realizar a suplementação em ratos. “Pelo meu estudo em animais, o produto não exerceria nenhuma influência positiva para diabéticos”, conclui.
Ainda assim, Freire defende que deveria haver mais estudos para justificar a proibição do produto no Brasil. “Cientificamente, sua proibição é questionável, pois existem poucos dados que corroborem a idéia de efeitos colaterais no rim e fígado”, observa o pesquisador. Em sua opinião, a questão precisa ser melhor avaliada, mesmo porque em outros países a comercialização do produto é liberada.