RAQUEL DO CARMO SANTOS
Pesquisa da Unesco divulgada recentemente na mídia impressa destaca que 60% dos professores de ensino fundamental e médio nunca tiveram correio eletrônico ou navegaram na internet. “Isto caracteriza que a exclusão digital atinge com maior intensidade nossos professores de escolas públicas e, por conseqüência, seus alunos. Assim, apesar do inegável esforço de muitos programas, ainda se está muito distante da meta necessária de permitir o acesso massivo, para a população escolar, às tecnologias de informação e comunicação”, frisa o professor Hilário Fracalanza. Neste sentido as discussões sobre incorporação de novas tecnologias em sala de aula ganham um novo fôlego. Trata-se do mais recente tema que incorpora a série de fóruns permanentes, iniciativa das coordenadorias Geral da Universidade (CGU) e de Relações Institucionais e Internacionais (Cori). O Fórum Desafios do Magistério pretende discutir políticas apropriadas para a difusão, aceitação e uso das tecnologias de informação e comunicação pelo magistério brasileiro, bem como a difusão destas tecnologias acompanhada de efetivas políticas e propostas de formação inicial e continuada dos professores. O fórum acontece no dia 29 de setembro, das 9 às 17 horas, no Centro de Convenções. A organização foi feita por meio de parceria entre a Faculdade de Educação da Unicamp, a Acorde Cooperativa Educacional e a Rede Anhanguera de Comunicação (RAC). A seguir, Fracalanza fala sobre a proposta do evento.
Jornal da Unicamp Qual a importância de uma série de seminários sobre Desafios do Magistério?
Hilário Fracalanza Os eventos são realizados mensalmente desde 2001 como parte do acordo de cooperação celebrado entre a Rede Anhangüera de Comunicação (RAC) e a Acorde Cooperativa Educacional. Originalmente eram intitulados: “Acorde para a Educação”. Atualmente, “Desafios do Magistério”. Desde o início, representam o esforço conjunto da mídia impressa e de pesquisadores da universidade na divulgação de conhecimentos que interessam diretamente aos professores - especialmente de nossas escolas públicas. Assim, busca-se a discussão de temas do cotidiano escolar ou que influenciam o dia-a-dia do ambiente educacional. Com isso, procura-se focalizar possíveis respostas a perguntas que os professores se fazem sobre os conteúdos escolares, as propostas de metodologia de ensino, os temas mas abrangentes que perpassam o currículo, os recursos usualmente utilizados no ensino. Mas, também são tratados temas que interferem na prática do professor, tais como os baixos salários e a violência no âmbito escolar.
JU Como foi estruturado o programa do primeiro encontro, cujo tema será o uso de mídia no Magistério?
Fracalanza São três eventos sucessivos. Em seu conjunto, eles se propõem a discutir as relações entre as tecnologias de informação e comunicação e o magistério. Neste primeiro módulo será dada atenção especial ao uso da mídia pelo professor, ou seja, os problemas e dificuldades para o uso de mídias pelos professores brasileiros. O segundo evento (dia 27 de outubro) discorrerá especialmente sobre as experiências bem-sucedidas no uso das tecnologias de informação e comunicação junto ao magistério brasileiro. Por sua vez, o terceiro encontro (dia 10 de novembro) procurará discutir a formação continuada dos professores e a função das tecnologias de informação e comunicação. Além disso, estes três eventos podem ser entendidos como preparatórios à parte das discussões que serão realizadas no 2º Seminário Nacional “O Professor e a Leitura do Jornal” que será realizado na Unicamp no período de 28 a 30 de novembro, numa realização conjunta do Laboratório de Estudos em Jornalismo e da Faculdade de Educação da Unicamp, da RAC e da Acorde. O objetivo é criar e consolidar um espaço para a reflexão crítica sobre o binômio escola-jornal e aprofundar os estudos sobre o uso de mídias nas escolas, especialmente o jornal impresso; compartilhar resultados das mais diversas investigações sobre o tema; propor ações que possibilitem e estimulem o uso do jornal no ambiente escolar.
Aromas e óleos essenciais
Há muito tempo, os aromas e óleos essenciais são utilizados na perfumaria e na formulação de alimentos, medicamentos e rações. O Brasil, por sua vez, tem um grande potencial para produzir e comercializar aromas já estabelecidos, além de adicionar itens exóticos aos aromas e óleos essenciais naturais. Para discutir esta e outras questões, o Fórum Permanente de Agronegócios traz para o debate o tema Aroma e Óleos Essenciais. O encontro, organizado pelo Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (PPQBA) e Faculdade de Engenharia de Alimentos, pretende fornecer uma visão completa da cadeia produtiva que envolve aromas e óleos essenciais. O evento acontece no dia 30 (quinta-feira), das 13h30 às 18 horas, no Auditório da Biblioteca Central. Duas palestras serão dedicadas à sistemática de extração e ao panorama brasileiro de óleos e aromas, atendendo nesses tópicos as questões de cunho mais acadêmico. Outras duas palestras irão enfocar aspectos industriais, compreendendo aplicações de interesse, a qualidade atual e a desejada, as características deste mercado, e os atuais valores de remuneração da atividade.