Alunos de dança concebem 7 espetáculos de formatura
MARIA ALICE DA CRUZ
Hoje, a dança requer algo além de saber interpretar. O sucesso conferido no palco depende da atuação do intérprete como criador, produtor e, muitas vezes, diretor de seu próprio trabalho. A valorização do processo criativo no currículo do curso de dança da Unicamp deu origem a sete espetáculos de formatura, produzidos pelos próprios alunos. Resultado de pesquisas realizados na disciplina TGI (Trabalho de Graduação Integrado), eles serão apresentados na Casa do Lago e numa tenda especialmente armada para o evento, de 22 de novembro a 17 de dezembro.
Nos anos anteriores, os formandos se reuniam em um mesmo espetáculo. Este ano, a afinidade com as diferentes linhas de pesquisa estimulou a formação de vários grupos ou até mesmo para a concepção de trabalhos solo. A divisão permitiu a variedade de estilos, entre eles danças brasileiras e dança-teatro. Cada projeto foi orientado por um professor diferente.
Apesar de ser um trabalho coletivo, a concepção dos personagens é individual. A partir dessa criação pessoal, são definidas a coreografia, a escolha de figurinos, entre outros elementos que envolvem a produção.
Os alunos acentuam que, ao longo do curso, foram estimulados a construir seus personagens e a montar espetáculos para eventos como o Festival do Instituto de Artes da Unicamp, Unidança, Universidade de Portas Abertas, entre outras realizações das quais participaram também fora da Universidade.
O curso de dan artística”, revela Graziela.
De acordo com a artista e psicóloga, o projeto pedagógico do curso de dança privilegia a pesquisa de uma pedagogia em dança e das técnicas de dança em pesquisa coreográfica. O projeto foi aprimorado ao longo de 19 anos, mas não perdeu de vista o propósito de valorizar pesquisas destinadas a agregar valores da cultura brasileira nos mais distintos segmentos sociais.
“Hoje, é impossível formar artista só para atuar e ser servido por produtores. É completamente irreal. Temos de ensinar a pegar no pesado também e ensinar a divulgar seu produto”, diz Graziela. Para ela, o profissional bem-formado tem de saber produzir, trabalhar tecnicamente, criar, pesquisar, ensinar. “Para isso temos a licenciatura”. O profissional formado pela Unicamp, na opinião da professora, tem ação social conseqüente com a visão crítica de cultura e da sociedade.
“O curso não visa à repetição de coreografia, por isso estimulamos, desde o primeiro ano, o conhecimento do corpo, do movimento da dança como área de conhecimento”, conclui.