Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 270 - de 18 a 24 de outubro de 2004
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Pesquisadores do Instituto de Geociências
mapeiam tecnologias e patentes aplicáveis ao setor automotivo

Unicamp firma
parceria com a Renault



JEVERSON BARBIERI


Kim Lansford, da Renault, durante palestra no auditório do IG: mostrando a evolução das atividades de engenharia automotiva (Fotos: Antonio Scarpa)Desde março deste ano, o Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp realiza, em parceria com o Centro de Tecnologia da Renault, da França, um mapeamento de grupos brasileiros que pesquisam tecnologias e desenvolvem patentes aplicáveis ao setor automotivo. Trata-se de um mapeamento de competências que envolve grupos baseados em universidades e, também, em centros e instituições de pesquisas independentes. De acordo com o professor Ruy de Quadros Carvalho, coordenador do projeto, trata-se de um projeto pioneiro, uma vez que a Unicamp passará a ter uma visão completa do setor de P&D na indústria automobilística brasileira, incluindo a pesquisa tecnológica que se faz nas universidades e suas relações com as empresas.

Segundo Ruy Quadros, o interesse da Renault é conhecer o mapa brasileiro de P&D automotivo e buscar parceria naqueles cuja viabilidade comercial seja interessante. Para a Unicamp, conhecer esse universo significa poder realizar novas prospecções na área, desenvolvendo novos trabalhos na área de gestão da inovação tecnológica.

Mapeamento começou em unidades da Unicamp

Metodologia – O professor Quadros explicou que a metodologia utilizada nesteO professor Ruy Quadros, do DPCT: "Trabalho permitirá a construção de um quadro de referência sobre a pesquisa no setor automotivo" mapeamento está baseada em entrevistas com especialistas da área, além do levantamento de dados secundários existentes, como os da base Lattes. A partir de um primeiro contato, informações importantes são colhidas e outros especialistas são indicados. Dessa forma, uma cadeia de especialistas e informações vai sendo construída, formando o mapa. Ele informou que os grupos de materiais do Instituto de Química (IQ), da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp foram os primeiros a serem mapeados, na fase de desenvolvimento e teste da metodologia.

“O setor automotivo procura muito pouco a universidade. Normalmente, seus representantes resolvem seus problemas dentro de suas próprias estruturas. Este trabalho permitirá, também, a construção de um quadro de referência sobre a pesquisa e as oportunidades de aplicações relevantes para o setor automotivo, que poderá subsidiar o desenvolvimento de política tecnológica específica, voltada para estimular a adoção de tecnologias brasileiras em soluções e aplicações das montadoras e empresas de autopeças”, explica. A parceria DPCT-Renault se estenderá até o final de 2005, quando o mapeamento estará completo. A partir daí, novas parcerias poderão ocorrer.

Palestra – No dia 5 de outubro, no auditório do Instituto de Geociências, a gerente global de Estratégia de Pesquisa e Redes Internacionais da Renault, Kim Lansford, proferiu palestra sobre os centros de pesquisa e desenvolvimento na indústria automotiva. Na oportunidade, foram apresentados dados sobre o número de centros de P&D de cada montadora no mundo.

Uma tendência mais recente, mais ainda incipiente, é a de se instalarem centros de P&D em países em desenvolvimento, como o centro da GM em Bangalore, Índia. No Brasil, segundo o professor Quadros, as unidades de P&D das montadoras são primordialmente voltadas para a adaptação e o desenvolvimento de produtos, com pequena atuação em pesquisa de novas tecnologias. A iniciativa da Renault, no entanto, de mapear as competências de produção de conhecimento existentes no Brasil em tecnologias relevantes para o setor automotivo, pode sugerir o início de uma mudança nesse quadro. Em última instância, o objetivo desse mapeamento é o de oferecer informações para a contratação de pesquisas ou desenvolvimento de parcerias junto aos grupos brasileiros, seja pela Renault francesa, seja por sua subsidiária brasileira.

Kim Lansford apresentou gráfico que mostra uma evolução das atividades de engenharia automotiva de 70% no continente asiático, 13% na União Européia e um decréscimo de 12% na América do Norte, no período de 1992 a 2000. Dessa forma, os investimentos na Ásia têm aumentado substancialmente, à medida que cresce a pesquisa e o desenvolvimento e o depósito de patentes. Diferentemente das montadoras asiáticas, Kim esclarece que a Renault desenvolve novos modelos baseados não apenas na disponibilidade de novas tecnologias, mas num profundo conhecimento do mercado consumidor de cada país. Uma avaliação sócio-econômica é fundamental na inovação de novos produtos. O centro de pesquisas da Renault está localizado em Paris. Reúne pesquisadores de várias partes do mundo, inclusive brasileiros.

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