INOVAÇÃO UNICAMP
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o governo do Estado vão investir aproximadamente R$ 5 milhões, em dois anos, no projeto “Estratégia para Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo: Universidades, Institutos de Pesquisa e Empresas”, coordenado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e do qual a Unicamp é o órgão executor. O projeto foi aprovado no edital “Projetos Estruturantes” da Finep, ação que tem por objetivo fortalecer os sistemas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) dos Estados. A Finep pagará quase R$ 2,5 milhões; a outra metade é a contrapartida do Estado.
O projeto é dividido em quatro subprojetos. Segundo Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp, ele foi estruturado em cima de iniciativas discutidas e aprovadas pelo Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia de São Paulo (Concite). “A Fapesp montou o projeto porque o edital da Finep estabeleceu que as fundações de apoio é que deveriam apresentar os projetos”, diz. O caráter “estruturante” vem do fato de os quatro subprojetos estarem em sinergia, observa Sérgio Queiroz, professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências (DPCT-IG) da Unicamp e um dos coordenadores do projeto.
O primeiro dos subprojetos trata do desenvolvimento do Plano Diretor para o Ensino Público Superior no Estado. O Plano para o Ensino Superior pretende estabelecer metas e meios para que o sistema público possa ampliar sua participação no conjunto das vagas disponíveis no Estado; pretende também sua diversificação. Em São Paulo, e no País, a pesquisa é atividade quase exclusiva das universidades públicas; são elas, por isso, que formam praticamente todos os nossos doutores. “O desafio é fazer essa expansão com qualidade”, avalia Queiroz.
Outro subprojeto cuida do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos. O sistema coordena a implantação de cinco parques no Estado, para alavancar regiões que já são centros de inovação. Em andamento desde o princípio de 2005, é um dos 47 projetos escolhidos como estratégicos pelo Estado. As cidades em que o governo vai concentrar suas políticas de inovação e desenvolvimento sustentado por meio da implantação de parques são: Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos, São José dos Campos e São Paulo. Cada um dos parques terá sua área específica de atuação, determinada a partir da vocação local e articulada dentro do conjunto do sistema.
O terceiro subprojeto trata da promoção dos investimentos diretos estrangeiros em P&D, sob coordenação de Queiroz, e que também já começou a ser estruturado. Um dos propósitos é buscar estratégias para atrair centros de P&D de empresas estrangeiras para o Estado. O subprojeto desenvolverá uma metodologia de prospecção que orientará o setor público sobre como atrair as atividades científicas e tecnológicas de empresas do exterior para São Paulo, em especial os centros de P&D de multinacionais.
O último subprojeto trata da definição de estratégia para cooperação público-privada em licenciamento de tecnologia em universidades e institutos de pesquisa. “O objetivo é desenvolver a capacidade nessas instituições de lidar com as questões relacionadas à propriedade intelectual e transferência de tecnologia”, afirma Queiroz. A coordenação desse subprojeto está com Roberto Lotufo, diretor-executivo da Agência de Inovação da Unicamp (Inova).