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Unicamp vence Jovem Cientista
A Unicamp é a vencedora do Prêmio Jovem Cientista na categoria "Mérito Institucional". O vice-reitor José Tadeu Jorge esteve em Brasília no dia 10 de setembro, quando foram anunciados os ganhadores pelo presidente do CNPq, Esper Cavalheiro. A Universidade chegou à primeira colocação nesta categoria por ter inscrito 13 dos 99 participantes do prêmio, que este ano teve como tema "Energia Elétrica: geração, transmissão, distribuição e uso racional". O Prêmio Jovem Cientista vai ser entregue pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, provavelmente no dia 5 de novembro. Marcelo Augusto Cicogna, 28 anos, aluno de doutorado da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, foi o terceiro colocado na categoria graduados. Vai receber como prêmio 5 mil reais.
Marcelo é engenheiro civil formado pela USP de São Carlos e obteve seu título de mestre em planejamento energético na Unicamp. Seu trabalho de pesquisa concentrou-se no desafio de aperfeiçoar e facilitar o gerenciamento da operação de usinas hidrelétricas. Ele criou dois softwares que permitem a análise de várias situações de operação de um sistema hidrelétrico, como, por exemplo, determinar o melhor ponto de funcionamento de uma turbina e a melhor decisão para o gerenciamento de reservatórios. As ferramentas disponíveis nos programas permitem aos profissionais do setor elétrico tomarem decisões que minimizam custos, atendam à demanda de energia e respeitem as restrições físicas do sistema hidrelétrico. O programa de suporte à decisão HydroLab, a partir dos dados cadastrados e gerenciados pelo programa HydroData, permite obter um aumento de até 10% na produção de energia em sistemas hidrelétricos. O programa HydroData gerencia os dados das 89 maiores usinas hidrelétricas brasileiras.
Marcelo, que vem sendo orientado pelo professor Secundino Soares, da FEEC, aplicou o sistema computacional na operação das usinas das empresas AES Tietê e Duke Energy Geração Paranapanema. O projeto está em estudos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e começando a ser utilizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "Os programas já estão em ação", afirma.
Se o Brasil dispusesse destes sistemas há pouco mais de um ano, quando passou por séria crise energética, a solução poderia ser outra. Marcelo relembra que hoje 95% dos recursos naturais em produção de energia já foram aproveitados no Sudeste do país. "Ainda existe espaço para a otimização desta produção", destaca. O Brasil possui pouco mais de 63.000 MW (mega watts) de capacidade instalada em suas usinas hidrelétricas, mas ainda existe um potencial a ser explorado de 200.000 MW. "Diante deste potencial, os programas têm seu futuro garantido". Marcelo prepara-se para defender sua tese de doutorado em planejamento energético no início de 2003.
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