Robótica
na educação Nied explica funcionamento de robôs
a partir de mecanismos simples e kits Lego Manusear
conceitos. Esse é o objetivo dos pesquisadores do Núcleo de Informática
Aplicada à Educação (Nied) da Unicamp, que expôs três
projetos de aprendizagem a distância na Cientec. O de maior destaque, intitulado
Siros (Sistemas Robóticos com Superlogo), fez com que o público
infantil e jovem se aglomerasse em frente ao estande para conhecer o funcionamento
de controle de robôs por computador, a partir de mecanismos simples, materiais
alternativos e kits disponíveis comercialmente, como o brinquedo Lego. Segundo
o pesquisador responsável pelo Siros, João Vilhete Viegas d´Abreu,
o projeto tem por objetivo implementar no software Superlogo recursos que possibilitem
ao usuário operar e controlar dispositivos mecânicos automatizados
de forma presencial e a distância (via Internet). Mais: a intenção,
por meio do contato prático, é de fazer com que crianças
e adolescentes absorvam fórmulas físicas, conceitos matemáticos
e informações que, vistas pelo viés convencional do sistema
de educação adotado no país, parecem distantes demais do
cotidiano. Depois
de montar uma roda-gigante com peças de Lego, programo o funcionamento
dessa máquina no computador. Basicamente, qualquer criança alfabetizada
tem condições de manipular o teclado e selecionar comandos para
uma operação que ela queira que a máquina execute. Quando
utilizamos o Lego, trabalhamos com motores, sensores e luzes, controlados via
computador, explica Viegas. Braço
manipulador O Nied apresentou também o braço manipulador
espécie de braço mecânico de aproximadamente 30 centímetros
, que tem a função de remover objetos de um lugar para outro.
Classificado como montagem não-comercial, o braço manipulador
é a prova de que, a partir do estímulo do interesse dos estudantes,
uma máquina inicialmente operada como um brinquedo pode ser reprojetada
e, em dimensões maiores, inserida na rotina de uma indústria. O
processo de estabelecer o que a máquina vai fazer, via computador, é
o momento em que a criança aprende a programar. Para ensinar os macetes
da programação do software a iniciantes, os pesquisadores demonstram
conceitos e comandos que permitem movimentos básicos. O braço manipulador,
por exemplo, tem seis comandos. Mas isso pode ser sofisticado. A especificação
da programação depende, segundo Viegas, do nível de ensino
com o qual se trabalha. Basicamente,
o braço manipulador abaixa, levanta, vai para a direita e para esquerda,
pega peça, devolve peça. Essa máquina, do ponto de vista
operacional, é um brinquedo. Mas do ponto de vista da automação,
nada deixa a desejar a um robô que tira mercadorias de um lugar e as coloca
em outro, numa indústria, guardadas as proporções. Em maior
escala, esse robô pode ser projetado para levantar toneladas em vez de levantar
um cubo pequeno, como está sendo demonstrado. A lógica é
igual, compara o pesquisador do Nied. Máquina
burra Uma criança manipula o programa, dizendo quais tarefas
uma roda-gigante montada com Lego vai realizar. Se você quiser uma máquina
de lavar roupa, vai precisar descrever os comandos ao computador, criar esses
controles. O computador é burro. Esse processo de ensinar a máquina
a fazer o que você deseja é aprender a programar, reforça
João Viegas d´Abreu. Em
todos os equipamentos do Projeto Siros, o objetivo é didático. Milhares
de estudantes passaram pela Cientec e, certamente, muitos estranharam o ambiente
de uma oficina de robótica, conta o idealizador do Siros, consultor em
algumas escolas que implantaram o programa. A idéia, num primeiro
contato, é despertar a curiosidade, fazer com que a pessoa queira mexer,
conhecer. Ela não precisa montar nada, apenas ligar o motor, ver se funciona,
ativar os sensores, brincar, diz o pesquisador. No segundo momento, o professor
mostra quais tipos de mecanismos podem ser montados a partir das peças
soltas, fazendo os estudantes colocarem em prática determinados conceitos
de física e matemática. A gente busca, em todos os níveis,
ensinar por meio da experiência o que normalmente se aprende de maneira
abstrata. ---------------------------- Sem
contato não existe aprendizado O
processo básico de aprendizagem por meio da robótica é o
mesmo para todas as idades, garante João Vilhete Viegas d´Abreu,
do Nied. A diferença está na quantidade e detalhamento das informações.
No ensino fundamental, mostra-se porque a máquina está andando
muito rápido, como fazê-la ir mais devagar etc; no ensino médio,
a gente começa a introduzir fórmulas quando se estuda a velocidade
de um equipamento; o ensino superior exige não somente a formalidade dos
conceitos, mas também o início de um processo de dedução,
num caminho inverso, o de como, de determinado resultado, chego a uma fórmula,
explica. Viegas
não nega: a intenção é mesmo de virar a educação
de cabeça para baixo ou para cima , mudando alguns dogmas
do ensino considerados ultrapassados por educadores e pesquisadores. Sem
contato não há aprendizado, ressalta. Com a pulverização
do Projeto Siros, espera-se atingir não somente crianças e jovens,
mas também estudantes em níveis de pós-graduação
e especialização. Estamos criando um contexto onde se possa
trabalhar de forma interdisciplinar. Um aluno de engenharia de automação,
por exemplo, tem interesse de fazer uma máquina mais precisa no processo
repetitivo, atendendo a interesses da indústria; quer tornar a manipulação
dessa máquina o mais simples possível para o operário. Outro
aluno, de ciência da computação, pós-graduando em automação,
chega aqui interessado em tornar a máquina inteligente: não basta
o braço manipulador tirar um cubo de um lugar e colocar em outro; ele quer
fazer a máquina tomar decisões, exemplifica. Uma
das formas que o Nied encontrou para facilitar o acesso ao aprendizado por meio
da robótica foi a construção de um laboratório virtual.
É ainda um projeto em curso, por meio do qual o internauta entra no laboratório
do núcleo via Internet, vê os robôs que lá existem e,
pela rede, comanda esses equipamentos. A página na rede e o ambiente virtual
já existem e algumas interações experimentais foram feitas.
Quem entra no site hoje, não vai poder comandar um robô, porque
estamos agindo de acordo com a demanda. Mas é só marcar a hora para
o experimento. É um processo de aprendizagem de programação
interessante, porque a pessoa programa com um objetivo e, se estiver no caminho
errado, a gente corrige e dá os atalhos on line, explica Viegas.
O projeto
de telerobótica poderá, num futuro não tão distante,
servir a laboratórios de informática de diversas escolas. Entretanto,
será necessário que professores e diretores revejam suas diretrizes
educacionais. Eu assessorei escolas que tentaram encaixar a experiência
numa aula de 50 minutos, a fim de conseguir os mesmos resultados de um aprendizado
mais flexível, num contexto interdisciplinar, com uma estrutura de educação
diferenciada, comenta Viegas. Aí fica difícil, pois
não dá para fazer mágica. ---------------------- >>
O robô bípede >>
Ciranda, cirandinha
Sem
contato não existe aprendizado
O
processo básico de aprendizagem por meio da robótica é o
mesmo para todas as idades, garante João Vilhete Viegas d´Abreu,
do Nied. A diferença está na quantidade e detalhamento das informações.
No ensino fundamental, mostra-se porque a máquina está andando
muito rápido, como fazê-la ir mais devagar etc; no ensino médio,
a gente começa a introduzir fórmulas quando se estuda a velocidade
de um equipamento; o ensino superior exige não somente a formalidade dos
conceitos, mas também o início de um processo de dedução,
num caminho inverso, o de como, de determinado resultado, chego a uma fórmula,
explica.
Viegas
não nega: a intenção é mesmo de virar a educação
de cabeça para baixo ou para cima , mudando alguns dogmas
do ensino considerados ultrapassados por educadores e pesquisadores. Sem
contato não há aprendizado, ressalta. Com a pulverização
do Projeto Siros, espera-se atingir não somente crianças e jovens,
mas também estudantes em níveis de pós-graduação
e especialização. Estamos criando um contexto onde se possa
trabalhar de forma interdisciplinar. Um aluno de engenharia de automação,
por exemplo, tem interesse de fazer uma máquina mais precisa no processo
repetitivo, atendendo a interesses da indústria; quer tornar a manipulação
dessa máquina o mais simples possível para o operário. Outro
aluno, de ciência da computação, pós-graduando em automação,
chega aqui interessado em tornar a máquina inteligente: não basta
o braço manipulador tirar um cubo de um lugar e colocar em outro; ele quer
fazer a máquina tomar decisões, exemplifica.
Uma
das formas que o Nied encontrou para facilitar o acesso ao aprendizado por meio
da robótica foi a construção de um laboratório virtual.
É ainda um projeto em curso, por meio do qual o internauta entra no laboratório
do núcleo via Internet, vê os robôs que lá existem e,
pela rede, comanda esses equipamentos. A página na rede e o ambiente virtual
já existem e algumas interações experimentais foram feitas.
Quem entra no site hoje, não vai poder comandar um robô, porque
estamos agindo de acordo com a demanda. Mas é só marcar a hora para
o experimento. É um processo de aprendizagem de programação
interessante, porque a pessoa programa com um objetivo e, se estiver no caminho
errado, a gente corrige e dá os atalhos on line, explica Viegas.
O
projeto de telerobótica poderá, num futuro não tão
distante, servir a laboratórios de informática de diversas escolas.
Entretanto, será necessário que professores e diretores revejam
suas diretrizes educacionais. Eu assessorei escolas que tentaram encaixar
a experiência numa aula de 50 minutos, a fim de conseguir os mesmos resultados
de um aprendizado mais flexível, num contexto interdisciplinar, com uma
estrutura de educação diferenciada, comenta Viegas. Aí
fica difícil, pois não dá para fazer mágica. ----------
Serviço www.nied.unicamp.br/~siros/ hera.nied.unicamp.br/teleduc www.nied.unicamp.br/~dafe/ |
--------------------------- | |