9 a 15 de setembro de 2002
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Comunidade debate planejamento estratégico

Esforço de reflexão sobre o futuro da Unicamp mobiliza todos os setores da Universidade

MANUEL ALVES FILHO

O Planejamento Estratégico (Planes) da Unicamp, ferramenta que permite programar as ações da Universidade no médio e longo prazo, em função da sua missão e de seus compromissos sociais, acaba de ingressar na segunda fase de implantação. A atual etapa envolve um trabalho de sensibilização da comunidade interna, cuja participação espontânea nas discussões é fundamental para o sucesso do processo. Unidades de Ensino e Pesquisa, órgãos da área de saúde, centros e núcleos interdisciplinares de pesquisas e todo o setor administrativo/operacional estão sendo visitados pelo vice-reitor e coordenador geral da Universidade, professor José Tadeu Jorge, que tem explicado aos membros das congregações os principais aspectos que envolvem a elaboração do Planes bem como sua importância.

A primeira etapa do Planejamento Estratégico da Unicamp teve início em 2000 e se estendeu até o ano seguinte. Na oportunidade, foram estabelecidas diversas ações de caráter administrativo. O trabalho culminou com a aprovação, pelo Conselho Universitário (Consu), da distribuição dos recursos disponíveis e na constituição da Comissão de Planejamento Estratégico Institucional (Copei). O valor aprovado, de cerca de R$ 30 milhões, está em fase de execução, sendo que a maior parte foi destinada a projetos de infra-estrutura, obras e ações emergenciais, de modo a atender as prioridades elencadas pelas unidades e órgãos da Universidade.

De acordo com o vice-reitor, a fase inicial do Planes foi formatada para atender à necessidade específica de definir como o dinheiro disponível naquele momento seria aplicado. “O Planejamento Estratégico não é, porém, uma ferramenta que deva estar vinculada apenas à questão orçamentária, embora esta também seja uma das suas aplicações. É, sobretudo, um mecanismo que possibilita pensar a Universidade de um modo mais amplo, vislumbrando ações e projetos de médio e longo prazos”, explica o professor Tadeu. O estágio atual, segundo ele, tem por objetivo justamente retomar os princípios de que o planejamento é um instrumento de maior abrangência, que deve orientar todas as providências administrativas e operacionais visando à qualificação e crescimento da Unicamp, envolvendo ou não a utilização de recursos. “Há questões administrativas, como medidas de desburocratização, que são importantes dentro do planejamento e envolvem economia e não gasto de dinheiro”, exemplifica.

Obviamente, a definição dos objetivos maiores de uma instituição da envergadura da Unicamp não pode ser feita somente pela Administração Superior. A missão e a definição dos compromissos sociais requerem a participação de toda a comunidade interna. No processo anterior, em que esteve em foco predominantemente a questão financeira, foram envolvidas nos debates apenas as Unidades de Ensino e Pesquisa e a Reitoria. Agora, o compromisso é o de mobilizar todos os segmentos da Universidade, num esforço de reflexão sobre o futuro da Instituição. O professor Tadeu já se reuniu com dirigentes e gerentes de diversas áreas. Outras unidades e órgãos serão visitados nas próximas semanas. A receptividade às propostas do Planes, segundo o vice-reitor, tem sido muito significativa.

Ainda como parte do trabalho de sensibilização da comunidade interna, a Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) estará promovendo uma série de conferências (confira programação) para debater os variados aspectos ligados à elaboração do Planejamento Estratégico. Estão sendo convidados representantes de instituições públicas e empresas privadas que têm ou tiveram alguma experiência na condução desse tipo de processo. A idéia é aprender um pouco mais sobre o assunto. Três dessas palestras, que ocorrerão no auditório da Biblioteca Central (BC), já estão definidas.

Elas serão proferidas por dirigentes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As conferências estarão abertas à participação de toda a comunidade interna, especialmente aos diretores, coordenadores e gerentes. A CGU promoverá outros encontros semelhantes, sendo que um deles deverá contar, provavelmente, com um consultor de gestão de planejamento que tenha experiência no trato tanto com empresas privadas quanto com órgãos públicos.

De acordo com o vice-reitor e coordenador geral da Universidade, a atual Administração teve uma preocupação adicional, que é a de não manter os debates em torno do Planes restritos ao âmbito administrativo. A dimensão política, nesse caso, também deve ter papel de destaque no conjunto das reflexões. Por isso, estão sendo convidadas a participar do processo a Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Associação dos Pós-Graduandos (APG). 

Outra providência para estimular o engajamento da comunidade ao processo, conforme o professor Tadeu, foi encaminhar às unidades e órgãos o documento “Visão de Futuro da Universidade”, gerado ainda na primeira fase do Planes pela Reitoria e diretores de Unidades de Ensino e Pesquisa. O documento, que estabelece a missão e os objetivos da Unicamp, não foi validado pelo conjunto da Universidade. A intenção é que novas contribuições sejam agregadas ao documento original, para que ele possa ser submetido à apreciação do Consu. “Assim, ele servirá como guia na seqüência das discussões, que contará também com as metas traçadas pelas unidades e órgãos a partir dos objetivos maiores da Universidade”, afirma o vice-reitor.

A proposta é que esse trabalho esteja concluído até março de 2003. A partir disso, os documentos provenientes das unidades e órgãos serão organizados e sistematizados, de modo que haja uma classificação por tipo de ação a ser executada. Encerrada essa tarefa, os documentos, já refletindo o pensamento de toda a Universidade, serão devolvidos, até meados do ano que vem, às fontes de origem. A perspectiva é que até o final de 2003 as ações prioritárias sejam aprovadas e, até onde seja possível, vinculadas à execução do orçamento do período posterior. Como o Planes aponta para um horizonte de médio e longo prazo, mas ao mesmo tempo é um instrumento dinâmico, a expectativa é que ocorram atualizações anuais.

Todo esse processo, como lembra o professor Tadeu, requer a criação de um sistema de avaliação institucional, que já vem sendo tratado na esfera da Copei, vinculada ao Consu. “O Planes só poderá funcionar se houver um mecanismo que permita aferir os seus resultados”, esclarece o vice-reitor. Uma outra Comissão dentro da Copei está dimensionando e regulamentando os procedimentos de avaliação, o que inclui a definição de metodologia e de indicadores. Informações mais detalhadas sobre o Planes e seu cronograma de implantação podem ser obtidas na página da CGU (http://www.cgu.unicamp.br) ou diretamente nas unidades e órgãos.
 
 
Conferências/Programação
Dia: 19/09
Local:
Auditório da BC
Horário: 10h
Palestrante:
Marcos Zabotto
Instituição: UFSCar
 
Dia: 30/10
Local:
Auditório da BC
Horário: a definir
Palestrante:
Marisa Barbosa
Instituição: Embrapa
 
Dia: 19/11
Local:
Auditório da BC
Horário: 14h
Palestrante:
Fernando Cabral
Instituição: UFSC