Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 229 - de 15 a 21 de setembro de 2003
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Trabalho Infantil
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As Cores da Rua
 


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COMENTÁRIO

Planejar a Unicamp

EUSTÁQUIO GOMES

O projeto que deu origem à Unicamp é um caso à parte. Fugindo à tradição brasileira do crescimento cumulativo, em que as universidades são quase sempre o resultado de um conglomerado de unidades construído ao longo do tempo, a Unicamp nasceu de um projeto congruente que desde o início contemplou as principais áreas do conhecimento.

Ou seja, embora fossem apenas dez as unidades de ensino e pesquisa projetadas na sua primeira fase (hoje são 21), pode-se dizer que a Unicamp nasceu in totum da prancheta de Zeferino Vaz. Numa época em que planejar a longo prazo não fazia parte da cultura administrativa dos brasileiros - e não se pode assegurar que o faça ainda hoje - Zeferino projetou no tempo o sonho que trazia na cabeça e colocou-o à frente da realidade que então vivia.

Um exemplo notável foi sua antevisão, em 1967, da importância vital que os computadores viriam a ter para as atividades humanas. No ano seguinte teve a coragem de criar o curso de Ciência da Computação sob uma bateria de críticas dos que duvidavam da existência de mercado de trabalho para os futuros formandos.

A não ser em sua fase de formulação e implantação, como lembra o vice-reitor José Tadeu Jorge, a Unicamp nunca teve um projeto que contemplasse o curto, o médio e o longo prazo. Mais acertado seria dizer que teve projetos de administrações. Daí a importância do Planes – o projeto de planejamento estratégico ora em desenvolvimento na universidade – cujo objetivo é buscar organizar não apenas as ações do presente mas também as que o futuro indica como boas e necessárias, a partir de planos de metas para a instituição e para cada uma de suas unidades e órgãos.

Tal como está sendo tocado, isto é, construído a partir de discussões que permeiam toda a estrutura institucional, o Planes, além de traçar um caminho que nunca será rígido o bastante para não merecer revisões periódicas, tem legitimidade suficiente para assegurar uma base de continuidade administrativa ao longo de períodos mais amplos que uma ou duas administrações.

A entrevista com o vice-reitor, nesta edição, detalha esta e outras particularidades do projeto, uma das prioridades do reitor Brito Cruz já em seu programa de administração divulgado em fevereiro de 2002.

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