Unicamp tem o melhor
desempenho do Provão

Antonio Roberto Fava

A Unicamp foi a Universidade brasileira que conseguiu maior
número de conceitos A no Exame Nacional de Cursos de 2001, o Provão, em relação ao total de carreiras avaliadas. De um total de treze cursos, doze obtiveram nota A. A única exceção em termos de desempenho ocorreu com o curso de pedagogia — avaliado pela primeira vez —, devido ao boicote dos alunos, que acabou ficando com E, pior conceito do Provão.

De acordo com o professor Angelo Luiz Cortelazzo, pró-reitor de Graduação, esse desempenho já era esperado pela Universidade. Ele explica que, em 2000, os mesmos doze cursos avaliados este ano já haviam obtido conceito A. “No caso da Pedagogia, houve um boicote parcial, em que 40% decidiram entregar a prova em branco”, explica. Desse modo, 92% dos cursos da Unicamp obtiveram o conceito máximo. A Usp teve 36 cursos avaliados, 60% dos quais com A. A Unesp, por sua vez, ficou um pouco abaixo: dos 46 cursos avaliados no Provão, 22 deles (47%) ficaram com A.

No caso da Unicamp, conforme revela o professor Cortelazzo, os principais fatores que contribuem para que a Universidade obtenha resultados tão bons, são o quadro de docentes de alto nível, com quase 90% de doutores com dedicação em tempo integral, além de bons laboratórios, infra-estrutura e equipes de apoio. O Pró-reitor diz ainda que o mais importante é a comprovação de que há décadas a Universidade mantém um ensino de qualidade. “A Unicamp é uma excelente escola não apenas por causa do resultado apresentado pelo Provão. Em todos os nossos cursos há um envolvimento dos alunos com a pesquisa, com a produção de conhecimento, e isso dá o diferencial na sua formação. E mais: a escola, enquanto Universidade, não pode se limitar a transmitir conhecimento; tem que produzi-lo também. E o aluno que participa diretamente dessa produção é diferente, e, por conseqüência, é melhor”.

Na concepção de Cortelazzo, todo estabelecimento de ensino que tem estudantes que participam da produção científica ou acadêmica tem, efetivamente, alunos mais capacitados, e que pertencem a um nível mais elevado. Ele acredita que a Unicamp deve ter plena consciência de que está desempenhando bem o seu papel social. “Complicado seria uma universidade pública, mantida com dinheiro do povo, proporcionar à sociedade um mau serviço, com um desempenho ruim e destituído de bons programas voltados tanto para o ensino quanto para a pesquisa. A avaliação do Provão vem nos mostrar que estamos no caminho certo”, ressalta.

Além disso, Cortelazzo explica que o vestibular da Unicamp, que passa constantemente por modificações, é um dos mais concorridos do País, garantindo que nosso aluno já entre na Universidade com uma boa noção de conhecimento do ensino básico, o que também auxilia no trabalho de sua formação universitária. Neste ano, para se ter uma idéia, foram 47.265 candidatos inscritos, contra 45.315 do vestibular passado. Foi o maior índice registrado nos últimos 16 anos, o que corresponde, em média, a 19 candidatos por vaga.

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