Assurini
Fantástico o trabalho de resgate da cultura dos índios assurinis feito pela professora e antropóloga Regina Polo Muller [“O legado dos assurinis”, edição 375]. Ao dedicar-se durante três décadas à tarefa de registrar e documentar aspectos da cultura e da arte da tribo paraense, a pesquisadora nos mostra que é possível preservar tradições historicamente desprezadas pelo poder público.
Sandra Maria Assunção do Valle
Anemia
Parabéns pela matéria sobre a pesquisa feita pela nutricionista Fabíola Nejar [“ ‘Comida de adulto’ gera déficit de ferro em bebês”, edição 375]. A alimentação do brasileiro há muito passou a ser um problema de saúde pública. Constatar que as novas gerações também são vítimas dessa distorção é fundamental para que sejam adotadas medidas preventivas.
Norma Trinca
Agricultura familiar
A chamada agricultura familiar apenas pode subsistir como forma de produção de atividades que não sejam de interesse do capital. Quando os agricultores adotam os meios conhecidos de produção em razão dessa lógica, é exclusivamente por falta de opção. Ademais, quem disse que produzir com a família ainda tem que ser com foice e enxada?
É preciso mencionar os fatores que impulsionam o agronegócio voltado para a grande produção, em detrimento de outras formas de produzir. O sistema exclui o pequeno produtor do acesso às tecnologias existentes, do financiamento em larga escala e do conhecimento de formas modernas de produzir. Sendo assim, a visão sobre os agricultores familiares é ideologicamente reforçada, como demonstra a matéria “Economista defende em livro que visão romântica aprisiona agricultura familiar” [edição 375].
Por outro lado, o inverso também é verdadeiro: desmerecer a agricultura familiar visa justificar o não-acesso às condições de ampliação da produção agrícola. A “moderna” agricultura, na minha opinião, só subsiste às custas do empobrecimento dos pequenos produtores. Ser moderno, neste país, significa possuir tecnologias e desempregar milhares de trabalhadores visando a chamada racionalização da produção.
Antonio Barbosa Lúcio
Carlos Gomes
Parabenizo a equipe do Jornal Unicamp e o jornalista Manuel Alves Filho pela excelente matéria “Libretos em livro” [edição 374], que trata de pesquisa feita sobre o grande músico campineiro pela professora e musicóloga Lenita Nogueira. Ela soube, mais uma, vez explorar muito bem o tema, enriquecido por belas e humorísticas ilustrações, trazendo agora para o público leigo a história de vida do maestro Carlos Gomes e sua música de câmara. É uma honra para o Instituto de Artes contar com uma docente com tão expressiva produção de trabalhos.
Lilia Rosa, doutoranda em música
Drogas e pós-operatório
Gostei muito da reportagem “Pacientes que usam drogas estão mais sujeitos a complicações pós-operatórias” [edição 374]. A notícia serve de alerta aos usuários e aos serviços públicos de saúde. Sou professor aposentado (biologia) e hoje tenho um programa de rádio AM (jornalismo agrário) que abre espaço para as orientações de saúde. Tomei a liberdade e usei a notícia em meu programa. Parabéns ao cirurgião-dentista Eduardo Serena.
Valter João Rizzi
Bernardo Caro
Resido em Juiz de Fora (MG), e confesso que ignorava a importância e a figura do pintor Bernardo Caro. Gostei muito da esclarecedora matéria “Caro, ponto de união entre Espanha e Brasil” [edição 373], que muito me instruiu, e só posso lamentar que agora estejamos desfalcados de um artista tão importante e sensível, sobretudo por sua dimensão humana e do seu comprometimento com o seu povo e suas origens. Parabéns!
Nelson Bravo, bancário aposentado
Câncer hereditário
Achei muito boa a matéria “Tratando (e prevenindo) o câncer hereditário” [edição 372]. A reportagem é extremamente descritiva, além de trazer novidades muito animadoras do progresso do serviço de oncologia clínica, com dados epidemiológicos concretos. Fiquei muito satisfeito com o surgimento do ambulatório de oncogenética e com o conceito de multidisciplinaridade fortemente inserido no serviço. Parabéns a todos!
Bruno de Araujo Lima França, ex-residente de oncologia clínica do HC-Unicamp
Gameleira 1
Faz tempo que eu não lia algo tão bem escrito, tão lúdico e informativo, tão real e cheio de narrativa fantástica como a matéria “Libério revolve escombros e resgata ‘vidas ordinárias’ da Gameleira” [edição 372]. A história do personagem e a forma com que foi escrita e descrita são ímpares. Digo e repito, sem medo de errar: nesses 50 anos de vida e 27 de carreira é, sem dúvida, uma das reportagens mais envolventes que já li. Daquelas que você não pára de ler desde a primeira à última linha. Daquelas que se queria fosse maior.
Ou seja, não é o tamanho que faz uma matéria enfadonha, como muitos teimam em tentar vender. O que é uma tortura para o leitor é a mesmice, o texto mal escrito, a falta de assunto e a obviedade, a incompetência em passar para o papel uma bela história. Obrigado por essa reportagem. Um relato de vida e emoção. Duas páginas que trazem prazer para quem lê e que me fizeram redescobrir que o verdadeiro, velho e bom jornalismo não morreu.
Ronaldo Faria, jornalista
Gameleira 2
Com muito prazer, gostaria de parabenizá-los pela notícia que descreve tão bem a tese defendida sobre a tragédia da Gameleira, assim como seu autor. Sou amiga muito próxima de Libério, acompanhando de perto toda sua trajetória de pesquisa. O repórter captou realmente o espírito de Antônio Libério de Borba. Soube usar palavras que não somente enalteceram a sua história de vida e a importância da pesquisa, como também deram a tônica exata do professor doutor que nunca deixou de ser sertanejo e que se orgulha muito disso.
Luciana Palharini, aluna da Unicamp
Mindlin
Tenho uma admiração profunda por José Mindlin e por seu grande amor aos livros. Fiquei emocionada ao ler a matéria “Aos 93, José Mindlin celebra a ‘loucura mansa’ da leitura” [edição 371], porque me lembrei muito de meu pai, que também era um leitor compulsivo e passou para nós essa paixão tão saudável.
Éramos sete irmãos. Morávamos em Araraquara e todos os domingos ele nos levava à Livraria Ramalho, cujo dono também participava dessa paixão. Tínhamos direito a escolher livros e encomendar títulos não-disponíveis. Era uma espera angustiante pois vinham em sua maioria de São Paulo, demorando a chegar. Mais tarde, encomendávamos partituras de piano e peças de teatro. Assim, meu querido irmão Luís Antônio (1950-1987), aos 15 anos de idade já era leitor assíduo de Brecht e Maiakovski, como também de autores brasileiros tais como França Jr., Arthur Azevedo, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e tantos outros.
Um homem como José Mindlin é um exemplo edificante. Ameniza nosso sofrimento diante de tanta canalhice que corre solta pelo Brasil. Artaud, teatrólogo francês considerado “marginal”, chamava a atenção por uma frase exaustivamente comentada: “Só a arte (cultura) é mais sedutora que o crime”, ou seja, a cultura será nossa salvação.
Maria Helena Martinez Corrêa
Polímeros
Gostaria de parabenizar a professora Eliana Aparecida de Rezende Duek, e equipe, pelo importante trabalho que vêm desenvolvendo na Faculdade de Engenharia Mecânica, principalmente pelo caráter de interdisciplinaridade de suas pesquisas, mostrando o verdadeiro sentido da universidade. Sem dúvida, os benefícios de suas pesquisas serão de grande importância para toda a sociedade num curto período de tempo.
José Roberto Guimarães, professor da FEC
Lobato
Muito interessante a matéria “ ‘Missão epistolar’ desnuda as múltiplas personas de Lobato” [edição 370]. Pesquisas como a de Emerson Tin, que foi orientado pela professora Marisa Lajolo, são reveladoras do compromisso da Unicamp com a qualidade.
Antonio José Albuquerque
Vitamina e idosos
São valiosas as informações prestadas pela médica Sara Saad na matéria “Falta de vitamina B-12 está provocando doenças graves na população de idosos” [edição 326]. Sua pesquisa é uma grande contribuição para a saúde pública. Parabéns!
Voltaire da Luz Motinha, farmacêutico