Alunos promovem evento
sobre comunicações ópticas
RAQUEL
DO CARMO SANTOS
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O norte-americano Ivan Kaminow (à esquerda)
e o francês Emmanuel Desurvire: otimismo |
As
comunicações ópticas foram as
responsáveis para que a Internet chegasse ao
patamar que está. Dentro em breve, em dois
ou três anos, a crise financeira que atinge
a área de telecomunicações deve
cessar e, com isso, alavancar ainda mais a velocidade
das comunicações. É o que defende
o americano Ivan Kaminow e o francês Emmanuel
Desurvire, nomes conhecidos mundialmente na área
de comunicações ópticas e que
deram importantes contribuições em pesquisas.
De acordo com Kaminow, apesar da
crise, as pesquisas não pararam. Ele explica
que muitos laboratórios estão se desfazendo
dos equipamentos adquiridos a preços baixos,
na tentativa de reaver parte dos investimentos que
realizaram. Isto é uma boa notícia,
pois as universidades americanas e européias
estão conseguindo se equipar melhor para desenvolver
pesquisas, esclarece. A má notícia,
segundo o especialista, é que muitos profissionais
especializados estão sem emprego.
Além de Desurvire, da Alcatel
(Paris), Kaminow, da Kaminow Ligthwave Technologies
(Estados Unidos) e do alemão Hans-Peter Nolting,
da Henrich-Herz Institut (Alemanha), diversos pesquisadores
do CPqD, PUC-Rio de Janeiro, Universidade Federal
do Espírito Santo, Universidade Federal de
Pernambuco e Unicamp estiveram reunidos, na Universidade,
por quatro dias de 13 a 16 de novembro
para discutir o passado, o presente e o futuro das
comunicações ópticas. O workshop
Ciência e Tecnologia em Comunicações
Ópticas foi promovido integralmente por
um grupo de estudantes de pós-graduação
em Física e Engenharia Elétrica, denominado
OSA Student Chapter.
O pró-reitor de Pesquisa,
professor Fernando Ferreira Costa, parabenizou os
alunos pela iniciativa e destacou a importância
de ser um evento de alta qualidade. O diretor do Instituto
de Física Gleb Wataghin, professor Daniel Pereira,
também se mostrou satisfeito com a iniciativa
dos alunos. Não é comum na Universidade
estudantes organizarem eventos de relevância
acadêmica e de importância social como
este, afirma. O professor Christiano Lyra, diretor
da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação,
ficou impressionado com a ousadia demonstrada pelos
alunos ao montarem o programa que considerou de
grande porte e sofisticação. Segundo
ele, este tipo de iniciativa, só enche
de alegria a Universidade.
Em mais de cem inscrições
recebidas, cerca de 50% foram participantes ligados
à empresa. Para o presidente do Chapter, Lázaro
Padilha, este é um bom indicador de que as
expectativas foram superadas. Andrés Rieznik,
também membro da entidade, destacou que foram
perdidas muitas horas de estudos e pesquisas. Mas,
com certeza, o aprendizado que tivemos, ao longo da
organização, foi muito frutífero.