Departamento de Filosofia – Unicamp
– www.unicamp.br/~chibeni
2018- (Livro: Editor principal). Chibeni,
S. S. Filosofía e historia de la ciencia
en el Cono Sur : Selección de trabajos del X Encuentro. Editado por
Chibeni, S. S.; Zaterka, L; Ahumada, J.; Letzen, D.; Silva, C. C.; Martins, L.
A.-C. P.; Brito, A. P. O. P. M. 1a ed., Córdoba, Argentina, AFHIC, 2018. ISBN:
978-950-33-1401-2 (versão digital) e 978-950-33-1407-4 (versão impressa).
Versão digital disponível em: www.afhic.com, ou,
diretamente em: http://www.afhic.com/wp-content/uploads/2017/11/afhic-x-online-final.pdf
2015-
(Livro: Coeditor). Filosofía e Historia
de la Ciencia en el Cono Sur. Selección de trabajos del IX Encuentro y las XXV
Jornadas de Epistemología e Historia de la Ciencia. Córdoba, Argentina,
Editorial de la UNC, 2015. 716 p., ISBN 978-987-707-026-2. Coeditores: José
Ahumada (UNC) e Nicolás Venturelli (UNC). Versão digital disponível em http://www.afhic.com/wp-content/uploads/2017/11/08-Ahumada-y-otros-Filosof%C3%ADa-e-Historia-de-la-Ciencia-del-Cono-Sur-IX-Encuentro-correcto.pdf
2008- (Número temático de periódico).
Editor convidado do número temático
dos Cadernos de História e Filosofia da Ciência dedicado
a Berkeley (em co-editoração com Fátima R. R.
Évora). Cadernos de História e Filosofia da Ciência,
Série 3, 18
(2), 2008. https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/issue/view/103
2021 - Sem a filosofia tudo fica como está?
2018 - Hume on unobservable entities.
2014 - Hume e a razão dos animais.
2013 – As posições de
Newton, Locke e Berkeley sobre a natureza da gravitação
2013 - Locke e a distinção entre qualidades primárias e
secundárias.
2012 - Hume
e as bases científicas da tese de que não há acaso no mundo
2011 - Hume e o dogma do reducionismo
2010 - Berkeley e o papel das hipóteses na filosofia natural.
2008 - Apresentação - Número temático dos Cadernos
de História e Filosofia da Ciência dedicado a Berkeley
2008
– Berkeley:
Uma física sem causas eficientes
2008 - Explanations in microphysics: A response to van
Fraassen’s argument.
2008 - As inferências causais na epistemologia
de Hume
2007 - Remarks on the scientific exploration of “anomalous” psychiatric
phenomena / Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de
fenômenos “anômalos” na psiquiatria. (Em colaboração
com Alexander Moreira-Almeida. Texto bilíngüe.)
2007 - Locke e o materialismo
2006 - Hume e as crenças causais
2006 - Afirmando o
conseqüente: Uma defesa do realismo científico (?!).
2005e - Quinton’s neglected argument for
scientific realism
2005d - A Humean analysis of scientific
realism
2005c - A logico-conceptual analysis of the Einstein-Podolsky-Rosen argument
2005b – Locke
on the epistemological status of scientific laws
2005a - Certezas e
incertezas sobre as relações de Heisenberg
2004b
– Holism in
microphysics
2004a
– Ontic vagueness in microphysics.
2003b – Empirismo na história da ciência médica. Samuel
Hahnemann e Claude Bernard
2003a - Hume on the principles of natural
philosophy
2002 - A homeopatia como ciência: Uma
análise filosófica
2001e – Russell e a noção de causa
2001d – Hahnemann and the explanation of the homeopathic phenomena
2001c – On the scientific status of homeopathy
2001b
– A interpretação
da mecânica quântica
2001a - Indeterminacy, EPR and Bell
1999b- Le réalisme
scientifique face à la microphisique
1999a - A fundamentação
empírica das leis de Newton
1998 - Realismo
científico empirista?
1998 - A questão da
cientificidade da homeopatia
1996- A inferência
abdutiva e o realismo científico
1993 - A microfísica e
a não-localidade
1993 - Descartes e o realismo científico
1992 - Implicações
filosóficas da microfísica
1991 - A incompletude da mecânica quântica
1991 - Estudo crítico: Zahar's Einstein's
Revolution
1990
– Descartes,
Locke, Berkeley, Hume e o realismo científico.
2011 – A kind of “mental
geography”: Remarks on Hume’s science of human nature
2008
– Berkeley e o realismo científico
2003 - What is ontic vagueness?
2000 - A controvérsia sobre a completude da mecânica
quântica. EPR e seus desdobramentos.
1996/2001-
Locke e o
problema da indução
Orelha: No presente
trabalho investigam-se certas restrições que resultados recentes da microfísica
alegadamente impõem à crença realista de que a física procura descrever uma
realidade objetiva, ainda quando inacessível à observação direta. Após uma
análise da doutrina do realismo científico e dos principais argumentos para a
incompletude da descrição quântica da realidade, empreende-se um exame
detalhado dos referidos resultados de limitação. Argumenta-se no final que eles
não comprometem o realismo científico per
se, mas que não deixam de ter implicações filosóficas, visto que acarretam
a necessidade de reformulações profundas na concepção científica da matéria,
alterando destarte o referencial no qual se inserem alguns dos problemas
filosóficos tradicionais.
Abstract: This thesis
investigates the restrictions that certain recent results in microphysics
allegedly impose on the realist belief that physics aims to describe an
objective reality, even when it is beyond direct observation. After an analysis
of the doctrine of scientific realism and of the main arguments for the
incompleteness of the quantum mechanical description of reality, the
above-mentioned limitation results are examined in detail. It is argued at the
end that they do not impair scientific realism per se, but that, nevertheless,
they do have philosophical implications, since they entail the need for
deep-reaching reformulations in the scientific view of matter, thereby changing
the framework in which some traditional philosophical problems are discussed.
What is ontic vagueness. A sair em Filosofia
Unisinos (Unisinos Journal of Philosophy, e-ISSN:
1984-8234, ISSN (impresso): 1519-5023, Qualis A1. 2024.
Berkeley e o relógio vazio. Um exercício em
filosofia da ciência. Intelligere. Revista de História
Intelectual (USP), n. 15, pp. 208-240, 2023.
Disponível em https://www.revistas.usp.br/revistaintelligere/article/view/217485/199186. DOI: 10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2023.217485
Prefácio ao livro Tantos sóis, tantos mundos, tantas hipóteses: a história das teorias de
formação do sistema solar e os progressos da ciência, de Danilo Nogueira
Albergaria Pereira. Coleção CLE, vol. 91 Campinas, Centro de Lógica, Epistemologia e
História da Ciência, 2023 (ISBN: 978-65-88097-06-9). Pp. 1-8. Versão eletrônica
em livre acesso (ISBN978-65-88097-11-3): https://www.cle.unicamp.br/ebooks/index.php/publicacoes/catalog/book/92
.
Sem a filosofia tudo fica como está? In: Humanidades e Ciências Naturais: Ensaios e Balanços
Críticos, M. Barreto (org.), Editora da Unicamp,
2021. ISBN: 978-65-86253-68-9.
p. 31-46.
“¿En qué puntos de la historia de la mecánica
cuántica el realismo científico ha enfrentado amenazas reales (y por qué
razones)?” [“At what points of the history of quantum mechanics
has scientific realism faced a
real threat (and for what reasons)?”] In: Borge, B. & Gentile, N. La
ciencia y el mundo inobservable. Discusiones contemporáneas en torno al
realismo científico. Buenos Aires, Argentina:
Editorial Universitaria de Buenos Aires (Eudeba), 2020, p. 367-399.
ISBN: 9789502329468. https://www.eudeba.com.ar/Papel/9789502329468/La+ciencia+y+el+mundo+inobservable#contenedorCentral
Hume on unobservable entities. Revista Doispontos, Curitiba e São Carlos, v. 15, n. 1, p. 129-141, 2018. Clique aqui para obter o artigo.
Abstract: It is generally
acknowledged by both philosophers of science and by Hume scholars that Hume’s
classic analysis of perceptions and knowledge of matters of fact push strongly
toward scepticism about unobservable entities, such as those typically
postulated in theories of the natural sciences. Intriguingly, though, Hume has
not only written approvingly of certain scientific theories referring to
unobservable objects, but also introduced himself several hypotheses about
unobservable entities and processes in his own “science of man”. This article
aims to pinpoint and comment some of the main passages of his works in which
Hume appears to take a positive stance toward unobservables, in certain
particular instances. If correct, this analysis would constitute a piece of
evidence against the usual belief that the empiricist epistemological theory
developed by Hume would constitute an impeditive framework for any form of
scientific realism.
Hume e a razão dos animais. In: Materialismo e
Evolucionismo III: Evolução e acaso na hominização. João Carlos Kfouri Quartim de Moraes (org.).
Campinas, Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, Unicamp, 2014,
p. 119-143. ISBN 978-85-86497-18-6. (Volume 67 da Coleção CLE, 2014, que reúne trabalhos apresentados no III
Seminário “Materialismo e Evolucionismo: Evolução e acaso na hominização”,
organizado na Unicamp por J. C. K. Quartim de Moraes, de 24 a 26 de outubro de
2011.). Clique aqui
para baixar somente o artigo.
Resumo: Este trabalho examina duas breves e
instigantes seções do Treatise of Human
Nature e da Enquiry concerning Human
Understanding, intituladas, ambas, “Da razão dos animais”. Nelas, Hume
compara as faculdades cognitivas dos seres humanos e dos animais, com o
objetivo de “testar” sua teoria epistemológica acerca da causalidade,
desenvolvida nas seções precedentes dessas obras. Tal “teste” torna explícita a
aproximação que a teoria humeana efetivamente promove dos homens relativamente
aos animais, ao mostrar que as inferências que ambos fazem quanto a toda e
qualquer questão de fato não observada inferências essas essenciais não apenas
para a vida comum, mas também para as ciências – não dependem da razão,
tal qual tradicionalmente entendida, mas de “uma espécie de instinto ou poder
mecânico.
As posições de
Newton, Locke e Berkeley sobre a natureza da gravitação. Texto preparado para apresentação no VII Encontro da AFHIC, Canela, RS, maio de 2010. (Não apresentado, por motivo
de força maior.) Publicado em Scientiae Studia v. 11, n. 4, 2013. https://doi.org/10.1590/S1678-31662013000400005
Abstract: Newton’s defence, in the Principia, of the
existence of a universal force of gravity immediately gave rise to a wave of
philosophical doubts and objections. His own remarks on the nature of gravitation
are not easily amenable to a consistent, uniform interpretation. This paper
begins by reviewing briefly these remarks. Its primary objective is, however,
to examine how this important scientific issue contributed to demarcate two
main epistemological positions on the status of scientific hypotheses
transcending immediate experience. In Newton’s time, two exponents of these
positions were Locke and Berkeley. Intriguingly, Newton fuelled both the
Berkeleyan, instrumentalist interpretation, and the Lockean, realist
interpretation. On the one hand, immediately after offering the definitions of
“quantities of centripetal forces” (Definitions VI-VIII), he warned that he was
treating these forces “mathematically”, without pronouncing on its physical
status. This remark lends support to Berkeley’s anti-realist interpretation of
forces, as Berkeley himself was keen to point out. But in the General Scholium,
at the end of the book, Newton declared that he could “explain” certain
important phenomena of motion by the force of gravity, although he had not yet
been able to explain the cause of this force, adding, famously, that he would
“feign no hypotheses” about this issue. A natural, realist interpretation of
this statement is that Newton believed that, from the phenomena, he could infer
the existence of gravity, as a real, causal physical agent, but that he had not
yet succeeded in discovering the cause of this cause. In discussing the
shortcomings and advantages of these opposing views, we indicate that although
the realist interpretation appears to do more justice to the actual development
of physics after the Principia, Berkeley’s interpretation has the
philosophical merit of representing a firmer adhesion of empiricism, a position
valued, in one way or another, by all the parts involved in the dispute on the
nature of gravitation.
2013 - Locke e
a distinção entre qualidades primárias e secundárias. Texto apresentado no XV Encontro da Anpof, realizado em Curitiba em 2012. Publicação eletrônica
de livros da Anpof, volume XV2: Filosofia do Renascimento e Moderna, Marcelo Carvalho e Vinicius Figueiredo (orgs.), ISBN
978-85-88072-15-2, pp. 529-536, 2013. Também disponível em http://www.unicamp.br/~chibeni/public/locke-qualidades-anpof-15-2.pdf
(Alternativamente, obtenha aqui somente o artigo.)
Resumo: Embora
a distinção entre qualidades primárias e qualidades secundárias não se deva
originalmente a Locke, a maioria dos comentários sobre o assunto remetem a ele,
desde sua época até nossos dias. É o caso também do presente trabalho. Após uma
breve contextualização da distinção, tanto no panorama geral da filosofia do
século XVII, como na obra do próprio Locke, argumenta-se que a usual restrição
do foco ao famoso e importante capítulo 8 do livro II do Essay tende a introduzir uma distorção séria na compreensão da
posição do filósofo. É que o objetivo geral do livro, sendo preponderantemente
epistemológico, induz a pensar que os argumentos de Locke para a distinção
também são de natureza puramente epistemológica, quando, na verdade diversas
passagens, tanto do Essay como de
outras obras, indicam que sua adesão a essa distinção deriva, fundamentalmente,
das credenciais científicas daquilo que ele chamou de “hipótese corpuscular”, e
que forma o referencial no qual quase toda a filosofia natural da época se
configurava. Tal deslocamento do ponto de apoio da distinção, do terreno
filosófico (epistemológico e metafísico) para o científico permite compreender,
entre outras coisas, por que as incisivas – e, em seu contexto, corretas
– críticas epistemológicas de Berkeley e Hume foram totalmente impotentes
para barrar a adesão generalizada dos cientistas naturais à distinção entre os
dois tipos de qualidades, até as primeiras décadas do século XX, quando
finalmente ela deixou de encontrar apoio nas teorias científicas contemporâneas
sobre a natureza dos corpos. É, pois, curioso que haja ainda um número
considerável de epistemólogos e metafísicos que não aparentam preocupação em
atualizar a análise do assunto à luz do novo contexto científico. Como
consequência, sua discussão muitas vezes deixa de ser filosoficamente
produtiva, como exemplarmente o foi naqueles tempos passados, em que os
principais protagonistas do debate – tanto defensores como críticos da
distinção – sabiam bem que ele envolvia uma mistura indissociável de
ciência e filosofia.
“Hume e as bases científicas da tese
de que não há acaso no mundo. (Trabalho apresentado no XIV Encontro da Anpof, Águas de Lindóia, 4 a 8
de outubro de 2010. GT de Filosofia da Ciência.) Publicado em Principia 16 (2): 229–254, 2012. DOI:
10.5007/1808-1711.2012v16n2p229
Abstract.
Both in the Treatise of Human Nature and in the Enquiry
concerning Human Understanding, Hume defends that “there is no chance in
the world”, and that “what the vulgar call chance is nothing but a secret and
conceal’d cause”. This view plays a crucial role in Hume’s influential analysis
of free will and moral responsibility. It functions also as a central
presupposition in his discussion of miracles. However, Hume himself argued
convincingly that the “maxim of causality”, according to which “whatever begins
to exist, must have a cause of existence” cannot be established a priori,
by either intuition or demonstration. He concludes, then, that such “opinion
must necessarily arise from observation and experience”. In the present article
I analyse this latter statement, showing, first, what was Hume detailed
proposal for funding the principle of causality on experience. Given the
apparent weakness of this proposal, I then speculate on what kind of firmer
empirical foundation could, instead, have been given, in Hume’s time, to the
principle of causality, namely, the indirect support offered by Newtonian
mechanics. Finally, I show how this theoretical link between experience and the
principle, and also Hume’s straightforward, inductive argument, were undermined
by the inception of quantum physics, at the beginning of the 20th century.
Berkeley e o papel das hipóteses na filosofia natural.
Scientiae Studia, v. 8, n. 3, p.
389-419, 2010. (Versão impressa ISSN
1678-3166).
Abstract: The issue of the epistemological status of hypotheses
postulating unobservable entities became prominent with the advent of modern
science, in the 17th century. The basic reason is that such entities were
widely employed by the new scientific theories in the explanation and
prediction of natural phenomena, whereas empiricist epistemology, which at that
time became very popular among philosophers and scientists, formed a clearly
inhospitable background for unobservable elements in general. This paper examines
the stands adopted, and the proposals made on this topic by George Berkeley,
one of the most important critics of the philosophical foundations of natural
science. It is shown that in the Principles of Human Knowledge he put
forward a new notion of scientific explanation, according to which science
could dispense with any hypotheses about unobservable entities whatsoever. A
decade later, in De Motu, Berkeley modified his philosophical system in
order to accommodate Newtonian mechanics, which he considered “the best key” to
natural science, by advocating an instrumentalist interpretation of the
hypotheses on the existence of forces, which are of central importance in that
theory. Finally, Berkeley’s last book, Siris, is to a large measure dedicated
to the discussion of a series of hypotheses about unobservable fluids, some of
which Berkeley apparently defended as literal descriptions of unobservable
layers of reality. In the last section of the paper an effort is made to show
that this new position is not altogether incompatible with the main tenets of
Berkeley’s epistemology and metaphysics.
Apresentação -
Número temático dos Cadernos de História e Filosofia da Ciência dedicado
a Berkeley, editado por Silvio S. Chibeni e
Fátima R. R. Évora. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Série
3, 18 (2): 279-288, 2008. https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/issue/view/103 - Clique aqui
para baixar a Apresentação.
Berkeley: Uma física sem causas eficientes. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Série 3, 18 (2): 357-390, 2008. Disponível em: https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/article/view/565
Abstract:
The
thesis that there are no efficient causes in the physical world is a central
element in Berkeley’s philosophy. In this article it is shown, initially, how
Berkeley derives this thesis from his idealistic conception of body and from
the epistemic transparency of ideas. The implications of the thesis to several
classical issues in the philosophy of science are then examined: the conception
of natural laws, their predictive and explanatory roles, the epistemological
status of scientific hypotheses, the debate between strict mechanism and the
Newtonian view of mechanics, etc. In each case, it is shown how Berkeley’s
specific positions are part and parcel of his general project of rendering the
natural sciences “more easy and useful”, through the adhesion to a strictly
empiricist framework. It is stressed, finally, that Berkeley distinguished with
utmost care and consistency the domains of natural science and metaphysics, so
that his well-known metaphysical theses effectively played no direct role in
his philosophy of science. Some striking parallels between the Berkeleyan
theses and certain empiricist, anti-realist positions in contemporary
philosophy of science are briefly pointed out throughout the paper.
Explanations in microphysics: A response to van Fraassen’s argument. Principia, 12(1):
2008, pp. 49–71.
Abstract: The aim
of this article is to offer a rejoinder to an argument against scientific
realism put forward by van Fraassen, based on theoretical considerations
regarding microphysics. At a certain stage of his general attack to scientific
realism, van Fraassen argues, in contrast to what realists typically hold, that
empirical regularities should sometimes be regarded as “brute facts”, which do
not ask for explanation in terms of deeper, unobservable mechanisms. The
argument from microphysics formulated by van Fraassen is based on the claim
that in microphysics the demand for explanation leads to a demand for the
so-called hidden-variable theories, which “runs contrary to at least one major
school of thought in twentieth-century physics”. It is shown here that this
argument does not represent an insurmountable obstacle to scientific realism,
not even when a series of important theoretical and experimental results
against hidden-variable theories — and not merely a conflict with a
certain school of thought—is taken into account.
Berkeley e o realismo científico. Texto apresentado no XIII
Encontro da Anpof – Canela 2008 – GT de Filosofia da Ciência. Texto
em PDF.
Resumo: Embora Berkeley não tenha tratado do problema do realismo científico tal
qual caracterizado atualmente, procuro mostrar neste trabalho que diversas
teses e argumentos de Berkeley sobre os objetivos e métodos da ciência são
relevantes para o debate sobre o realismo científico na literatura
contemporânea. A partir da recapitulação de alguns aspectos importantes da
visão berkeleyana de ciência, entre os quais a adoção de um empirismo estrito
no âmbito da filosofia natural, dedico-me a examinar, em especial, a resposta
dada por Berkeley à décima primeira objeção ao seu sistema filosófico, na lista
apresentada nos Principles of Human Knowledge. Noto que essa resposta é
que o leva, pela primeira vez, a formular uma concepção nomológico-dedutiva da
explicação científica. Mostro, depois, que a resposta de Berkeley apresenta,
quanto a outro aspecto, semelhança formal com um dos principais argumentos a favor do realismo científico.
Passo, em seguida, a analisar a posição de Berkeley quanto às hipóteses da
ciência que, se tomadas literalmente, referem-se a entes inobserváveis,
indicando que Berkeley adotou uma interpretação instrumentalista a seu
respeito. Por fim, faço uma breve comparação do anti-realismo científico
berkeleyano com a mais influente posição anti-realista de nossos dias, o
empirismo construtivo de Bas van Fraassen.
Hume e o dogma do
reducionismo.
Kriterion, v. 52, n. 124, p. 343-353, 2011.
(Trabalho apresentado no Encontro da ANPOF de
2006. GT de Filosofia da Ciência.)
Abstract: This work examines the charge
made by Quine on Hume, that he adopted the “dogma” of “radical reductionism”,
in its “naïve” and “intolerably restrictive version”, involving “an impossible
term-by-term empiricism”. It is argued that Hume’s theory of knowledge does not
seem to justify this serious imputation. Furthermore, it is indicated that Hume
not only did not adopt these problematic epistemological theses, but also, on
the contrary, effectively anticipated some of the philosophical positions
usually attributed to Quine, such as epistemological holism and naturalism.
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As inferências causais
na teoria epistemológica de Hume.
Apresentado no V Encontro de Filosofia e
História da Ciência da AFHIC, 2006. In: Filosofia
e História da Ciência no Cone Sul. Seleção de Trabalhos do 5º Encontro da
AFHIC. Roberto de Andrade Martins, Cibelle Celestino Silva, Juliana Mesquita
Hidalgo Ferreira e Lilian Al-Chueyr Pereira Martins (eds.). Campinas,
Associação de Filosofia e História da Ciência do Cone Sul (AFHIC), 2008. Pp.
423-430. Texto em PDF.
Resumo:
Embora as inferências causais sejam o elemento mais importante da teoria
humeana acerca do conhecimento, é um tópico virtualmente ausente das discussões
epistemológicas contemporâneas. Isso requer uma explicação, em vista do amplo
reconhecimento da importância das contribuições de Hume para a epistemologia. O
objetivo destas notas é o de fazer uma revisão breve da análise humeana desse
tipo de inferência, para mostrar que a ausência do tópico das inferências
causais humeanas no debate epistemológico atual deve-se, entre outras, às
seguintes razões: 1) O caráter revolucionário da solução humeana do problema da
natureza das inferências causais, que levou a uma interpretação cética de
aceitação quase generalizada, até bem recentemente. 2) O intenso combate da
noção de causa pelos positivistas lógicos e seus precursores mais diretos, como
Bertrand Russell. 3) A suposição errônea de que o problema epistemológico
central tratado por Hume era o problema da indução; as inferências causais de
Hume nada seriam senão inferências indutivas, de modo que o que se acreditava
aproveitável na teoria humeana estaria englobado na discussão deste último
problema.
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Remarks on the scientific
exploration of “anomalous” psychiatric phenomena. Remarks on the scientific exploration
of “anomalous” psychiatric
phenomena. (In collaboration
with Alexander Moreira-Almeida.) Journal of Clinical Psychiatry, vol. 34, supl. 1, pp. 6-13, 2007
(https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116/19114). Texto bilíngue
- versão portuguesa: Investigando o desconhecido: filosofia da ciência
e investigação
de fenômenos “anômalos” na psiquiatria. Revista
de Psiquiatria Clínica, vol. 34, supl. 1, pp. 8-16,
2007 (https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116/19113 ).
Abstract: Scientific research on controversial subjects, such as
spirituality-and-health, raises several issues about scientific activity that
should be properly clarified for an adequate conduction of the investigations.
This article aims to highlight some topics of philosophy of science that can be
useful in the exploration of unknown, or poorly known, aspects of reality. We
begin by reviewing briefly the concepts of paradigm, normal science and
scientific revolution, introduced by Thomas Kuhn, and by drawing the distinction
between phenomenological and explanatory scientific theories. We enumerate and
discuss, then, a set of criteria for evaluating scientific hypotheses:
empirical adequacy, falseability, predictive accuracy, broadness of scope,
simplicity, theoretical integration, theoretical ordering, and capacity to
predict new kinds of phenomena. We conclude by presenting some general
epistemological suggestions for the scientific exploration of new fields:
willingness to take experimental findings seriously, even when they do not fit
into the current paradigm; search for a theory capable of guiding
investigation; avoiding both the dogmatic rejection and the hasty acceptance of
new hypotheses; and, in theory evaluation, care in not attributing undue value
to the context in what the theory was first conceived, or to the authority of
the persons who profess or reject it.
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A kind of “mental
geography”: Remarks on Hume’s science of human nature.
3rd Colóquio Hume,
Grupo Hume, Departamento de Filosofia, UFMG. Belo Horizonte, 28 to 31 August
2007. Texto em PDF.
Abstract: Most of
Hume’s philosophy hinges on the project of founding a new “science of human
nature”, mirrored in the successful “experimental method of reasoning”
introduced in natural philosophy by Galileo, Newton and their contemporaries.
In this essay I make some remarks on this project, with a view to elucidating
its nature and exploring its potential fertility in the study of the human
mind. I begin by showing that Hume carefully demarcates the domain in which the
new method is applicable, namely, the domain of unobserved matters of fact. I
argue that, given his conclusions about the narrow limits of the traditional, a
priori philosophical method, naturalism is Hume’s favoured instrument for
advancing research in this domain. Then, I draw attention to the epistemic
priority that Hume ascribes to the phenomenological level, both in the natural
sciences and in his science of man. I argue that he had good reasons not only
for making this choice, but also for holding that the phenomena that should
form the basis of a naturalistic theory of mind are the specifically mental
phenomena. This is in sharp contrast with the typical forms of epistemological
naturalism prevalent in our days, which seek to found the science of mind
either on a behaviouristic basis, or on a theoretical study of neurological
processes. In the final section of the article, I consider briefly one of the
most difficult questions raised by the adoption of a naturalistic approach in
epistemology: whether naturalism leaves room to epistemic norms. More
specifically, I defend the view that the Humean version of naturalism is
compatible with a moderate form of normativity in epistemology.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Trabalho apresentado no
Seminário “Materialismo e evolucionismo. Epistemologia e história dos
conceitos”. Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, Unicamp, 6 e
7 de junho de 2006. In: Moraes, J. Q. K. (org.), Materialismo e Evolucionismo.
Coleção CLE, v. 47, p. 163-192, 2007. Texto em PDF.
Resumo: Neste trabalho
analisa-se a posição de Locke quanto ao materialismo. Explicitam-se,
inicialmente, as implicações de sua teoria epistemológica para a questão geral
do conhecimento de substâncias. Segundo essa teoria, nenhuma tese sobre a
natureza última das substâncias particulares pode ser provada, visto que, entre
outras razões, sequer podemos formar uma idéia clara de substância em geral.
Defende-se que tal perspectiva não deve ser confundida com um ceticismo total
acerca de tópicos metafísicos, tendo descortinado interessantes horizontes de
investigação, tanto no estudo do ser humano, como no âmbito das ciências
naturais. Foi assim que o próprio Locke, ao contrário de alguns filósofos
empiristas posteriores, não dispensou completamente a noção de substância, nem
deixou de especular sobre a natureza do ser humano e dos objetos materiais. No
entanto, procurou cuidadosamente situar tais questões no plano das hipóteses,
examinando o materialismo ao lado de hipóteses rivais. Apesar desse cuidado, a
posição de Locke foi imediatamente confundida com o materialismo, em virtude,
entre outros fatores, de sua famosa concessão de que a hipótese materialista
não pode ser provada falsa.Tal concessão lhe valeu duras críticas da ortodoxia
religiosa antes mesmo de sua morte, e lhe granjeou simpatizantes (não
pretendidos) algum tempo depois dela. As seções finais deste artigo apresentam
comentários gerais acerca das teses de Locke e de alguns contemporâneos seus
sobre a natureza da matéria – enfeixadas sob a denominação de
corpuscularismo –, teses essas que tiveram enorme influência sobre o
desenvolvimento da ciência moderna, só vindo a ser abandonadas pela física do
século XX.
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Afirmando o
consequente: Uma defesa do realismo científico (?!). Scientiae
Studia 4 (2): 221-249, 2006.
Resumo: Neste artigo
examina-se a afirmação de Larry Laudan de que “desde a Antigüidade críticos do
realismo epistêmico basearam seu ceticismo numa convicção profunda de que a
falácia da afirmação do conseqüente é de fato falaciosa”. Tal afirmação é
confrontada com o “argumento do milagre”, formulado por Hilary Putnam, que
desempenha papel central na defesa do realismo científico. Embora esse
argumento apresente uma estrutura lógica semelhante à da referida falácia,
procurara-se mostrar que nas circunstâncias especiais em que é empregado
captura uma intuição epistemológica legítima e relevante para a ciência.
Avalia-se, ao longo da análise, uma série de interpretações e críticas ao
argumento por parte de anti-realistas, indicando-se sob que aspectos elas são
insatisfatórias, ou podem ser rebatidas.
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HUME E AS CRENÇAS CAUSAIS. Texto apresentado nas
XVI Jornadas de Epistemología e Historia de la Ciencia da Universidade de
Córdoba, Argentina (2005). In: Ahumada, J., Pantalone, M. e Rodríguez, V.
(eds.), Epistemología e Historia de la Ciencia, vol. 12. (Selección de trabajos
de las XVI Jornadas.) Córdoba: Universidad Nacional de Córdoba, 2006, pp.
143-149 (ISBN 950-33-0577-2). Texto em PDF. (versão não reduzida,
diferente da publicada).
Abstract: It is often assumed
by epistemologists that belief is a necessary, although not a sufficient,
condition for knowledge. The main goal of this article is to underscore that
Hume does not share this view, treating knowledge and belief as belonging to
different, and largely independent epistemic realms. It is suggested that this
approach – which can in fact be traced back to Locke – lends
support to a naturalistic interpretation of Hume’s theory of knowledge, as
originally proposed by Norman Kemp Smith in the 20th century. Some important
aspects of Hume’s analysis of the notion of belief are discussed, with special
attention to causal belief.
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LOCKE ON THE EPISTEMOLOGICAL STATUS OF
SCIENTIFIC LAWS.
Read at the IV Principia Symposium, 2005, and published in Principia, 9 (1-2): 19-41, 2005.
Abstract: This article aims to defend Locke
against Quine’s charge, made in his famous “two dogmas” paper, that Locke’s
theory of knowledge is badly flawed, not only for assuming the dogmas, but also
for adopting an “intolerably restrictive” version of one of them, the dogma of
reductionism. According to Quine, Locke maintained that the empirical reduction
of propositions should proceed on a “term-by-term” (or idea-by-idea) basis.
Quine deems such a reduction “impossible”, and claims that later empiricists
have managed to do without it. Quine recounts the historical process of
evolution of empiricism, whereby the vehicle of meaning and empirical contents
was first displaced from the term to the proposition, and then from the
proposition to whole scientific theories, or even to the whole of science. It
is shown here that in his analysis of the epistemological status of scientific
laws Locke went far beyond the narrow idea-empiricism with which he began his
epistemological theory in the Essay. This was done in three stages. First, in
order to escape idealism, he introduced the notion of “Sensitive Knowledge
[...] of the particular Existence of finite Beings without us”, which, whatever
its exact nature, certainly does not reduce to the “perception of the Agreement
or Disagreement of two Ideas” – Locke’s initial definition of knowledge,
compatible with Quine’s interpretation. Secondly, after showing in great detail
that we can have virtually no a priori knowledge – that is, knowledge
resulting from the perception of the agreement or disagreement of ideas –
of universal, instructive truths about substances, Locke extended the notion of
“sensitive knowledge” to cover particular propositions of “coexistence” in
substances. Locke proposed, then, that when such propositions are generalized,
they must be downgraded to the epistemic category of “probability”. This case
covers the important class of scientific propositions now called
phenomenological laws. Finally, acknowledging the essential presence of
hypothetical, non-phenomenological laws in science, Locke sought to analyse
their epistemic credentials. In an original, if brief, analysis of the subject,
Locke anticipated much of the contemporary views on the role and nature of
scientific hypotheses, including, remarkably, a mild version of the
epistemological holism championed by Quine.
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CERTEZAS E INCERTEZAS
SOBRE AS RELAÇÕES DE HEISENBERG. Revista Brasileira de
Ensino de Física, 27 (2): 181-192, 2005. (A versão publicada em papel contém erros
gráficos; dar preferência à versão eletrônica.)
Abstract: This article
offers a conceptual analysis of the famous Heisenberg relations, usually
referred to as “the uncertainty principle”. After a brief historical
introduction, it is pointed out that the relations can be interpreted in three
entirely different ways. It is shown in some detail how each interpretation
derives from a distinct basis, and leads to distinct physical and philosophical
consequences.
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QUINTON’S NEGLECTED ARGUMENT FOR SCIENTIFIC
REALISM. Journal for General Philosophy of Science, 36 (2): 393-400,
2005. Text in PDF.
Abstract: This paper
discusses an argument for scientific realism put forward by Anthony Quinton in
his book The Nature of Things. The argument – here called the controlled
continuity argument – seems to have received little or no attention in
the literature, apparently because it may easily be mistaken for a better-known
argument, Grover Maxwell’s “argument from the continuum”. It is argued here
that, in point of fact, the arguments are quite distinct, and that Quinton’s
argument has several advantages over the latter, one of them being that it is a
positive argument for scientific realism, i.e., it offers direct grounds for
believing in a certain class of unobservable entities, independently of any
alleged weakness of anti-realist doctrines. The controlled continuity argument
is also compared to Ian Hacking’s “argument from coincidence”. It is pointed
out that both arguments are to a large extent independent from considerations
about high-level scientific theories, and that both are at bottom abductive
arguments. But these similarities do not dilute an important difference,
related to the fact that Quinton’s argument cleverly seeks to anchor belief in
unobservable entities in realism about ordinary objects, which is a position
shared by most contemporary scientific anti-realists. Text in Word.
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A LOGICO-CONCEPTUAL ANALYSIS OF THE
EINSTEIN-PODOLSKY-ROSEN ARGUMENT. In: Filosofia,
Ciência e História: Michel Paty e o Brasil, uma homenagem aos 40 anos de
colaboração. (Anais do colóquio em homenagem ao Prof. Michel Paty,
realizado no Instituto de Estudos Avançados, USP, em 24/11/2003.) M. Pietrocola
e O. Freire Jr. (eds.), São Paulo, Discurso Editorial, 2005. Pp. 115-135. Text in PDF.
Abstract: After a brief
explanation of the conceptual background of the Einstein-Podolsky-Rosen
argument for the incompleteness of quantum mechanics, its logical structure is
carefully examined, with a view to identifying and evaluating its premises and physical
import. A variant of the argument, essentially due to Einstein, is then
considered. It is underlined that this variant is stronger than the original
argument, not only because it is much simpler and avoids several doubtful
assumptions made in that argument, but also because it is not open to Bohr’s
influential rebuttal.
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WHAT IS ONTIC VAGUENESS (Draft). Presented in the 3rd 'Principia'
International Symposium, Florianópolis, Brazil, 8-11 September 2003. Text in PDF.
Abstract: There is
ample divergence among students of vagueness as to what exactly should be
understood by a vague object, or by ontic or metaphysical vagueness in general.
In fact, the very intelligibility of the notion of a vague object has been
called into question by important philosophers in the recent past, indicating
that the task of finding a coherent, philosophically fertile characterization
of the notion is not a simple one. This article aims to contribute to this
undertaking, by identifying, examining and comparing some of the main proposals
in the literature. It is suggested that we should try to characterize vague
properties and relations independently of any particular view about vague
objects, and then to formulate a criterion for vague objects in terms of
indefinite instantiation of sharp properties. It is shown that this approach
makes it easier to evaluate certain semantic-epistemic dismissive strategies
concerning the possibility of there being vague objects. In particular, it is
indicated that if the objects are analysed with the theoretical and conceptual
resources of quantum physics (and not of classical physics, as is ordinarily
done), such dismissive strategies are seriously undermined.
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ONTIC VAGUENESS IN
MICROPHYSICS. Sorites, n. 15, pp. 29-41,
December 2004.
Abstract. This article
aims to examine the import of science to the contemporary philosophical debate
on ontic vagueness. It is shown, first, that our best theory on the structure
of mater, quantum mechanics, clearly ascribes vague properties to objects. This
point is explained by both a general presentation of the theoretical aspects
relevant to the issue and by some simple examples. The advantage of these examples
over that which has been hotly discussed in the literature (Lowe 1994) is
underlined. Secondly, it is pointed out that stronger evidence for the
existence of vague objects is available through a series of theoretical and
experimental results in microphysics, imposing severe constraints on any theory
purporting to restore sharpness in the properties of quantum objects.
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EMPIRISMO NA HISTÓRIA
DA CIÊNCIA MÉDICA: SAMUEL HAHNEMANN E CLAUDE BERNARD. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, 13 (1): 95-116, 2003. Texto apresentado, em
versão preliminar, no X Encontro Nacional de Filosofia da ANPOF (Grupo de
Trabalho de Filosofia da Ciência), São Paulo, 29/9 a 3/10/2002.
Resumo: O principal
critério filosófico empregado por Harris Coulter em sua extensa análise da
história da medicina (Divided Legacy, 4 vols.) é a distinção
empirismo/racionalismo. Segundo o historiador, todo o desenvolvimento da
ciência médica, de Hipócrates até o século XX, exibe, de forma implícita ou
explícita, o confronto entre essas duas perspectivas epistemológicas. Elas
teriam desempenhado papel determinante na metodologia de investigação dos
processos patológicos e terapêuticos, bem como no estabelecimento das teorias
médicas. No presente artigo examina-se brevemente a adequação histórica e a
fertilidade analítica da tese geral de Coulter nos casos particulares daqueles
que, segundo ele, teriam sido os principais expoentes do “empirismo” e do
“racionalismo” médicos, Samuel Hahnemann e Claude Bernard, respectivamente.
Sugere-se, a partir desse exame, que embora a percepção de Coulter da
existência de um cisma na história da medicina pareça correta, a divisão não
radica na oposição empirismo/racionalismo, mas, entre outros fatores, no tipo
de evidência experimental considerada relevante para a medicina, na forma em
que são concebidas as relações entre a experiência e a teoria médica, e na
natureza das hipóteses sobre os mecanismos causais dos fenômenos patológicos e
terapêuticos.
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HOLISM IN MICROPHYSICS. Epistemologia (Italy), 27 (2): 227-44, 2004. Presented in the 3rd
meeting of the South Cone History and Philosophy of Science Association, held
in Aguas de Lindoia, Brazil, from 27 to 30 May 2002. Text in PDF .
Abstract. The concept of holism seems to have
gained its present popularity in intellectual circles mainly as a result of
certain developments in twentieth century physics. The aim of this article is
to identify and discuss briefly these developments and their precise import to
the issue of holism. In the Introduction, holism is characterised as the
failure, within a given theoretical framework, of the so-called method of
analysis, according to which objects can be treated as conceptually divisible
into ontologically independent parts. In Section 2, it is explained how the
issue of holism arises in our basic theory of matter, quantum mechanics (QM).
It is shown, in particular, how this issue is linked with the long-lasting
controversy over the completeness of the quantum theoretical description of
reality. Section 3 is dedicated to the examination of the simplest kind of
quantum mechanical systems displaying holism, namely, the pairs of correlated
objects first studied by Einstein, Podolsky and Rosen (EPR) in their famous
1935 article. It is shown in some detail why, and in what sense, these objects
form a single un-analysable “whole”. The contrast between this unique
theoretical description and those typical of classical theories is illustrated
through a simple example. Section 4 analyses a different form of holism, which
was introduced by Niels Bohr along his struggle to defend the completeness of
QM. It is argued that this form of holism does not derive from quantum
mechanical holism, as exhibited for instance, in the EPR systems. It is argued
further that Bohr’s holism suffers from several conceptual shortcomings,
despite its powerful historical influence. Finally, Section 5 deals with a form
of holism associated with David Bohm’s hidden-variables theory. It is shown
that although this theory and, generally, any hidden-variables theory, exhibits
several strange, non-classical aspects, holism is not among them, contrary to
what is commonly assumed in the literature. In particular, the distinction and
independence between non-locality and holism is underlined. In the Conclusions,
it is pointed out briefly that none of the forms of microphysical holism
identified in this article seems to warrant the sweeping assertions on holism
frequently found in unspecialised literature, to the effect that the world at
large constitutes a single, indivisible whole.
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A HUMEAN ANALYSIS OF SCIENTIFIC REALISM. Ensaios sobre Hume,
Lívia Guimarães (org.), Belo Horizonte, Segrac Editora, 2005. Pp. 89-108. Text in PDF.
Abstract:In their
criticism of scientific realism, contemporary philosophers of science often
assume that this position is incompatible with empiricism, the epistemological
thesis according to which all factual knowledge is grounded on experience.
However, little attention is paid to the roots of empiricism in modern
philosophy. The present article contributes to fill this gap by examining the
implications of Hume’s version of empiricism to the issue of scientific
realism. It is shown, first, how scientific realism is negatively affected by
Hume’s theories of ideas and causality. The prospects of overcoming these
difficulties by appealing to the hypothetic-deductive method is then examined,
first by a survey of Hume’s own stand concerning hypotheses, and then by
philosophical analysis.
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RUSSELL E A NOÇÃO DE CAUSA. Palestra apresentada
no II Simpósio Internacional Principia. Florianópolis, 6-10/8/2001. Artigo
publicado em Principia 5 (1-2): 125-47, 2001.
Abstract: The central
aim of this article is to discuss Russell’s analysis of the notion of cause. In
his presidential address to the Aristotelian Society in 1912, Russell put
forward several theses on causality in general, and specially on its role in
science. He claimed that although vague references to causal laws are often
found in the beginnings of science, “in the advanced sciences … the word
‘cause’ never occurs”. Furthermore, Russell maintained that even in philosophy
the word ‘cause’ is “so inextricably bound up with misleading associations”
that it would be desirable to promote its “complete extrusion from the
philosophical vocabulary”. These positions are rendered particularly strong by
Russell’s explicit adhesion to the regular sequence view of causation, which he
attributed to Hume. Essentially the same opinions were repeated in a series of
lectures delivered in Boston two years later. After a systematic exposition of
the main theses advanced by Russell on these two occasions, we trace their
origin to his general conception of science. Then we examine the substantial
changes that Russell’s views on causality underwent several decades later. We
remark that these changes seem to be intimately associated with the adoption of
a new epistemological position concerning the nature of our knowledge of the
external world, involving some clear elements of realism and naturalism.
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A HOMEOPATIA COMO
CIÊNCIA: UMA ANÁLISE FILOSÓFICA
Revista de Homeopatia (Associação Médica Homeopática Brasileira),
n. 4: 89-96, 2002.
Resumo: Neste artigo
recorre-se à filosofia da ciência, ramo da filosofia que se ocupa da análise do
conhecimento científico, para esclarecer algumas questões relativas ao debatido
tema da cientificidade da homeopatia. Após traçar-se algumas distinções
fundamentais entre tipos de teorias científicas, mostra-se que, quando restrita
ao seu nível fenomenológico, a homeopatia apresenta uma estrutura teórica
típica de um ciência genuína. Salienta-se, no entanto, a necessidade de se
renovarem as pesquisas sobre as bases experimentais dessa teoria. Discute-se,
por fim, a questão distinta das explicações dos fenômenos homeopáticos.
Diversas confusões presentes tanto nas críticas como na defesa da homeopatia
são apontadas.
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HAHNEMANN AND THE
EXPLANATION OF THE HOMEOPATIC PHENOMENA. Journal of the American Institute of Homeopathy, 94 (4): 222-6, 2001-2.
Abstract: Having
discovered the homeopathic phenomena and the basic phenomenological laws of
homeopathy, Hahnemann sought to explain these phenomena and laws by postulating
causal mechanisms involving a certain “spirit-like” element. This article tries
to identify the scientific and philosophical perspective from which Hahnemann
worked out his explanatory theory. It is compared with other approaches to the
issue of the explanation of homeopathic phenomena that eventually became
fashionable in our days.
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ON THE SCIENTIFIC
STATUS OF HOMEOPATHY. British Homeopathic Journal 90: 92-8, 2001.
Abstract: Critics of
homeopathy often claim that it is non-scientific. By offering adequate tools
for the analysis of the foundations, structure and implications of scientific
theories, philosophy of science can help to clarify this medical controversy.
However, homeopathy has not yet attracted the attention of philosophers of
science to any noticeable extent. Among the many topics to which philosophy of
science could contribute, this paper selects two, not only for their intrinsic
importance, but also because they are essential for any fruitful discussion of
the rest. It is shown, first, that in homeopathy, as developed by Hahnemann,
two related, but distinct theoretical levels can be identified. Then it is
indicated that at least one of them – the phenomenological level –
can be seen as embodying a largely autonomous research programme, on which
homeopathic medical practice can rest. Finally, it is argued that this
programme displays the basic theoretical and methodological traits of a genuine
science, according to an influential contemporary approach in philosophy of
science. Some misunderstandings involved in the debate are pointed out.
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A INTERPRETAÇÃO DA
MECÂNICA QUÂNTICA . Revista Com Ciência, (SBPC/Labjor), maio/2001.
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INDETERMINACY, EPR AND BELL (European Journal of Physics, 22: 9-15, 2001). Disponível em versão
eletrônica no site da revista: http://www.iop.org/Journals/ej . (Alternativamente,
clique aqui Text in PDF. )
Abstract. This article
seeks to clarify certain key theoretical, conceptual and philosophical issues
in the foundations of microphysics which, to judge from certain recent
publications, continue to cause misunderstandings. In particular, we examine
the Heisenberg indeterminacy relations, underlining that they are not
univocally interpretable and that, at least in the interpretation following
directly from the quantum formalism, they are not the target of Einstein,
Podolsky and Rosen's criticism. We try to identify the essential goal and
premises of this famous argument, with the help of a simple example. Finally,
we examine briefly the Bell inequalities, emphasising that, given their
generality, the net consequence of their experimental violation cannot be circumvented
neither by the abandonment of determinism nor by any local realistic
reinterpretation of measurement results, as attempted in an article recently
published in this journal.
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HUME ON THE PRINCIPLES
OF NATURAL PHILOSOPHY. Manuscrito, 26 (1): 183-205,
2003. Text in PDF.
Abstract: Both in the
Introduction to the Treatise of Human Nature and in the Abstract, Hume
expressly declared that his goal was to contribute to the development of a
“science of man” methodologically akin to the natural sciences, and capable of
emulating their “accuracy” and explanatory success. He regarded these sciences
as starting from careful observation of phenomena, and proceeding to the
establishment of “principles” of increasing generality. Although rejecting as
vain any hope of discovering “the ultimate principles” of any science, he did
not make clear what exactly he thought the principles actually involved in
natural philosophy are. This article aims to shed some light on this issue
through a survey and examination of the principles of Hume’s “science of man”,
and of the most representative examples of principles of natural philosophy
considered by Hume.
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LE REALISME SCIENTIFIQUE
FACE A LA MICROPHYSIQUE.
(Revue Philosophique de Louvain, 97 (3-4): 606-27, 1999.) Para
baixar o texto do site da revista, clique aqui.
Résumé: La controverse
philosophique concernant le réalisme scientifique, suscitée par les premières
théories scientifiques de la structure de la matière, s'est ravivée en notre
siècle à propos des problèmes conceptuels et théoriques liés à la microphysique.
Cet article tente d'éclairer la nature précise du débat et de montrer que la
situation de la microphysique, contrairement à ce que l'on croit souvent, n'a
pas d'implications négatives directes sur la thèse réaliste scientifique.
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REALISMO CIENTÍFICO
EMPIRISTA?
Principia, 1 (2): 255-69, 1998.
Resumo: Um dos
principais filósofos anti-realistas científicos contemporâneos, Bas van
Fraassen, assume que sua posição é uma conseqüência do empirismo, entendido
como a doutrina epistemológica segundo a qual o conhecimento provém da
experiência, em geral nem mesmo se dando ao trabalho de distinguir o
anti-realismo científico do empirismo. Na literatura recente, essa tese tem
sido amplamente aceita, de forma não crítica. Neste artigo inicialmente
propõe-se que, pelo menos a bem da clareza conceitual, o anti-realismo não deve
ser confundido com o empirismo. Depois, indica-se que os argumentos realistas
mais importantes de fato requerem que se confira valor epistêmico a princípios
não empíricos, como o poder explicativo, a simplicidade, a unidade, etc. Ressalta-se,
por fim, que embora o reconhecimento desse ponto em um certo sentido apóie a
tese de van Fraassen, as formas atenuadas de anti-realismo científico que, a
exemplo do próprio empirismo construtivo, retêm o realismo quanto aos objetos
materiais ordinários, aparentemente também precisam fazer uso epistêmico de
tais princípios, violando assim o ideal empirista estrito que procuram
defender.
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A INFERÊNCIA ABDUTIVA E
O REALISMO CIENTÍFICO
Cadernos de História e
Filosofia da Ciência, série 3, 6(1): 45-73, 1996.
Resumo: Este trabalho
procura elucidar a natureza dos argumentos abdutivos e o papel que desem-penham
na defesa da tese epistemológica do realismo científico. As principais objeções
levantadas por van Fraassen ao uso realista desses argumentos são analisadas
criticamente.
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A QUESTÃO DA
CIENTIFICIDADE DA HOMEOPATIA
Publicado nos Anais do
II Congresso da Federación de Asociaciones Médicas
Homeopáticas Argentinas, realizado em Huerta Grande, Códoba, de 30/9 a
3/10/1998, pp. 406-35.
Resumo: Este trabalho esboça uma análise dos
fundamentos e da estrutura teórica da homeopatia à luz da filosofia da ciência
contemporânea. A exposição breve aqui
empreendida da concepção contemporânea da ciência evidencia o caráter
genuinamente científico da homeopatia, tal qual formulada por Samuel Hahnemann.
Tal concepção é confrontada com as mais antigas, ainda bastante comuns entre
não-filósofos. Dessa comparação infere-se que os critérios segundo os quais a
homeopatia não se enquadraria entre as ciências são os antigos, não os atuais.
Mostra-se também que Hahnemann reconheceu na homeopatia dois níveis teóricos
distintos: um, fenomenológico, no qual ela encontra bases seguras e suficientes
para firmar-se como disciplina científica; outro, construtivo, centrado na
teoria do princípio vital. À semelhança do que ocorre em determinados ramos da
física, esses níveis se sobrepõem sem conflito, não obstante a autonomia do
primeiro em relação ao segundo, adequadamente ressaltada por Hahnemann no
Organon.
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A FUNDAMENTAÇÃO
EMPÍRICA DAS LEIS DE NEWTON
Revista Brasileira de
Ensino de Física, 21 (1): 1-13, 1999.
Resumo: Embora hoje
seja praticamente consensual que qualquer teoria física bem-sucedida apóia-se
na experiência, ainda é comum entre cientistas a visão segundo a qual as leis
que formam as teorias são passíveis de receber confirmação ou refutação empíricas
individualmente. Essa tese foi duramente criticada por epistemólogos da ciência
contemporâneos, com base em argumentos filosóficos diversos. Neste trabalho
procura-se ilustrar a sua insustentabilidade por meio de uma análise conceitual
das leis da mecânica newtoniana.
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LOCKE E O PROBLEMA DA INDUÇÃO (texto não publicado) Text in htm.
Resumo: Neste artigo
procura-se mostrar que Locke percebeu e expôs claramente o problema da indução.
Inicialmente, os conceitos e teses mais relevantes da teoria epistemológica
empirista de Locke são brevemente revistos. Depois, a questão do estatuto epistemológico
das proposições universais nessa teoria é abordada, expondo-se cuidadosamente
as razões para o virtual bloqueio do conhecimento universal acerca das
substâncias que se poderia obter pela via da análise das idéias. Por fim, o
papel da experiência como fornecedora direta de conhecimento é examinado,
mostrando-se que, para Locke, ela só alcança os casos já observados.
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A MICROFÍSICA E A NÃO-LOCALIDADE. In: F.R.R. Évora
(ed.) Espaço e Tempo.(Coleção CLE,
vol. 15. Anais do VIII Colóquio de História da Ciência - CLE - 1993.) Campinas,
Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, 1995. Pp. 187-206.
Abstract: In 1935,
Einstein, Podolsky and Rosen (EPR) launched a vigorous and influential attack
on the prevailing thesis that the quantum mechanical description of reality is
complete. Their argument hinges crucially on the assumption that, at a given
instant of time, physical objects are independent of each other, provided they
are spatially separated. The present work succinctly describes the way in which
this locality hypothesis is used in the EPR argument, and the subsequent
developments that, ironically, have shown that any attempt to complement the
quantum mechanical description of reality is bound to violate locality.
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DESCARTES E O REALISMO
CIENTÍFICO. Reflexão, n. 57, pp. 35-53, 1993. Texto em PDF.
Abstract: This paper
discusses the problem of scientific realism from the perspective of the main
epistemological doctrines, explaining precisely how it arises. After presenting
and classifying the main positions which have been taken regarding the problem,
some of the chief arguments pro and con scientific realism are identified in
Descartes's The Principles of Philosophy.
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IMPLICAÇÕES FILOSÓFICAS
DA MICROFÍSICA. Cadernos de História e Filosofia da Ciência,
Série 3, 2 (2): 141-164, 1992. Texto em PDF.
Abstract: This paper
presents an introductory, non-technical survey of the much-debated issue of the
philosophical implications of microphysics. Some frequent misunderstandings
about the precise role of scientific realism in this discussion are dispelled.
It is pointed out that, given certain recent results in the foundations of
physics, the adoption of this philosophical position opens up broad fields of
investigation.
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A INCOMPLETUDE DA
MECÂNICA QUÂNTICA. O Que Nos Faz Pensar, n. 5, 89-113, 1991.
Resumo: A análise dos
principais argumentos para a incompletude da Mecânica Quântica (MQ) empreendida
neste artigo evidencia vários sentidos em que se pode alegar que essa teoria é
incompleta. Embora o julgamento histórico tenha favorecido a tese da
completude, mostra-se que um argumento forte para a incompletude, reconstruído
racionalmente a partir de uma proposta de Einstein, é invulnerável às
estratégias usuais de neutralização dos demais argumentos, incluindo a famosa
doutrina de Bohr. Defende-se pela primeira vez que este e os outros argumentos
do tipo EPR podem ser tidos como argumentos para a inconsistência da MQ, e não
simplesmente de sua incompletude. Ressalta-se, no entanto, que, em qualquer
caso, os argumentos dependem crucialmente da adoção de uma posição filosófica
minimamente realista, bem como de uma hipótese de localidade recentemente posta
em dúvida pelos resultados teóricos e experimentais relativos às Desigualdades
de Bell. Sugere-se que o desenvolvimento de uma ontologia que admita
potencialidades, conjugada a uma teoria de interações físicas em que a
atualização dessas potencialidades possa ser induzida à distância, e mesmo
superliminarmente, talvez represente uma das únicas alternativas para a
preservação da consistência e da completude da MQ dentro de uma interpretação
realista.
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ESTUDO CRÍTICO: ZAHAR'S EINSTEIN'S
REVOLUTION. Manuscrito 14 (1), 63-80, 1991.
Last paragraph: In
conclusion, Zahar cannot be said to have attained in Einstein's Revolution the
goals stated in its preface. The book has few, if any, of the characteristics
of a textbook. Its most conspicuous philosophical thesis -- that the creation
of scientific theories is a mainly
deductive process -- hardly needs to be countered. The more sensible thesis
that the history of relativity theory can best be accounted for by Lakatos's
MSRP is not argued in a systematic, coherent and clear way. This is rather
unfortunate, because something much better could certainly have issued from the
wealth of historical and foundational material considered by Zahar, along with
the sane anti-positivist, anti-irrationalist standpoint from which he envisages
science. The book should nevertheless merit the attention of all those interested
in the history and foundations of relativity and who have a minimal
acquaintance with these subjects.
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Descartes, Locke,
Berkeley, Hume e o realismo científico.
Primeira Versão, IFCH-Unicamp, n. 25, 1990 (40 pp.). Texto em PDF.
Prefácio: Uma primeira versão deste
trabalho surgiu como notas de aula referentes à parte introdutória de um curso
de epistemologia das ciências naturais que ministrei no Departamento de
Filosofia no primeiro semestre de 1990. A posição de destaque que o debate em
torno do realismo científico ocupa na filosofia da ciência contemporânea, bem
como a falha da literatura especializada em notar que alguns dos principais
argumentos envolvidos nesse debate já estavam presentes nas obras de filósofos
modernos que se preocuparam com a questão do estatuto epistemológico das proposições
científicas, incentivaram-me a refundir e ampliar tais notas, trazendo-as agora
a um público mais amplo. As vivas discussões acerca do realismo científico
travadas hodiernamente desenrolam-se em linguagem e nível de sofisticação
filosófica inacessíveis ao nosso estudante comum, mesmo o de pós-graduação. O
retorno a autores modernos que direta ou indiretamente abordaram esse assunto
parece-me uma maneira possível de motivá-lo e prepará-lo para estudos
ulteriores.
As presentes notas podem representar,
outrossim, um ponto de partida para pesquisas mais extensas em uma série de
tópicos de interesse para a história da filosofia. Dada a natureza desta Série
e a limitação de espaço, abstive-me de adentrar esse campo de investigação.
Assim, não se espere encontrar aqui avaliações sistemáticas e abrangentes dos
argumentos pró e contra o realismo científico apresentados pelos filósofos
considerados, nem comentários extensos sobre a sua inserção na totalidade da
obra filosófica de cada um deles; o objetivo central é o de identificar,
destacar e explicar aqueles argumentos. Além disso, a inspeção, ainda que
breve, das bases da epistemologia empirista aqui empreendida favorecerá a
apreensão mais justa das origens e da relevância do problema do realismo
científico, que o enfoque técnico contemporâneo em geral não evidencia.
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