Dicionário de Bolso

Texto até então inédito, escrito ao longo das décadas de 30/40 por Oswald, sob a forma de um curioso dicionário, sem ordem muito rígida, exceção talvez de uma vaga cronologia. É comparável a uma passagem célebre do Serafim Ponte Grande, que tem o mesmo título e que determinou, aliás, a escolha deste, uma vez que o próprio autor deixou esta lacuna. Os personagens, os nomes, as citações enfileiradas não se restringem à vida contemporânea nacional. Eles passam, sem cerimônia da Bíblia à Revolução Russa, dos filósofos gregos às stars de Hollywood. Impertinentes, corrosivos, sedutores e exasperantes, os verbetes do Dicionário de Bolso provêm da veia mais autêntica e provocadora do escritor. O texto tem um efeito tônico, no mais alto grau, atinge diretamente o público contemporâneo. Não se trata de uma revisão, feita pelo próprio Oswald, das suas posições extremas, uma reconciliação qualquer com os seus antigos ódios, mas a expressão mesma do lado "dragão" do Autor do Manifesto Antropófago. Por isso, o trabalho de montagem destes inéditos não visou unicamente ao estudioso ou ao especialista. Procuramos, através de uma breve apresentação, tornar transparente os mecanismos de criação do texto, a relação com sua época e com o restante da obra de Oswald e sobretudo mostrar como o livro foi organizado. Também foi publicado pela Globo dentro da coleção das Obras Completas de Oswald, em 1990.

 

    DICIONÁRIO DE BOLSO

 

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