| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 376 - 15 a 21 de outubro de 2007
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Ferramenta multimídia
anima aula de química

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O professor Pedro Faria, orientador, e Vânia de Albuquerque Moretti, autora da pesquisa: simulações em sala de aula (Foto: Antonio Scarpinetti)Na era da informática, a solução é inovar para prender a atenção dos estudantes do ensino médio. Foi essa a proposta da professora de química Vânia de Albuquerque Moretti, que desenvolveu um conjunto de aulas eletrônicas – teóricas e práticas –, utilizando o programa Flash, conhecido por obter efeitos de animação multimídia e permitir a interatividade com o usuário.

É possível por meio do programa, por exemplo, simular em sala de aula um experimento que só poderia ser feito em laboratório. “As aulas ganharam uma outra dinâmica, e o ensino de química se tornou mais atrativo”, afirma a professora, que apresentou dissertação de mestrado no Instituto de Química (IQ), orientada pelo professor Pedro Faria dos Santos Filho. A idéia é disponibilizar o material em um site, o que facilitaria o estudo para muitos que desejam aprimorar os conhecimentos em química ou para professores que querem ter a ferramenta como suporte.

Vânia fez uma pesquisa com estudantes do ensino médio de uma escola particular, em São Paulo, para avaliar a receptividade do sistema. Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que as aulas eletrônicas contribuíram muito para o aprendizado do conteúdo. Cerca de 60% dos alunos atribuíram notas entre nove e dez para a iniciativa da professora. O material, no entanto, não substitui a presença do docente e suas estratégias para o ensino. Tanto é que os próprios alunos reconhecem este aspecto, pois 60% acreditam que a ferramenta substitui parcialmente o professor em sala de aula.

A principal vantagem das aulas eletrônicas, segundo Vânia, está no fato de se poder consultar o conteúdo em qualquer momento. “Acredito que o sistema facilita o estudo, além de motivar o aluno na busca por mais conhecimentos”, avalia. Nas apresentações, tudo foi pensando e desenvolvido para estimular a interatividade – músicas de videogames, animações e figuras do cotidiano dos estudantes.

O tema elaborado como piloto para as aulas eletrônicas foi um conteúdo sobre ácidos, bases e sais. Uma das etapas que chama a atenção são experimentos feitos com líquidos, entre os quais, vinagre, detergente e água. “Conforme são introduzidas as substâncias, como o azul de bromotimol ou a fenolftaleína, as cores mudam. A impressão que se tem é que o experimento está realmente ocorrendo. Até o pingar das gotas nos líquidos emite ruídos”, explica.

Segundo a professora, esse tipo de aula seria ideal para escolas que não possuem laboratórios. “O aluno teria uma idéia clara de como se processam as reações químicas, com animação, e não tendo apenas o livro didático como material. A intenção é, justamente, aproximar a química do cotidiano dos estudantes, tornando o ensino mais prazeroso”, argumenta. As aulas eletrônicas podem, inclusive, ser adaptadas para o conteúdo do ensino superior e para a faixa etária matriculada no ensino fundamental.

O projeto é parte de um conjunto de trabalhos desenvolvidos no Instituto de Química, sob orientação do professor Pedro Faria. Uma outra inovação proposta pelo grupo de pesquisadores é o ensino da química por meio de histórias em quadrinhos. “Ao longo dos anos tenho me dedicado a descobrir novas estratégias para aprendizagem dos conteúdos. Já escrevemos crônicas e desenvolvemos até material de apoio para os vídeos do programa TV Escola”, atesta Faria.

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