| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 377 - 22 a 28 de outubro de 2007
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Evento promovido pela Unicamp reunirá cientistas,
empresários e representantes dos governos dos dois países

Workshop abre canais para parceria entre Brasil e Japão na área de biocombustíveis

ÁLVARO KASSAB
RONEI THEZOLIN

O professor Carlos Suzuki, presidente da comissão organizadora do evento: "Trata-se de um casamento perfeito" (Foto:Antônio Scarpinetti)A Unicamp promove, de 29 de outubro a 1 de novembro, o V Workshop Brasil-Japão: Biocombustível, Meio Ambiente e Novos Produtos da Biomassa. A quinta edição do evento vai reunir, no Centro de Convenções da Universidade, especialistas de instituições de ensino e pesquisa, empresários e representantes dos governos e de agências de fomento dos dois países. O objetivo do encontro é abrir novos canais de cooperação bilateral de interesse estratégico nas áreas de combustíveis alternativos, cogeração de energia, biomassa, sustentabilidade e mercado de crédito de carbono, entre outras. A produção de etanol estará no centro dos debates.

Segundo Carlos Kenichi Suzuki, presidente da comissão organizadora do workshop, o momento não poderia ser mais oportuno para o estabelecimento de parcerias, de intercâmbios e de troca de experiências entre cientistas, empresários e agências governamentais dos dois países. “A grande abrangência temática do workshop deve-se ao cenário atual. O aquecimento global exige que a ciência procure alternativas para mitigar o problema”, afirma Suzuki, que é professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp (FEM). A expectativa do docente e dos organizadores é que o workshop funcione como um “catalisador” de programas bilaterais de grande magnitude.

Na avaliação do pesquisador, a emissão de CO2 causada pela queima de combustíveis fósseis já cobrou sua fatura. O advento de novas tecnologias, observa Suzuki, é fundamental para a reversão de um quadro que vem se agravando ao longo das últimas décadas. “As soluções precisam ser de curto prazo. Nesse contexto, os combustíveis renováveis ocupam um papel central. A substituição vai ser gradativa, mas ela precisa ser iniciada já”.

Além do problema ambiental, prossegue o especialista, os aspectos econômicos precisam ser colocados na balança. Suzuki lembra que o etanol já era mais vantajoso economicamente quando a unidade de barril ainda não havia ultrapassado a marca dos 30 dólares. “Hoje, o preço já bateu em mais que o dobro desse valor”, contabiliza.

O especialista observa que a área de biomassa contempla uma infinidade de produtos derivados da biorrefinaria – os plásticos biodegradáveis são um exemplo. Suzuki projeta que eles gradativamente ocuparão o espaço que ainda hoje é predominantemente ocupado por milhares de subprodutos oriundos da petroquímica. Essa tendência, avalia Suzuki, é irreversível. “Grandes corporações multinacionais que vêm investindo maciçamente em pesquisas na área estão iniciando parcerias com empresas brasileiras”.

Nesse contexto, afirma Suzuki, o workshop vem sacramentar o que o especialista classifica de “casamento perfeito” entre o Brasil e o Japão. “A complementaridade nessa área é muito grande. Cada país tem uma coisa. As trocas são vantajosas para os dois lados”, afirma o pesquisador, revelando que uma série de iniciativas empresariais nesse campo já estão em curso. Uma das quais, exemplifica, é o consórcio formado entre a Petrobrás e um grande grupo empresarial japonês. Os brasileiros já instalaram uma empresa no Japão, enquanto o grupo nipônico planeja investimentos.

A aposta da empresa brasileira no mercado do país asiático mira o cenário futuro. O governo do Japão acaba de instituir uma legislação, conhecida como “E-3”, que prevê a colocação no mercado de 3% de etanol em toda a demanda de gasolina.

Outro ponto destacado pelo docente da FEM são as pesquisas desenvolvidas no mundo todo que visam transformar fibras vegetais em energia, em processo conhecido como hidrólise. Embora difundida em laboratórios, a técnica ainda não é economicamente rentável.

O especialista lembra que se trata de um mercado a ser explorado. Um terço de toda a colheita de cana, por exemplo, é constituída de bagaço. Mesmo queimando os resíduos para a geração de energia, há um excedente considerável. “Boa parte dessa queima pode ser otimizada e transformada em etanol”, diagnostica. Nesse sentido, o workshop, na opinião de Suzuki, pode viabilizar parcerias vantajosas para ambas as partes.

Segundo o docente da FEM, o evento reunirá renomados especialistas em conversão de biomassas e, conseqüentemente, em hidrólise. Entre os representantes japoneses, estão dois nomes que contemplam da cadeia produtiva, passando pela ciência até chegar a instância governamental – o professor Yasuo Igarashi, da Universidade de Tóquio, que é presidente da Comissão Japonesa de Biomassa, organismo responsável por políticas públicas e investimentos na área e Hajime Uchida, diretor do Banco Sumitomo-Mitsui.

Especialistas de outras universidades do Japão, entre as quais de Kyoto, Gifu e Kyushu, instituições que desenvolvem pesquisas de ponta na área, participarão do evento. Uma missão do governo japonês em biotecnologia e biomassa também estará presente.

Na opinião do cônsul geral do Japão, Masuo Nishibayashi, o workshop possibilitará a troca de informações entre cientistas que se dedicam integralmente a temas de interesse do mundo inteiro. “Minha expectativa é que este workshop contribua para a solução de problemas ambientais do mundo e para o estreitamento das relações acadêmicas e econômicas dos dois países que, em 2008, comemoram os cem anos da imigração japonesa”, afirmou Nishibayashi.

Do lado brasileiro, entre outros especialistas, falará o professor Rogério Cerqueira Leite, que é coordenador do Projeto Etanol, do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), cujo objetivo é substituir de 5% a 10% de toda a gasolina do mundo pelo etanol, até 2025.

O presidente da comissão organizadora lembra que a presença de empresas do porte da Petrobrás e da Toyota na relação de patrocinadores e apoiadores é emblemática das novas tendências mundiais, inclusive as de consumo. “O ‘carro verde’ da Toyota, cujo sucesso foi muito grande, demonstra que a estratégia da companhia é partir para uma tecnologia mais avançada e limpa”, constata o cientista, referindo-se ao lançamento de um veículo cujo interior é composto de plástico biodegradável. A presença de representantes da Sanasa na relação de patrocinadores, reforça o cientista, demonstra essa preocupação com o meio ambiente.

Suzuki enfatiza também a apresentação de contribuições técnico-científicos no âmbito da temática do evento. Até o último dia 19 de outubro, cerca de 120 trabalhos tinham sido inscritos. “Teremos pesquisadores de todo o país”. Os temas são os mais variados: biodiesel, etanol, plástico biodegradável, conversão da biomassa, tratamento de resíduos e de efluentes, mercado de crédito de carbono de água, entre outros. Os melhores trabalhos, revela o Suzuki, serão premiados.

PROGRAMA

V WORKSHOP INTERNACIONAL BRASIL-JAPÃO EM BIOCOMBUSTÍVEL,
MEIO AMBIENTE E NOVOS PRODUTOS DA BIOMASSA

29 de outubro a 1 de novembro

28 de Outubro

19h00

Jantar de boas-vindas

29 de Outubro

9h00

Sessão de Abertura

Sergio Rezende, ministro da Ciência e Tecnologia

Embaixador Luiz Henrique Pereira da Fonseca, diretor da Agência Brasileira de Cooperação - ABC

Hélio de Oliveira Santos, prefeito de Campinas

José Tadeu Jorge, reitor da Unicamp

Toshio Kuroki, reitor da Gifu University

Masuo Nishibayashi, cônsul geral do Japão em São Paulo

Masahiro Kobayashi, diretor da Jica (Japan International ooperation Agency) no Brasil

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp

Carlos Suzuki, presidente do V Workshop Brasil-Japão

Romeu Santini, secretário municipal de Cooperação Internacional de Campinas

Luís Cortez, coordenador de Relações Internacionais da Unicamp

10h00h – 11h00h

Sessão 1

Uma nova etapa nas relações Brasil-Japão

Moderador: Ademar Yamanaka

Expositores:

Luiz Henrique Pereira da Fonseca, diretor da Agência Brasileira de Cooperação

Masuo Nishibayashi, cônsul geral do Japão em São Paulo

Masahiro Kobayashi, diretor da Jica (Japan International Cooperation Agency) no Brasil

11h00 – 11h30

Coffee break e Sessão de Painéis

11h30 – 13h00 Sessão 2

Etanol, Política de Pesquisa e Desenvolvimento: Cooperação Internacional

Moderador: Luiz Antonio Rodrigues Elias, secretário executivo, MCT

Expositores:

Hiromichi Shimada, diretor do National Institute of Advanced Industrial Science and Technology

Minoru Nagashima, coordenador do National Food Research Institute, Japan

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp

13h00 – 14h30

Almoço

14h30 – 16h00

Sessão 3

A Questão Ambiental e de Saúde Pública no Brasil e Japão Hoje (Parte I)

Moderadora: Leila da Costa Ferreira, coordenadora do Núcleo de Estudos e

Pesquisas Ambientais/Unicamp

Expositores:

Hideto Fukushi, Gifu University

Toshio Kuroki, reitor da Gifu University

Arnaldo César da Silva Walter, Departamento de Energia, FEM/Unicamp

16h00 – 16h30

Coffee break e sessão de painéis

16h30 – 18h00 Sessão 4

A Questão Ambiental no Brasil e Japão Hoje (Parte II): Situações Atuais e Tecnologias Futuras de Conversão de Biomassa, Hidrólise de Celulose e Biodiesel em relação ao Protocolo de Kyoto

Moderador: Adriano Duarte, MCT

Expositores:

Hisashi Miyafujii, Kyoto University

Carlos Vaz Rossell, Grupo de Bioetanol, MCT

José Luis Olivério, Dedini

18h00

Encerramento e Apresentação do Grupo de Folclore Japonês de “Taikô” do Instituto Cultural Nipo-Brasileiro

Coquetel

30 de Outubro de 2007

9h00 – 10h30

Sessão 5

Tecnologias de Disposição de Resíduos Sólidos/Líquidos e Minimização de Impactos Ambientais – Brasil/Japão

Moderadora: Eglê Novaes Teixeira, FEC/Unicamp Expositores:

Hiroshi Moritomi, Gifu University

Luiz Augusto Castrillon de Aquino, presidente da Sanasa

Waldir Antônio Bizzo, Unicamp

10h30 – 11h00

Coffee break e sessão de painéis

11h00 – 12h30 Sessão 6

Energia de Biomassa no Japão e no Brasil: Tendências e Cooperação Bilateral

Moderador: Marcos Sawaya Jank, Presidente Unica-União da Indústria de Cana-de-Açúcar

Yasuo Igarashi, University of Tokyo, Coordinator of Biomass Nihon Project

Rogério Cerqueira Leite, Unicamp, coordenador do Programa MCT em Biocombustíveis

12h30 – 14h00

Almoço

14h00- 15h30 Sessão 7

Novos Produtos da Biomassa

Moderador: Celso Morooka, Unicamp/FEM

Kenji Sonomoto, Kyushu University

Roberto Nonato, Frings

Sillas Oliva Filho, Gerente de Comércio de Álcool e Oxigenados, Petrobrás

15h30 – 16h00

Coffe break e sessão de painéis

16h00h – 17h30 Sessão 8

Projetos Globais de Produção e Conversão de Biomassa e Mercado de Crédito de Carbono

Moderador: Yasuo Igarashi, The University of Tokyo e Elba Bon,

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Expositores:

Naoya Okamura, diretor Yokkaichii Plant, Japan Ethanol Company Limited

Hajime Uchida, diretor do Banco Sumitomo-Mitsui

Fernando Baratelli Junior, Gerente de Gás e Energia, Petrobrás

17h30

Premiação de Trabalhos , Conclusão e Encerramento

31 de Outubro de 2007

Reuniões de Trabalho

01 de Novembro de 2007

Reuniões de Trabalho

Organização e realização: Universidade Estadual de Campinas – Unicamp

Universidade Japonesas Participantes:
University of Tokyo, Kyoto University
Gifu University, Kyushu University

Patrocínio:

MCT
Fapesp
CNPq
Petrobrás
Sanasa
Capes
Faepex

Apoio:

Consulado Geral do Japão em São Paulo
Ministério das Relações Exteriores
Prefeitura Municipal de Campinas
Jica
Toyota

Campinas – 2007

http://www.cori.unicamp.br/centenario2008/evento1.htm

Informações: andré@reitoria.unicamp.br

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