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Bióloga revê tratamento de
bovinos com carrapacitida
RAQUEL DO CARMO SANTOS
Boophilus microplus é o carrapato que ataca os bovinos trazendo muitos prejuízos para o produtor. Estima-se que em 2002 o Brasil gastou aproximadamente US$ 2 bilhões em produtos químicos para conter parasitas em geral, uma conta que fica maior quando incorporados os custos pela contaminação ambiental e alimentar, uma vez que os carrapaticidas podem deixar resíduos na carne e no leite e poluir o ambiente. Diante desse quadro, a bióloga Márcia Cristina Mendes preocupou-se com uma nova abordagem na aplicação de produtos químicos nas fazendas e desenvolveu um sistema de tratamento carrapaticida que, entre outras vantagens, permite monitorar a resistência do parasita aos produtos disponíveis no mercado.
Método prevê teste periódico com troca do prodututo
O estudo levou Márcia Mendes a se embrenhar por fazendas do Vale do Ribeira, Pindamonhangaba e Ibiúna, promovendo testes e bioensaios com fêmeas adultas e larvas do carrapato. Um levantamento sobre as práticas de controle adotadas nessas regiões permitiu que ela definisse os prazos mais indicados para a realização de testes três meses no caso de fêmeas adultas e de seis meses em larvas , com a conseqüente troca de carrapaticida. “Esses testes servem para ajudar o proprietário na avaliação da sensibilidade dos carrapatos a tais substâncias. A falta de conhecimento dos principais grupos químicos usados no controle, muitas vezes leva o criador a adquirir produtos semelhantes, que variam apenas no nome comercial. Isso faz com que a resistência do parasita aumente”, explica a bióloga.
A pesquisa resultou em tese de doutorado orientada pelo professor Ângelo Pires do Prado, do Instituto de Biologia. Márcia Mendes conclui que a alternância de produtos químicos mostrou-se um método eficaz para controlar as infestações. No caso de pequenas fazendas com menos de 100 animais, a bióloga aconselha a aplicação de carrapaticida naqueles que apresentam alta infestação da forma jovem do carrapato (partenóginas), a fim de reduzir a disseminação de larvas no campo.
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