Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 270 - de 18 a 24 de outubro de 2004
Leia nessa edição
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Diário da Cátedra
O tipo da soja em 30 segundos
Parceria com a Renault
Polpa da laranja contra diabetes
A hora do reconhecimento
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Superávit primário
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O mundo gira
Unicamp e Sebrae
O império muda de ares
 

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Prêmios nacionais e internacionais recebidos
nos últimos meses refletem consistência acadêmica da Unicamp

A hora do reconhecimento



LUIZ SUGIMOTO


A mestranda Giovana Daniela Pecharki, com o professor Jaime Aparecido Cury: prêmio internacional (Foto: Divulgação)Um dos programas da Organização Mundial de Saúde (OMS) visa o combate à anemia promovendo aumento do consumo de ferro em populações pobres. Ao analisar os efeitos do açúcar contendo ferro co-cristalizado na desmineralização do esmalte em dentes humanos, a mestranda Giovana Daniela Pecharki, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), da Unicamp, constatou uma importante diminuição na incidência de cáries em comparação ao açúcar comum. Se for o caso, a OMS pode avaliar a adoção desta fórmula que associa ferro a um produto barato, posto na mesa do dia-a-dia e que ainda por cima é menos cariogênico. Com seu trabalho, Giovana Pecharki, orientada pelo professor Jaime Aparecido Cury, conquistou o prêmio para pesquisas sobre prevenção da International Association for Dental Research (IADR), no encontro bi-anual de 2004, no Havaí.

Pró-reitor destaca importância de prêmios

A IADR é uma entidade secular, que possui 21 grupos científicos de odontologia integrados por representantes do mundo inteiro. Pós-graduandos da área de cariologia da FOP já venceram o Research in Prevention Travel Award por seis vezes. “Do ponto de vista institucional, prêmios internacionais de grande repercussão representam a importância do trabalho do docente para a inserção da Universidade na produção do conhecimento, com o reconhecimento de seus pares”, afirma o professor Fernando Costa, pró-reitor de Pesquisa. “Se tomarmos os prêmios nacionais como parâmetro, a Unicamp sempre vai estar entre as mais premiadas”, acrescenta.

De fato. Apenas nos últimos meses, a Unicamp conquistou vários prêmios importantes, nacionais e internacionais, em várias de suas áreas de ensino. A mesma FOP recebeu 18 dos 8O prêmios concedidos pela Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO), na 21ª reunião anual realizada em setembro, em Águas de Lindóia. Dentre eles, o cobiçado Prêmio Hatton, concedido a Simone Duarte, orientanda do professor Pedro Luiz Rosalen, por sua tese descrevendo o efeito anticárie do cranberry – fruta da família da cereja, ainda pouco consumida no Brasil. “Os trabalhos selecionados na SBPqO comporão edição especial sobre o evento na Journal Dental Research, uma das mais conceituadas publicações da área, editada pela IADR”, informa o professor Thales Rocha de Mattos Filho, diretor da FOP.

Segundo Mattos Filho, sua unidade foi premiada em praticamente todas categorias. “Isto vem sendo freqüente nos últimos anos. Considerando que existem 186 faculdades de odontologia no Brasil, conquistar 21% dos prêmios da SBPqO é uma marca expressiva, o que deve ser atribuído ao impulso dado à pós-graduação”, observa. Ele lembra que, nos conceitos da Capes divulgados no início do mês, três cursos da FOP receberam nota 6, sendo considerados como de excelência.

O professor Pedro Rosalen, que coordena a Pós-Graduação, afirma os prêmios obtidos pela FOP expressam toda a dedicação de um corpo docente altamente qualificado e atualizado. “Cerca de 95% deles são livre-docentes. De 85 programas de pós-graduação no país, a Capes escolheu quatro como de excelência: um da USP, que recebeu conceito 7, e três de Piracicaba, com 6. Se três dos programas são daqui, não é pretensão afirmar que a FOP reúne os melhores cursos de Odontologia. Dentro da Unicamp, veremos que são da FOP 38% dos programas de excelência na área de Ciências Biológicas, e 12% em relação a todas as unidades”, diz Rosalen.

Petróleo – Na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), Francisco Exaltação Trevisan obteve um prêmio inédito para a América Latina, na categoria mestrado do Congresso Internacional de Estudantes da Sociedade Internacional de Engenheiros de Petróleo (SPE). O estudo, que já mereceu destaque na última edição do Jornal da Unicamp, faz uso da injeção de água em tubos – linha de pesquisa do Departamento de Engenharia de Petróleo – e demonstrou a possibilidade de aumentar em sete vezes a vazão de óleo, com uma economia de 30 a 60 vezes de energia. Na categoria graduação, Tiago Cardoso Fonseca, do curso de Mecatrônica, recebeu menção honrosa da SPE por um trabalho sobre sistema de produção de óleo em campos.

Em nível nacional, o mestrando Marcílio Haddad Andrino, orientado pelo professor Auteliano Antunes dos Santos Júnior, foi o primeiro colocado do 6º Prêmio Petrobrás de Tecnologia de Dutos, ao propor um sistema ultra-sônico para medir tensões no processo de soldagem que, em muitos casos, levam ao rompimento da tubulação. Estimando as tensões e comparando-as com valores limites, a metodologia desenvolvida por Andrino pode tornar mais seguro este meio de transporte de petróleo. Robert Eduardo Cooper Ordóñez, orientado da professora Roseana da Exaltação Trevisan, obteve o terceiro lugar no Prêmio Petrobrás, contribuindo com um método automatizado para substituir a soldagem manual de dutos, um trabalho repetitivo que sujeita os profissionais a chuva e sol, quando não se encontram submersos.

Saúde – O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Gabriel Porto” (Cepre) recebeu em agosto prêmio do 1º Congresso Ibero-americano Vision 2020, por seu trabalho com deficientes visuais. Neste congresso, a terapeuta ocupacional Rita de Cássia Ietto Montilha também foi premiada por dois estudos resultantes de sua tese de dourado, desenvolvidos no Cepre, relacionando a evasão escolar de crianças com visão subnormal com o desconhecimento de recursos ópticos, como a lupa e óculos especiais.

A administração de medicação, uma das atribuições de maior responsabilidade dos enfermeiros, motivou um estudo coordenado pela professora Maria Rosa Ceccato Colombrini, diretora do Serviço de Enfermagem Médico-Cirúrgica II do HC, avaliando a estrutura exigida a partir da prescrição médica até a infusão do medicamento no paciente, como o objetivo de reduzir a incidência de falhas. Este trabalhou no Semc II mereceu o prêmio de mérito científico no IX Enfermagem e Tecnologia (Enstec), organizado pelo Hospital 9 de Julho de São Paulo.

O pró-reitor Fernando Costa é co-autor de um trabalho do Hemocentro da Unicamp, vencedor do 1º Prêmio de Oncologia Novartis – Saúde Brasil, relacionado com a leucemia mielóide crônica – doença causada por uma proteína anormal que leva as células a proliferarem de maneira desordenada, causando o câncer. “Foi fabricado um inibidor específico desta proteína, o mesialto de imatinib. No entanto, alguns pacientes são resistentes à droga e não melhoram, devido a mutações no DNA que alteram a conformação desse sítio ativo. A pesquisadora Kátia Pagnano estudou esses pacientes e descobriu mutações ainda desconhecidas do sítio, o que é importante para o tratamento desses pacientes”, explica o professor.

Agricultura – O chamado GPS (sistema de posicionamento global), tecnologia de localização via satélite, é amplamente utilizado na agricultura para a orientação de máquinas e equipamentos em operações de campo. O pesquisador Cláudio Umezu, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), ao ajudar a desenvolver um equipamento nacional, de baixo custo, capaz de corrigir erros identificados nos sinais captados pelo GPS, recebeu o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria pesquisa e desenvolvimento, nível profissional. No nível acadêmico, o vencedor foi o aluno da Feagri André Johann. Orientado pelo professor Nelson Capelli, Johann desenvolveu um mecanismo que oferece maior precisão na aplicação de doses de insumos líquidos como fertilizantes, inseticidas, fungicidas e herbicidas.

Jabuti – Seis professores do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) foram contemplados com o tradicional Jabuti, considerado o maior prêmio literário do país e organizado pela Câmara Brasileira do Livro: Ângela Bustos Romero de Kleiman, pelo ensaio “Letramento e discursividade nos testes de leitura”; Antonio Arnoni Prado pelo ensaio “Dimensão crítica da formação”; Márcia Azevedo de Abreu pelo ensaio “Os números da leitura”; Maria Eugênia da Gama Boaventura Dias pela organização do livro “De Anchieta aos concretos”; Marisa Philbert Lajolo pelo ensaio “A leitura n’A formação da literatura brasileira de Antonio Candido”; e Paulo Elias Allane Franchetti, editor da Editora da Unicamp.

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