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Arte: FelixUnicamp terá
cátedra da UBA

Em contrapartida, Universidade de Buenos Aires vai criar mecanismo semelhante para estudos sobre o Brasil

CLAYTON LEVY

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deverá contar, a partir do ano que vem, com uma cátedra da Universidade de Buenos Aires (UBA) para estudos de temas relacionados à Argentina. A medida foi acertada em agosto durante encontro dos reitores Carlos Henrique de Brito Cruz e Guilhermo Jaim Etcheverry, em Buenos Aires. O acordo também prevê a instalação de uma cátedra da Unicamp no campus da UBA, para desenvolver estudos sobre o Brasil.

A proposta partiu do reitor da Unicamp, que no período de 20 a 23 de agosto visitou a Argentina e o Chile com o objetivo de estreitar as relações acadêmicas entre os três países. O projeto para definir a instalação das cátedras está sendo elaborado pela Pró-Reitoria de Pós -Graduação. O texto prevê a vinda de pesquisadores argentinos para atuar em Campinas e a ida de pesquisadores brasileiros para atuar em Buenos Aires, com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Universidades
argentinas e chilenas
querem parceria com Unicamp

"A instalação das cátedras é fundamental para fortalecer as relações entre os dois países", disse o coordenador da Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais (Cori), professor Luís Cortez, que integrou a comitiva do reitor juntamente com os pró-reitores de Pesquisa, Fernando Costa, e de Pós-Graduação, Daniel Hogan. "No processo de globalização é importante conhecer os vizinhos. Os grandes países são fortes politicamente porque têm ligação cultural e econômica. Sem troca de conhecimento, as nações mais pobres correm o risco de cair no isolamento, o que as tornaria mais frágeis do ponto de vista político", afirmou Cortez.

Outro objetivo da viagem foi atrair um número maior de estudantes da pós-graduação da Argentina e do Chile para a Unicamp. "Nestes dois países, há um bom sistema universitário, voltado especialmente para a graduação e que pode se beneficiar da interação com os programas de pós-graduação da Unicamp", disse o reitor. "Há programas da Capes e do CNPq dirigidos exatamente para esse tipo de iniciativa. Por isso, estes projetos podem nos ajudar a trazer mais recursos para intercâmbio e para as atividades da Unicamp, inclusive mais bolsas para a pós-graduação", completou o reitor.

Vídeo - Além de manter encontros com autoridades universitárias e de agências de fomento, a missão brasileira apresentou um vídeo institucional sobre a Unicamp, produzido em espanhol pelo Centro de Comunicação. Na Argentina, além da UBA, foram visitadas a Universidade Nacional de La Plata, em La Plata, com forte tradição na área de alimentos; a Universidade Nacional de Córdoba, em Córdoba, tradicional nas áreas de física e química; e a Universidade Católica de Córdoba. No Chile, a missão brasileira esteve na Universidade de Santiago, que se destaca nas áreas de alimentos e biotecnologia, e na Universidade do Chile, também na capital Santiago.

"Houve muito interesse por nossas propostas e tenho certeza que vários projetos importantes para todos nós e para integração cultural e acadêmica entre os três países nascerão desta iniciativa", disse o reitor da Unicamp. Um forte indicativo disso é o interesse demonstrado pela Agência Córdoba de Ciências, agência de fomento que funciona nos moldes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em obter o apoio da Unicamp para desenvolver projetos em conjunto com pesquisadores argentinos.

No Chile, o Centro Latino-Americano de Demografia também demonstrou interesse em receber pós-graduandos da Unicamp. O Centro detém uma importante base de dados referentes a todos os censos latino-americanos desde 1970. Segundo o pró-reitor de Pós-Graduação, professor Daniel Hogan, os dados serão oferecidos a pós-graduandos da Unicamp para a realização de suas pesquisas.

Além disso, dois programas de pós-graduação em andamento na Unicamp já incentivam o intercâmbio acadêmico com a Argentina. Um deles é o Programa de Centros Associados de Pós-Graduação, que tem como objetivo estimular a parceria acadêmica entre o Brasil e a Argentina. O outro envolve a Secretaría para la Tecnologia, la Ciencia y la Innovación Productiva, da Argentina, e apóia projetos de pesquisa e cooperação científica que promovam a formação em nível de doutorado, doutorado sanduíche e pós-doutorado, além de aperfeiçoamento de docentes e pesquisadores.