A partir deste ano, estudantes dos colégios técnicos da Unicamp – Cotuca e Cotil – poderão participar de programas de intercâmbio com instituições argentinas. Segundo Cristiane Megid, diretora da Diretoria Executiva de Educação Básica e Técnica (Deeduc), a Unicamp acaba de firmar parceria com cinco universidades argentinas que contam com colégios técnicos para o intercâmbio de estudantes na execução de projetos curtos, com duração de até 10 dias.
Pelo convênio, os estudantes brasileiros poderão desenvolver projetos em parceria com colegas da Universidad Nacional de Hurlingham (Unahur), da Universidad de Buenos Aires (UBA), da Universidad Nacional de Quilmes (UNQ), da Universidad Nacional De Jose C. Paz (Unpaz) e da Universidad Nacional de San Martín (Unsam).

Dois primeiros grupos de alunos dos colégios técnicos da Unicamp irão à Argentina já em maio. Serão oito estudantes – quatro de cada escola –, com equidade de gênero, dois homens e duas mulheres. Além disso, 50% do grupo tem de ser formado por alunos pretos ou pardos. Eles estarão sob supervisão de um(a) professor(a) do Cotuca e outro(a) do Cotil.
Megid explica que o programa tem o objetivo de oferecer, aos adolescentes, a experiência de estudar em um outro país, com suas peculiaridades. Um dos projetos a serem levados para a Argentina tem relação com a mecatrônica – um ramo da engenharia voltado ao projeto de sistemas controlados por computador. Haverá também um projeto na área de Humanidades.
Segundo Megid, até então, esse tipo de programa só era possível por conta de um convênio que a Unicamp tem com o banco Santader, que financia bolsas para intercâmbio. O acordo com o banco continua, mas a Deeduc desejava criar uma alternativa mais abrangente. Assim, surgiu o convênio direto entre as universidades – o que torna o processo mais rápido e mais barato.
A professora diz que os programas de intercâmbio existem há muito tempo nos colégios técnicos, mas, em geral, levam alunos para a Europa ou para os Estados Unidos. Um dos objetivos desse novo programa, diz ela, é fortalecer laços culturais entre países vizinhos.
“A Argentina é um parceiro econômico importante do nosso país e, além disso, tem modelos de escola e de industrialização semelhantes aos nossos”, explica a professora. “Achamos que [o intercâmbio] também pode reforçar o sentimento de latinidade. Quanto mais nos fortalecemos dentro da América Latina, mais condições de sucesso temos na promoção desses alunos; para que eles ampliem as relações acadêmicas e profissionais e isso possa se desdobrar na vida deles”, reforça.


Outras conexões
O programa de intercâmbio de estudantes deverá ocasionar outros acordos entre a Unicamp e as instituições argentinas, como uma colaboração acadêmica, de pesquisa. “Estamos iniciando conversações com a Unpaz, a formação de um grupo de pesquisa sobre metodologias de ensino para escolas técnicas. A ideia é focar na formação profissional”, revela.
Megid diz ainda que pretende ampliar a parceria para envolver relações entre professores da educação infantil. “Assim, os profissionais da DEdIC (Divisão de Educação Infantil e Complementar) também poderão realizar trabalhos junto a universidades latino-americanas”, explica ela.