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1 2 3 45 6 7 8/9 10/11 12/13 14/15 16/17 18 19 20 Jornal da Unicamp - Outubro de 2000 PESQUISA Uma tábua de salvação Livro
avalia Embrapa, IPT, Fiocruz e LNLS, apontando Como garantir o futuro da pesquisa pública no Brasil?. A resposta para a pergunta está no livro "Ciência, Tecnologia e Inovação: a reorganização da pesquisa pública no país", que será lançado no dia 24 de outubro, na Unicamp. O trabalho, realizado pelo Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociência (IG), foi coordenado por Sergio Luiz Monteiro Salles-Filho e é assinado por mais dez pesquisadores. São 416 páginas de um estudo aprofundado e sério a respeito das radicais transformações por que passam as instituições de pesquisa e o indicativo de caminhos para a reorganização e conseqüente crescimento da ciência e tecnologia no País. Os autores constatam que é impossível pensar no tema proposto no livro sem aceitar primeiro que há mudanças estruturais no contexto da ciência e da tecnologia. "Um novo contrato social para a pesquisa implica em reconhecer o papel destas instituições como atores importantes na organização de sistemas de inovação mais efetivos e mais voltados para a realidade social, econômica e ambiental do Brasil", diz Salles-Filho. A missão, explica o coordenador, exige responsabilidade dos dois lados, de governos e instituições públicas de pesquisas, identificadas no livro como IPP. "Os governos precisam entender que a ciência e a tecnologia são vitais para o desenvolvimento do País, e as instituições de pesquisa têm de reavaliar suas perspectivas e perceber que houve uma mudança no papel do Estado", comenta. A nova funçäo do governo, as mudanças técnico-científicas e os padrões atuais de concorrência e globalização dos mercados estão na primeira parte do livro. Ainda nesta primeira parte os autores mostram cinco dimensões que hoje são vitais para o processo de reorganização das instituições: diversificação das fontes e mecanismos de financiamento nas atividades de pesquisa; redefinição dos espaços, atores e de seus papéis; interação e coordenação entre os atores, ou seja, formação de redes de trabalho e de sistemas de inovação; compreensão das dinâmicas setoriais e disciplinares e, por fim, a reconciliação do compromisso público e novas relações contratuais com o Estado. Salles-Filho destaca que os pesquisadores fizeram uma busca sobre o que ocorria com a pesquisa em mais de 20 países, a fim de comparar os dados e entender o fenômeno no Brasil. "As mudanças no campo das instituições de pesquisa são radicais não só no Brasil", adianta o coordenador do trabalho. Os estudos mostraram ainda que a competitividade e a complexidade dos sistemas de inovação exigem a adoção pelas instituições de modelos próprios de organização. "Não existe um modelo único de reorganização. O futuro depende da capacidade de cada entidade em profissionalizar a gestão e encontrar seu próprio espaço", alerta Salles-Filho. As instituições terão que se preparar para captar dinheiro no mercado, não depender apenas de verbas públicas, saber vender suas descobertas e transformar tecnologia em inovação . "Hoje, organizar a atividade de ciência e tecnologia exige capacidade de articulação e relacionamento com o ambiente em que se está inserido", explica. Na segunda parte da publicação, há um extenso levantamento sobre quatro renomadas instituições brasileiras: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNSL). Elas atuam em diferentes áreas e, nos últimos anos, têm implementado modificações significativas nas suas relações com o ambiente e na sua gestão interna, buscando, por exemplo, ampliar e reforçar as cooperações e as redes de inovação, por terem percebido que este é um elemento fundamental no sucesso dos processos de reorganização institucional. Estudo levou dois anos para ser concluído O livro "Ciência, Tecnologia e Inovação: a reorganização da pesquisa pública no Brasil" será lançado no dia 24 de outubro, às 18h30, no Hotel da Funcamp, como parte da IV Jornada Latino Americana de Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia (Esocite-2000). A publicaçâo contou com o financiamento de três instituições de fomento à pesquisa: Capes, CNPq e Finep. O prefácio é assinado pelos presidentes das três instituições, Abílio A. Baeta Neves, Evando Mirra de Paulo e Silva e Mauro Marcondes Rodrigues, respectivamente. A idéia de trabalhar o tema nasceu há cinco anos, ocasião da formação do Geopi. "Na época começamos a estudar o que vinha ocorrendo nas instituições de pesquisas públicas de âmbito nacional e internacional", adianta Sergio Luiz Monteiro Salles-Filho. Em 1997, a Capes lançou um edital público para a apresentação de estudos sobre reforma do estado. Nesta ocasião, o Geopi apresentou uma proposta para examinar como este processo de reforma estava impactando as instituições. A proposta foi aprovada e resultou em dois anos de estudos, conduzidos com pesquisadores de diversas instituições, entre os quais a Unicamp e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), além de especialistas franceses do Bureau dEconomie Théorique et Apliquée. Os autores são Salles-Filho, Rui Albuquerque, Tamás Szmrecsányi, Maria Beatriz Bonacelli, Sônia Paulino, Marcos Bruno, Débora Mello, Rosana Corazza, Sérgio Carvalho, Solange Corder, Claudenício Ferreira "Ciência,
Tecnologia e Inovação: a reorganização da pesquisa
pública no Brasil" O que é o Geopi O Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), embora vinculado ao Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da Unicamp, reúne pesquisadores de diversas instituições e áreas do conhecimento. Foi criado em 1995, iniciando suas atividades com estudos ligados à organização da pesquisa e da inovação dos complexos agrícolas e agroindustriais. A capacitação adquirida com esses trabalhos levou o grupo a expandir sua atuação para outros setores como saúde, tecnologia industrial, alta tecnologia e meio ambiente. O trabalho do Geopi é orientado pela dinâmica da inovação tecnológica, utilizando conceitos reais como sistemas de inovação, redes de pesquisa, evolução e aprendizagem institucional. Esta perspectiva permite incorporar uma nova lógica, centrada no compartilhamento de conhecimentos e na mobilização de diferentes competências para a condução de projetos complexos e multidisciplinares. O grupo tem estabelecido parcerias com instituições nacionais e internacionais de alto nível. Suas linhas de pesquisa: análise e avaliação institucional, avaliação de impactos da pesquisa e tomada de decisão, planejamento em ciência e tecnologia, propriedade intelectual e biotecnologia. As instituições estudadas (Veja quadro) |
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