Imecc, 35 anos, planeja seu futuro
Lançamento de site e ampla programação marcam aniversário do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
ROBERTO COSTA
O Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) da Unicamp registra alguns marcos em 35 anos de vida. Pelo menos 90% dos alunos dos cursos de graduação da Universidade têm aula na unidade, foi ali que se defendeu a primeira dissertação de mestrado, e o primeiro curso noturno, de licenciatura em matemática, começou a funcionar em 1988. Os números não param: são 102 professores, todos com titulação mínima de doutor, 100 alunos na pós-graduação (68 de mestrado e 32 de doutorado), fora outros 915 na graduação. No período, o Imecc formou 652 mestres, 205 doutores e 2.690 na graduação. Para marcar os 35 anos e resgatar parte de sua história, acaba de lançar um site comemorativo (www.ime.unicamp.br/imecc35) e inaugurou no último dia 8 a exposição Kairós, que permanece até outubro no térreo da unidade.
Uma ampla programação, que se encerra no dia 4 de dezembro, com uma festa para a comunidade interna, faz parte das atividades previstas pelo Imecc. "Os 35 anos são como a vida útil de um professor", compara o professor Laércio Vendite, do Departamento de Matemática Aplicada, que encabeça a comissão encarregada de programar as atividades de aniversário. Tudo começou no final de junho, quando a professora Olga Rodrigues de Moraes Von Simson, da Faculdade de Educação e coordenadora do Centro de Memória Unicamp (CMU), realizou uma palestra no Imecc e abordou a "Memória, cultura e poder na sociedade do esquecimento".
Há documentos importantes do Instituto que se perderam com o tempo. Um deles, de 1966, entretanto, está bem guardado no Sistema de Arquivos da Universidade (Siarq) e mostra a decisão do Conselho Estadual de Educação, autorizando a instalação e o funcionamento do Instituto de Matemática. Isso viria a se concretizar apenas dois anos depois, em 1968. Contudo não há uma data precisa da primeira aula da unidade ou mesmo de sua instalação oficial.
O site dos 35 anos pretende cobrir lacunas desse tipo, a partir de colaborações recebidas dos atuais e ex-alunos, professores e funcionários. Uma das iniciativas é entrevistar personalidades como Rubens Murilo Marques, o primeiro diretor (1967-1971), que ainda está em atividade na Fundação Carlos Chagas. Ele é um dos nove diretores que o Imecc já teve, dois deles já falecidos. O atual, João Frederico da Costa Azevedo Meyer, o Johnny, no cargo desde o início deste ano, foi formado na primeira turma do Instituto, em 1970. Nos 35 anos passaram pela direção do Imecc, além de Rubens e Johnny, Ubiratan Dambrósio (1972-1979), Ayda Ignez Arruda - falecida (1980-1983), Antonio Mário Sete - falecido (1983-1986), Marco Antonio Teixeira (1986-1990), Alcebíades Rigas (19901994), Waldyr Alves Rodrigues Jr. (1994-1998) e José Luiz Boldrini (1998-2002).
Quando Rubens Marques dirigiu o então Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação, ele funcionava em um anexo ao Instituto de Física. Depois o Imecc - que manteve sua sigla, mesmo tendo "perdido" o Departamento de Ciência da Computação, transformado no Instituto de Computação em 1996 - teve sua sede no prédio que atualmente funciona a Diretoria Geral da Administração (DGA). A atual sede foi inaugurada em 1986.
Para Johnny, atual diretor do Imecc, o momento é de planejar o futuro. Um grupo projeta no momento o que o Instituto poderá ser em 2010. Ele lembra que a unidade compete com outras instituições que apenas realizam pesquisas. O Imecc, ao contrário, se preocupa também na formação matemática de muitos cursos da Unicamp. São pelo menos 6 mil alunos a cada novo semestre. A pesquisa e a pós-graduação são preocupações, voltadas sempre para as três áreas de sua atuação, a matemática, a matemática aplicada e a estatística.
Outros marcos - O Imecc guarda em sua história alguns fatos da inovação tecnológica. O primeiro fax e a primeira impressora a laser da Unicamp foram utilizadas na unidade. Não é isso apenas. A interligação de computadores em rede foi pioneirismo do Imecc. Na época, o sistema era alimentado por um computador IBM 1130. Eram necessários de 300 a 400 cartões perfuráveis só para registrar as médias dos alunos de uma classe. A evolução natural trouxe para o instituto o uso do código de barras. Isso foi em 1992, quando nem supermercados ou mesmo videolocadoras se utilizavam da técnica. A biblioteca do Imecc foi pioneira, graças à doação do sistema recebida de Jean Philipe Geara, que representava o novo sistema na França.
Ex-alunos - O Imecc está à procura de seus alunos. Pede que eles entrem em contato com o Instituto através do ícone Fale Conosco do site dos 35 anos, http://www.ime.unicamp.br/imecc35/.