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Mestrado profissional tem 1a. dissertação
ANTÔNIO ROBERTO FAVA
O Instituto de Computação (IC) da Unicamp é a primeira unidade de ensino e pesquisa da Universidade a ter concluída uma dissertação na modalidade mestrado profissional. O responsável por essa façanha é o estudante Marcelo Souto Maior Monteiro, que durante dois anos desenvolveu pesquisas sobre a TV Interativa e seus Caminhos, sob a orientação da professora Heloísa Vieira da Rocha, daquele instituto.
De acordo com o professor Paulo Lício de Geus, coordenador do curso de Mestrado Profissional, trata-se da mais nova modalidade de mestrado na Unicamp. Instituído pela Capes, seu principal propósito é contemplar o profissional que atua no mercado de trabalho e que, de outra forma, "não teria acesso a um curso de pós-graduação", conforme observa o professor Geus. O curso de Mestrado Profissional está em andamento também na Economia e na Engenharia Mecânica. Neste ano, foram registradas 312 inscrições de candidatos para as 60 vagas oferecidas. No caso do IC, o curso está programado para ser desenvolvido em até dois anos, de maneira que o aluno tenha tempo mais livre e, conseqüentemente, possa desenvolver seus estudos de maneira satisfatória.
"Mas é possível ao aluno concluir o curso em apenas um ano", acredita o professor Geus. A turma de Marcelo tem 34 alunos ainda se preparando para a dissertação. O curso de Mestrado Profissional busca não apenas estudar as disciplinas normais, mas também o próprio trabalho final, quando existe e caso seja voltado para a prática do dia-a-dia, para temas mais tecnológicos, de aplicação imediata. Geralmente isso ocorre com a empresa onde o estudante trabalha.
O professor Paulo Lício explica que o mais indicado e mais adequado é o aluno pegar um tema relacionado à área em que trabalha e transformá-lo em material de dissertação de mestrado. "A diferença está em que o mestrado acadêmico vai realizar coisas que não tenham necessariamente aplicação imediata", conclui. Dentro da computação há uma área - denominada Interação Humano-Computador - que estuda exatamente como se fazem os chamados "produtos usáveis", como se produz um software, de modo adequado, para que as pessoas consigam usá-lo conforme o pretendido em seu projeto.
A TV interativa vai permitir que o assinante compre produtos pela televisão, escolha um filme e em qual horário assisti-lo, e até que faça aplicações financeiras. Tudo isso acionando o controle remoto. Mas a professora ressalta uma série de restrições a serem consideradas ao se projetar tais aplicações, a fim de que se tornem "usáveis".
"Se hoje eu utilizo seis MHz na transmissão de uma televisão analógica, no novo sinal de TV consigo transmitir imagens de mais qualidade em menos faixa. O que faço então com o espaço que sobra dessa freqüência? Posso usá-lo para transmitir outros serviços, como informações de caráter técnico (informática, leis, agricultura etc.), entre outros produtos", diz Marcelo. A TV interativa, enfim, procura enriquecer o que já se tem em termos de programação disponível, permitindo ao público que mude a forma passiva de ver televisão.
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