Da
sombra das árvores, nos idos 1970, para o pavilhão
de artes. Num futuro breve, alunos de artes cênicas
e corporais da Unicamp trocarão o antigo pavilhão
de artes por um teatro-laboratório. A Unicamp aprovou
um recurso de R$ 3 milhões, provenientes de verba extraorçamentária,
solicitado pela diretora do Instituto de Artes, Helena Jank,
para a construção do teatro. O projeto está
em discussão e a expectativa é de que o prédio
seja construído em um ano. O termo teatro-laboratório,
explica Helena, caracteriza a natureza do projeto, idealizado
para oferecer um espaço com arquitetura adequada a práticas
de teatro e artes corporais. O novo prédio, segundo a
diretora, deve ter arquitetura própria para abrigar o
estudo e a prática desses dois gêneros.
Para
satisfazer às necessidades dos cursos, a Unicamp já
assinou contrato para promover um concurso público nacional
de idéias para o projeto arquitetônico do teatro.
Segundo o arquiteto Ronald Tanimoto, representante do Instituto
de Arquitetos do Brasileiro (IAB) em Campinas, a idéia
é escolher os melhores estudos preliminares, com a participação
nacional de arquitetos, com o objetivo de desenvolver o projeto
de arquitetura mais adequado. A inscrição é
aberta à participação individual ou equipes
multidisciplinares coordenadas por um arquiteto.
O
concurso prevê a premiação de três
projetos e menções honrosas, a critério
da banca examinadora. Os trabalhos aprovados participarão
de uma exposição na Galeria de Artes da Unicamp
e serão divulgados amplamente na mídia e nas revistas
do IAB. No momento, Tanimoto coordena uma comissão formada
um aluno e um professor dos departamentos de artes cênicas
e corporais e um representante do Centro Acadêmico do
Instituto de Artes (Caia) nas discussões sobre a elaboração
do edital do concurso e as propostas de construção.
As disposições do edital estarão disponíveis
assim que o documento for elaborado. A previsão é
de que as inscrições possam ser efetuadas em janeiro.
A página www.iar.unicamp.br fornece, passo a passo, informações
sobre o projeto.
O
teatro sonhado por Helena Jank deve ter a cara do Brasil. Queremos
um teatro construído com recursos brasileiros e materiais
brasileiros, afirma a professora. A idéia vai ao
encontro das expectativas do representante do IAB, que se dispõe
a consultar a comunidade de arquitetos nacionais para saber
o que propõem para um teatro brasileiro. Certamente
teremos um projeto dentro do contexto da realidade brasileira,
que atenderá às necessidades de seus usuários,
reforça Tanimoto.
Para
Helena Jank, a parte mais difícil foi a que envolveu
as discussões sobre a importância do teatro para
a universidade. A fase mais difícil está
superada. A expectativa é lutar para a realização
mais rápida possível do projeto, uma vez que os
recursos já foram aprovados pelo Consu, avalia
Helena. Ela comemora a possibilidade de aproximar os departamentos
de artes cênicas e corporais, atualmente localizados no
pavilhão, do Instituto de Artes. O prédio será
erguido entre o instituto e o Banco do Brasil. O que se
comemora não é só a construção
de um espaço cênico, mas um espaço para
adequar os dois departamentos. As artes cênicas
e corporais exigem um palco diferente da música, segundo
Helena. O que Tanimoto caracteriza como pé-direito
é a altura do prédio do chão ao
teto ideal para os dois gêneros. As propostas
deverão contemplar as especificidades dos dois departamentos
envolvidos no concurso, garante o arquiteto.
A
representante dos alunos do departamento de artes cênicas
no projeto, Beatriz Curado, lembra que tudo começou debaixo
de uma árvore. Mas não dá para pensar
que saiu debaixo da árvore para um barracão e
isso seja considerado suficiente. Não dá para
deixar arte para trás só por ser arte, deve ser
encarada como uma produção humana. Infelizmente
é colocada de lado por algumas pessoas, analisa.
Quanto à expectativa com a construção do
teatro, a aluna diz que o mais importante não é
o contato com o edifício teatral, mas o contato com o
público. Não adianta passar quatro anos
dentro do departamento, produzindo somente para os colegas assistirem,
porque quando vai para o mercado de trabalho tudo muda.
Para ela, o teatro é uma oportunidade de o aluno ter
uma vivência teatral por completo, com uma estrutura mínima
necessária.
Outros
projetos caminham paralelamente à construção
do teatro. Entre as providências do instituto estão
o isolamento acústico das salas de música, a ventilação
para laboratórios de artes plásticas e a compra
de um piso móvel para estudos de dança. O
piso móvel reduz o impacto do dançarino com o
chão, justifica Helena.
O próximo projeto da lista é a compra de um equipamento
para a impressão de partituras em braille. Este
é o próximo investimento. A idéia é
fornecer partituras para outras universidades brasileiras após
a aquisição, revela Helena.
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