MARIA ALICE CRUZ

A engenheira química Wilma Spinosa demonstrou, por meio de pesquisa de doutorado desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (FEA), que a adoção de novas técnicas pode gerar melhores índices de produtividade e ganhos econômicos na fabricação de vinagre. A partir do isolamento de bactérias Acetobacter – microrganismos acéticos responsáveis pela acidificação de vinho e de outras substâncias –, a pesquisadora comprovou a importância da exploração de trabalhos científicos para melhorar o processo de fermentação do produto.

Solução diluída de ácido acético, o vinagre pode ter sua produção aumentada, de acordo com a engenheira, se forem pesquisados processos de fermentação mais eficientes, selecionando microrganismos que sejam melhores produtores. Wilma chegou a esta seleção por intermédio da purificação, da identificação e da preservação das bactérias e também do desenvolvimento de técnica microbiológica de contagem e teste com linhagens selecionadas em indústrias de vinagre.

A pesquisa foi desenvolvida com bactérias acéticas em condições de indústria, para chegar a um quadro mais próximo da realidade do dia-a-dia das unidades produtoras.

Wilma informa que a fermentação acética é importante não só na produção de vinagre, mas também na utilização do microrganismo para obtenção de produtos de valor comercial, como o ácido acético, que tem várias aplicações na indústria química e alimentícia. Os resultados apresentados por ela podem significar um avanço na área de biotecnologia e baratear o custo para os produtores brasileiros.

Graduada em engenharia química, Wilma Spinosa recebeu orientação dos professores Fumio Yokoya (Unicamp) e Pedro de Oliva Neto (Unesp - Assis). Outros pesquisadores estão desenvolvendo trabalhos nesta mesma área de pesquisa, como Vitório dos Santos Júnior, também aluno da FEA Unicamp, que está finalizando sua dissertação em fermentação acética.