Avenida da Unicamp ganha
nome do prefeito Toninho

Carlos Alberto Tidei

A inauguração da avenida Antonio da Costa Santos (Toninho), no dia 10 de janeiro, foi precedida de
uma homenagem ao prefeito de Campinas, assassinado no último dia 10 de setembro, que reuniu mais de 200 pessoas na sala do Conselho Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A data foi escolhida para marcar mais um mês da morte do prefeito e cobrar a elucidação de seu assassinato.

Dirigentes da Unicamp e diversos convidados, entre eles o irmão de Toninho, a prefeita de Campinas, Izalene Tiene, o prefeito de Piracicaba, José Machado, o senador Eduardo Suplicy, o reitor da PUC-Campinas, padre José Benedito de Almeida David, vereadores e representantes de organizações não-governamentais (ONGs) comprometidas com a defesa dos direitos humanos, prestigiaram o evento.

Após os discursos do professor Mohamed Habib, organizador do evento, do reitor Hermano Tavares, da prefeita Izalene Tiene, do reitor Padre José David, do senador Suplicy, do deputado Renato Simões e do vereador Paulo Oya, todos em favor do combate à violência, aconteceu o lançamento do livro “O Estado da Paz e a Evolução da Violência na América Latina – A situação da América Latina”, com pronunciamento do secretário executivo da Associação das Universidades, Grupo Montevidéu, Jorge Brovetto.

Esta é a segunda vez que a Unicamp homenageia Toninho. No dia 10 de novembro, a Unibanda fez uma apresentação no Coreto da Praça Carlos Gomes, no Centro de Campinas, para marcar o segundo mês da morte do prefeito. De acordo com o professor Mohamed Habib, dirigente da Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais (Cori), a iniciativa da Universidade soma-se a outras ações de pessoas e entidades que acreditam na busca por uma sociedade pacífica e solidária. Ele lembra que o primeiro ano do novo século está sendo marcado por diversos conflitos, pela explosão da violência urbana e pelo aprofundamento da exclusão social em diversas partes do mundo. “Em Campinas, por exemplo, praticamente duas pessoas são assassinadas por dia. A sociedade não pode assistir a isso passivamente”, afirma.

O livro “O Estado da Paz e a Evolução da Violência na América Latina – A situação da América Latina”, originalmente editado em espanhol pelo Centro Internacional de Investigação e Informação para a Paz, da Universidad para La Paz, instituição das Nações Unidas, foi traduzido e publicado pela Editora da Unicamp como referência de estudos para ajudar a compreender e lutar contra a violência, afirma o professor Habib. “O interesse pelo tema, paradoxal porque a intenção é combater a violência, é popularizar a informação para que a sociedade tenha instrumentos para trabalhar a questão, já que a polícia e o governo demonstram incompetência para solucionar o problema”, destaca o professor..
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Frases

“O livro descreve de maneira patética a situação grave que atravessamos em toda a América Latina, em particular no Brasil” – Reitor Hermano Tavares

“O que aconteceu com o Toninho, este crime bárbaro, foi um ato contra todos nós. O tiro que o atingiu, atingiu a todos. Esse crime não pode ficar impune” – Izalene Tiene

“O governo não consegue mais controlar o avanço do crime” – Mohamed Habib

“Quantos seres humanos precisarão perder a sua vida para que possamos ver melhor o quão necessário é criar condições para a paz e justiça” – Eduardo Suplicy
“A cidade de Campinas não vai en-contrar energias para superar sua crise sem que encontremos o res-ponsável por esse gesto de violência representado na morte do próprio prefeito” – Renato Simões

“A temática do Toninho sempre foi Campinas. Isso marcou muito a nossa comunidade, e serve como uma men-sagem para contribuirmos com nossa parcela” – Padre David

“As desigualdades sociais e crescimento contínuo da pobreza formam o cenário da violência na região” – Jorge Brovetto